domingo, 31 de outubro de 2010

Desequilíbrio

E todo mundo me diz que sou uma pessoa que tem muita clareza e muita consciência dos meus atos. Isso, é claro, quando meus objetivos são iguais aos de todo mundo. Fora isso, é loucura.

Me internem, então.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Halloween


Em anos anteriores eu já disse que não curto muito Halloween, apesar de sempre ter trabalhado em escolas de idiomas e o pessoal adorar uma bagunça por conta da data.


No entanto, excepcionalmente esse ano, estou fantasiada durante a semana de Halloween: corretivo nenhum está dando jeito nas olheiras e estou uma perfeita zumbi. 

Não reparem se eu não responder, reagir ou entender. Vida de morto-vivo é assim mesmo. Ainda não comecei a comer cérebros por aí, mas tudo indica que é nessa direção que vou. Cuidado. (Se tiver cérebro, no caso).

domingo, 24 de outubro de 2010

Versão 3.2

Eu, versão 3.2: aplicativos novos, software atualizado e mais resistente à quebra e à perda de dados!


Não me sinto diferente no dia do meu aniversário. (Exceto pelo fato de ter ganhado um livro que eu queria havia muito tempo e que custa muito caro aqui no Brasil!)

Muitas pessoas acreditam que ficamos mais velhas no aniversário. Não. Não ficamos. Ficamos mais velhas todos os dias. O aniversário é somente a celebração de outros 365 dias a partir do momento em que fomos tirados da barriga da mãe.

Todo dia é dia de envelhecer, de ganhar experiência, de crescer, de aprender, de evoluir.



É certo que às vezes involuímos também. Sentimos coisas que não gostaríamos de sentir. Agimos de maneiras que não gostaríamos de agir. Temos desejos que fomos ensinados a não ter. E chamam isso de civilidade.

Mas deixemos os pensamentos sombrios para mais tarde. Hoje é dia de celebrar com aqueles que amo. Que amo de verdade.

Agradeço a todos os meus companheiros de viagem que apoiam meus atos mais incivilizados.


Perfil atualizado.

sábado, 23 de outubro de 2010

Amor eterno

O amor não doi. E todo amor é eterno. Se rasga por dentro e dilacera, não é amor. E se acaba, também não é.

Dor de cotovelo? Ah, todo mundo tem direito a isso. Deveria estar na Declaração Universal dos Direitos do Homem (e da Mulher também). Mas isso não é amor.

Amor, para mim, é sereno e perene. O resto é outra coisa.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Combinações que não podem dar certo

Orgulho + Vaidade
Arrogância + Falta de noção
Sono + DR
Preguiça + Preguiça
Gente sensível + Gente prática
Som alto com música ruim + Armas de fogo
Pessoa autodestrutiva + Pessoa autodestrutiva

Vontade + Pressa
Confiança + Mentira
Falta de caráter + qualquer coisa


Eu + você

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Das frases mais escrotas que já ouvi na vida em ordem não necessariamente cronológica

"Acho que vocês não se conhecem. Patrícia, essa é a Sílvia, minha namorada. Sílvia, essa é a Patrícia, minha amiga." 

"Ah, eu não te contei? Eu decidi não ter filhos agora."

"Cara, tou sem grana. Fica com a minha mina essa noite e me dá um papel?"

"Desculpe a ausência. Não pude te ligar. Estive muito doente nos últimos dias. E estou atolado de trabalho. Sabe como é... O pior é que deve continuar assim nas próximas semanas. Aliás, eu queria conversar com você sobre o que vem acontecendo. Minha vida está uma loucura, sabe? Não é nada com você. Sou eu. Vamos marcar um dia para conversarmos?"

"Acho que eu queria me envolver, sentir frio na barriga, lembrar como é, entende?"

E depois querem me julgar pelos protocolos.

Não se aproxime de mim se for homem. Você corre o risco de ser castrado com uma colher de sobremesa.

Talvez eu mude o título do blog para "Eu dou para cretinos".

Cliquem nos anúncios para eu ganhar dinheiro com esta merda, pelo menos.

domingo, 17 de outubro de 2010

Resolução


Ela acordou resoluta.


Colocou seu par de sapatos de salto e vestiu sua armadura mais poderosa. Escondeu o coração dentro de um cofre, trancou, jogou a chave fora e saiu de casa. 

Não sabia, no entanto, que perigosa é essa coisa de colocar os pés na rua.

O pé sempre atrás atrapalha os movimentos, embora dê mais estabilidade quando parado.

Quando viu, já tinha sido. E o que foi deixou de ser. 

Mas nem sempre é assim. É?

sábado, 16 de outubro de 2010

Educando


Quando eu era coordenadora em escola e selecionava professores para trabalhar comigo, uma das minhas perguntas durante a entrevista era: "O que é, na sua opinião, um bom professor?" Uma vez um candidato me respondeu: "Um bom professor é aquele que prepara suas aulas, conhece o conteúdo, corrige as tarefas em dia e chega no horário." Minha resposta: "Você me disse o que é um professor. Esse é o mínimo. Eu perguntei o que é um bom professor."

Pensando um pouco sobre as nossas práticas, penso que um bom professor é, acima de tudo, um educador. É alguém que não está somente preocupado com 'passar o conteúdo', mas a preparar seus alunos para um mundo individualista, hedonista e de moral duvidosa.

Um bom professor, além de ser conhecedor do conteúdo que ensina, precisa saber que trabalha com pessoas. Aquela imagem do professor falando ininterruptamente enquanto os alunos dormem copiam a matéria no caderno já está há muito ultrapassada.

É verdade que hoje, sem palmatória, chapeu de burro e cantinho do pensamento, dá muito mais trabalho lidar com a atitude dos alunos. Acho que esse é o maior preconceito que há por parte das pessoas que nunca deram aula e dizem que jamais seriam professores. Para quem está de fora, o que vem imediatamente à mente é um grupo de quarenta adolescentes atirando objetos pela sala enquanto o professor tenta inutilmente controlar os ânimos da turma. No entanto, na prática é bem diferente. Uma turma envolvida e interessada não atira objetos pela sala (a não ser que você proponha uma atividade que inclua objetos sendo atirados pela sala) e cabe também ao professor despertar o interesse de seus alunos.

Essa geração Y não aceita mais "precisa aprender porque é importante". Essa geração pergunta "para que vou precisar disso?!" E se o professor não tiver a resposta, terá objetos voando pela sala.

Não adianta ter lousa interativa, internet ultra-power-plus, tecnologias mil. Isso ajuda, é claro. Mas nada substitui o papel do professor. É ele o grande responsável por atiçar o interesse dos alunos, trabalhar com esse interesse e extrair conhecimento dali. É claro que há interferência de fatores individuais em qualquer processo de aprendizagem, que é sim estressante e dá trabalho. Todo mundo tem medo de errar, de ser ridicularizado, de não conseguir aprender. Ninguém é bom em tudo. Mas é o professor o responsável por boa parte das ações que vão fazer com que o aprendizado aconteça (ou não). É o professor quem vai decidir como apresentar aquele novo tópico, como despertar interesse nos alunos, como trabalhar as atividades, se vai dar mais ou menos tempo para certos assuntos, o quanto de prática vai reservar para cada um dos pontos, que tipos de prática e assim por diante.

Feliz Dia do Professor atrasado a todos aqueles que fazem com que objetos voem pela sala somente quando proposto. E insistem na carreira, mesmo que desvalorizada!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Romanceando a vida de Patricia

Segundo um amigo, completando exatos dez meses de separada, já tenho história o suficiente para escrever um romance chamado "Memórias de uma mulher divorciada".

E quem copiar o título vai me pagar direitos autorais.


***

Falando da postagem Protocolo do Sexo Casual, ela gerou bastante polêmica, embora poucos tenham se manifestado nos comentários (Clique aqui para ler). Eu gostaria de adicionar que este protocolo foi escrito pensando em ser um manual de regras, para mulheres também, mas principalmente para os homens se portarem para não confundir nossos pobres cérebros e corações quando só desejam ter uma amizade colorida.



Agora um adendo, este específico para as mulheres:

- O homem não tem orgasmos múltiplos e, portanto, sofre de um mal chamado "raiva pós-gozo"*. Então, se o negócio é casual, não vá abraçando o cara, ok? A única coisa que ele quer naquele momento é que você se desintegre e vire nada. Respeite isso.

*Termo utilizado pelo meu amigo J., que prometeu escrever sobre o assunto.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Pop Quiz


Assinale a alternativa que melhor responde às perguntas abaixo:


  • Quem é que o ajuda a ver o norte? 
  • Quem é que faz as perguntas certas? 
  • Quem é que dá tapa na cara quando precisa?
  • Quem é que atende um telefonema à 1h30 da madrugada e que diz: "Estou aqui para você"?
  • Quem é que atura horas de lamúrias suas quando poderia estar fazendo qualquer coisa melhor?
  • Quem é que te dá um violão novo porque você comentou no blog que queria voltar a tocar?!
  • Quem é que entra numa briga sem nem saber o motivo para te defender?
  • Quem é que ri das suas piadas imbecis, mesmo que elas sejam imbecis?
  • Quem é que te dá um beijo na boca, simplesmente porque você precisava de um beijo na boca?
  • Quem é que te acompanha nas maiores roubadas e ri delas com você?
  • Quem é que fica quando todos os outros se vão?

a. (   ) O carinha que você conheceu ali na balada
b. (   ) Os seus amigos

Meus amigos de todas as horas, minha vida é mais rica, mais colorida e mais divertida porque vocês estão nela. Obrigada por me aturarem! Vocês são f*da!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Quando o id toma conta


Às vezes fazemos coisas estúpidas. 


E nos odiamos por isso. Aí vamos para o quartinho escuro, nos ajoelhamos no milho (de pipoca, cru, para quem nunca ouviu falar disso), pegamos o nosso chicote e nos chibatamos até a carne ser arrancada, enquanto juramos cem vezes nunca mais deixar aquilo acontecer.

E é para isso que serve o álcool. O id toma conta, o ego some e, com ele, o autoflagelamento.

Aí fazemos coisas estúpidas.

Mas, às vezes, as melhores decisões são as mais estúpidas mesmo.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Talento x Prática

Embora ainda seja um tema polêmico, acredito que as pessoas nascem com certas aptidões. Isso não impede que desenvolvamos habilidades com o tempo, é claro. Até eu consegui aprender matemática o suficiente para passar no vestibular. 

A grande questão da busca profissional, na minha opinião, é aliar a nossa aptidão natural com o quanto o mercado está querendo pagar por ela. Outro dia li uma entrevista com um headhunter (mas esqueci o nome dele) em que ele diz que carreira se constroi se conseguirmos juntar três requisitos:

1) Gostar do que faz;
2) Fazer bem;
3) Ter alguém disposto a pagar por isso.

Se qualquer dos três elementos estiver em falta, não é carreira.

Já ouvi mais de uma pessoa dizendo que tenho talento para música e que eu deveria largar tudo para tentar viver disso. Juro que não concordo e não é falsa modéstia (já disse que odeio falsa modéstia? Se não disse, digo agora: odeio falsa modéstia).

Aos onze anos fui tomada por uma paixão inexplicável pela música. Meu irmão já vinha insistindo havia algum tempo para que minha mãe o matriculasse num curso de teclado. Eu me juntei ao coro e conseguimos que meus pais nos colocassem em uma escolinha de música aqui no bairro. Depois de poucos meses, meu irmão desistiu. E eu continuei. Estudei um ano. Quando decidi parar de estudar, minha mãe ficou uma fera: "Você não termina nada!" Ora. É lógico que termino. Eu terminei meu curso. O que eu queria era aprender a ler partitura. E aprendi! Até solfejar eu sei! - ou sabia.


Dos doze aos dezoito eu continuei tocando. Comprava as partituras ali na Rua Direita. Primeiro as mais simples. Depois Bach, Mozart... Qualquer pessoa que toca piano sabe que sou péssima, mas que se dane. E formei minha primeira banda de rock. Minha amiga que tocava guitarra me ensinou uma meia dúzia de acordes (é o que sei até hoje), já que a necessidade de uma segunda guitarra era maior do que a de um teclado. Logo fui chamada para tocar teclado em outra banda. E mais outra. E mais outra. Minha vida aos dezoito era música. Além dos ensaios com as bandas, somava mais de doze horas por semana entre ensaios do coral e aulas de teclado, vocal e guitarra (voltei a estudar para ver se aprendia alguma coisa de harmonia, mas infelizmente não consegui). Ainda estudava e trabalhava (para pagar meus cursos).


E logo veio a rotina e, de uma hora para outra, não havia mais tempo para a música. Era só estudo e trabalho.

E passaram-se mais de dez anos.

De vez em quando me arrisco no karaokê. Na última festa me arrisquei a tocar a minha meia dúzia de acordes no violão de cordas de aço (e quase morri de dor porque não tenho mais calos nos dedos). Mas é isso. Música é hobby. Eu sei que não tenho talento. O que sei dá para enganar um leigo bem leigo. E só sei o que sei porque há anos de dedicação ali.

Estou querendo retomar meu passatempo. Pretendo comprar um violão novo em breve, já que o meu está em estado de calamidade, depois de um hiato de dez anos sem uso. O corpo do violão está rachado e nem segurar a afinação ele segura mais. Vi um Yamaha legal por preço pagável. Cordas de nylon, é claro.

Dizem que canto com a alma. Que arrepia. Já me disseram para ir para o programa de calouros do Raul Gil. Olha, eu não vou. Minha voz não é trabalhada, não sei impostar direito, vibrato é uma coisa de outro mundo, eu desafino, tenho péssimo ouvido (e quem me ouve também), minha noção de ritmo é sofrível e morro de vergonha de cantar em um palco. Minha voz até some. Mas as pessoas tem razão em parte. Eu canto com a alma sim. Música é uma paixão. Não um talento. Faz sentido. 

E a dica é: se sua paixão não é igual ao seu talento inato, que se dane. Se mate de praticar para ser medíocre naquilo, ué. Antes apaixonado e medíocre do que ter para sempre um amor inalcançável.

E tenha dó dos meus futuros vizinhos.

domingo, 10 de outubro de 2010

MegaSena, otários, princesas e dragões

Depois que o indivíduo ganhou 119 milhões de reais na MegaSena, não conheço um brasileiro que não tenha especulado sobre o assunto.


Sinceramente, eu não gostaria de ganhar tal quantia. É muito dinheiro. Chama muita atenção. Eu teria que desaparecer sem deixar vestígios e ir morar em algum lugar das Montanhas Rochosas. Meu amigo R. faria isso, mas ele não gosta muito de pessoas. Eu gosto. (Além de não ser grande fã do frio).


Mas, conversando com um pessoal, surgiu uma opinião da qual compartilho. A pessoa disse: "Se eu tivesse levado os 119 milhões, resolveria da seguinte forma: 5 milhões para cada parente que viesse pedir." (pausa dramática) Todo mundo ficou quieto, cada um com a sua opinião. Eis que a pessoa continua: "Aí perguntaria em quanto tempo ela iria me pagar de volta e faria um contrato com multa caso não se cumpra o combinado. Os 5 milhões são suficientes para qualquer pessoa abrir seu próprio negócio e tocar legal para que o sonho se realize não de imediato, mas para sempre (ou por um bom tempo). Mas se eu não peço o dinheiro de volta, o indivíduo vai lá e compra um monte de tranqueira e dali a pouco está tocando lá em casa pedindo mais."

E não é verdade? O bom e velho provérbio do "tudo que vem fácil, vai fácil" é bem verdadeiro. Aquilo por que batalhamos tem um valor muito maior do que o dinheiro. Ali tem história, tem sentimento, tem um monte de coisa que um prêmio de loteria não proporciona. Qualquer primata escolhe seis números. Só precisa de sorte para acertar. 

E é por isso que caras que fazem tudo pela mulher entediam. Se não há desafio algum, também não tem graça.

E também é por isso que não vou me filiar a nenhum movimento sem-teto para ganhar bolsa-moradia do governo (a não ser, realmente, que eu venha a perder absolutamente tudo na vida), e também é por isso que não vou procurar marido rico para me sustentar. Embora encontrar tal otário homem seja um desafio assaz difícil, depois de alcançado é certo que enfadar-me-ei. (Existe mesóclise na nova regra ortográfica?)

Eu gostaria sim de ganhar na loteria. Dois milhões. É mais do que suficiente para eu poder levar uma vida confortável, ajudar quem eu acho que devo e não perder a total noção de realidade, de humanidade, de normalidade, enfim. Continuaria trabalhando normalmente, mas diminuiria o ritmo. Talvez abrisse minha própria escola, mas não estou certa disso. Não trabalharia aos sábados pela tarde, por exemplo. Disso estou certa. (Possivelmente não colocaria anúncios no blog também). Talvez escolhesse um bairro menos perigoso, mas não moraria numa torre de marfim. Toda torre de marfim tem um dragão tomando conta. E é um saco ser a princesa vitimada esperando o príncipe, não? 

Prefiro eu mesma matar o dragão e sair da torre por conta. 

Mas que dois milhões ajudariam... Ah! Se ajudariam!

sábado, 9 de outubro de 2010

Aperta o "pauser" aí, por favor


Já faz um tempo que estou numa maratona de baladas, bares e encontros com amigos, saindo toda sexta, sábado e, às vezes, quinta e domingo também.

Até a vida boêmia cansa uma hora.

Amanhã pode ser que eu saia, mas nada me tira de casa hoje. Vou curtir um pouco o frio e a chuva, só que do lado de dentro da janela desta vez. A pele precisa descansar da maquiagem e as unhas do esmalte colorido. Vou jogar um cobertor no sofá, pegar um livro (já que estou muito relapsa nas minhas leituras) ou ver um filme qualquer na televisão, fazer um chá mate quente avec un nuage de lait, abrir um pacote de Bis e curtir a companhia das minhas gatas gordas. Só lamento a falta da lareira. (Ok. Ok. Do cobertor de orelha também!)

PS. Me rendi e coloquei AdSense no blog. Se alguém quiser saber se dá dinheiro mesmo, me pergunte daqui a um mês e eu saberei. E se levar 15 anos para eu receber a cota de cem dólares, what the hell. O que vier é lucro.


[EDIT] Finalmente, mecanismo de busca para fuçar o "Odds and Ends", na coluna da direita. Tem ainda o problema de não conseguir ler os resultados, mas uma coisa de cada vez... 


Agora tem tanto código no blog que nunca mais vou alterar a aparência dele.

Brevíssima história das minhas conquistas e por que devo sim comemorar meu aniversário

Já quis não comemorar meu aniversário no passado. Um pouco porque tinha uma certa síndrome de Peter Pan. Um pouco porque achava que não tinha o que celebrar, já que o meu único mérito foi ser arrancada da barriga da minha mãe com um bisturi.


Esse mês completo 32 anos e já tem mais vela do que bolo (No dia 24. Aceito presentes, telefonemas, emails, doações em dinheiro e sua presença na minha megacomemoração que vai começar no dia 23 e terminar quando não tiver mais ninguém em condições).


Ao contrário de muitas mulheres que surtam depois que passam dos trinta, estou muito feliz com a minha condição balzaquiana. Já postei mais de uma vez sobre o assunto. Clique aqui e aqui para ler.


E vou comemorar sim, pois há sim muito o que comemorar:


Sobrevivi à infância, sobrevivi ao colégio, passei na USP, tive coragem de desistir de um curso da USP, passei na USP de novo, tive o saco de terminar meu curso na USP com iniciação científica, licenciatura, estágio, média ponderada alta e tudo o mais, morei com amigos, viajei pela Patagônia de mochilão com uma quantia irrisória de dinheiro, sobrevivi a diversas mudanças de emprego, conheci um monte de lugares pelo Brasil afora com mochila nas costas, mudei e desmudei de carreira, voltei para casa, fui empresária, fechei a empresa para aceitar um emprego que pagava menos mas eu queria saber como era o desafio, casei, comprei apartamento, consegui estabilidade financeira (fazia academia na BioRitmo!), separei, perdi o apartamento e a estabilidade, dei uma pirada, despirei (acho) e nunca estive tão feliz.


Essa é a primeira vez na vida em que me sinto plena. Não sofro mais pressão de ninguém para me casar. Nem para conseguir diplomas ou títulos. Nem para provar para todo mundo que não preciso provar nada para ninguém.


Aos 32 anos, sou finalmente (quase) dona do meu nariz. E isso é sim motivo para celebrar. Falta pouco para ficar perfeito!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Do emburresçimento da populassão

Axo que a populassão anda lemdo muinto poco. Ou lemdo muinto materiau rúin. Cansçei de ler atrossidads hortográficas por ai. 

Para que ficar "ansiosa" se posso ficar "anciosa"? Aí não tem a ver com ânsia, mas sim com anciã! 

Perfeito!

Pequenos gestos

Não custa nada segurar a porta aberta para alguém passar. Também não custa aguardar que o motorista da frente acorde de seu sonho antes de buzinar porque o sinal abriu. É igualmente grátis dizer "bom dia" à recepcionista do local onde trabalha. Não é problema algum oferecer para buscar alguma coisa para alguém, já que você já vai para lá de qualquer maneira. Quanto custa ficar quinze minutos de pé por ceder seu lugar no ônibus a uma pessoa carregada de sacolas pesadas? E, às vezes, basta um sorriso para demonstrar empatia.

Uma gentileza, um ato tão pequeno de generosidade, sem expectativa de retorno, pode transformar o dia de uma pessoa.

Não é como doar um rim. E, ainda assim, há pessoas que doam.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O que quer que seja "azul cerúleo"


Peço desculpas aos meus leitores que apreciam uma leitura mais imagética. Estou passando por um período tão racional que sinto-me incapaz de escrever menos jornalisticamente e mais literariamente. Minha rotina durante a semana está tão apertada que mal sobra tempo de ficar doente. E há quem pense que estou ganhando dinheiro com isso. Não. Não estou. Mas estou tentando. Minha meta é conseguir um financiamento para comprar meu apartamento ainda esse ano. Nem que seja um de 20 metros quadrados na cracolândia (na foto), que, aliás, teve abatimento de 20% na última atualização do IPTU. E acho que é o que vou conseguir mesmo, pois me recuso a morar em Itaquera ou em Diadema. Como diz uma amiga minha "Não interessa que o prédio é horroroso por fora. É dentro que você vai morar." E eu concordo.

Já pensei em dividir. Já coloquei anúncio para procurar gente para dividir. E já tirei o anúncio.

Aprecio o silêncio. Quero uma parede azul cerúleo. Se é que é o azul que estou pensando. Não abro mão das duas gatas. Ando de pijama o dia inteiro. Quero uma rede de descanso no meio da sala. Vermelha. E cozinha americana, se possível. Também quero uma poltrona bem gostosa, para me jogar depois de um dia de trabalho. E um sofá-cama para hospedar os incautos. Não quero gente assistindo televisão. Odeio televisão. Não quero gente reclamando da minha bagunça. E, sim, as gatas vão sim destruir os móveis. E, principalmente, não quero gente enchendo o meu saco por causa dos meus horários. Que o meu despertador toque insistentemente e que eu possa apertar o "soneca" mil vezes às 5 da manhã, sem atrapalhar ninguém. Quero esparramar meus cosméticos pelo banheiro. Quero tocar violão às 2 da manhã e tomar banho às 3h. Gosto de luz indireta e cortinas.

E é isso.

domingo, 3 de outubro de 2010

Diálogo rápido entre o mesário e a senhora de uns 90 anos que chegou à seção eleitoral apoiada na bengala e na bisneta de cara emburrada


Mesário: "A senhora não tem que votar não, viu?"

Senhora: "Enquanto eu estiver lúcida e puder andar, eu vou votar sim. Eu moro nesse país. É a minha casa também. E eu vou exercer meu direito de escolher quem vai administrá-la, menino."

Ela demorou menos de um minuto na urna.

***

Caro Leitor,

Agradeço o comentário e fico feliz em saber que tenho um Leitor com "L" maiúsculo. Confesso, no entanto, que não saberei marcar minhas postagens com "literário". Acho que não teria a ousadia de usar um marcador "literário". Quanto às minhas reflexões 'metaforentas', o tom mais ou menos onírico vai do dia. Como todo mundo, tenho dias pé no chão e dias cabeça nas nuvens. =)

sábado, 2 de outubro de 2010

Lei Seca, um parênteses e alguma revolta

Nasci, cresci e vivi por quase trinta anos no mesmo bairro.

Dos amigos de infância, poucos restaram por estas bandas (até eu saí, mas voltei após três anos de exílio). No entanto, uma vez por ano ocorre o reencontro do pessoal. Normalmente é próximo ao Natal, quando todos voltam a São Paulo para ver os familiares.

O email e a tecnologia acabaram tornando viável o contato rápido e conseguimos organizar essa reunião com relativa facilidade. E é hoje: a Festa da Lei Molhada (em oposição a "Lei Seca"), já que amanhã é dia de eleições e vamos todos votar. Abro um parênteses que dá muito pano pra manga: e votar consciente, hein, galera! Nada de palhaços ou mulheres-fruta, ou nazistas disfarçados de esquerdistas, ou direitistas disfarçados de esquerdistas. O voto direto é um direito conquistado. É um voto de confiança. É eleger quem vai mandar no nosso país e com o salário pago dos nossos bolsos! Você contrataria um palhaço, um pagodeiro ou uma dançarina de bordel para gerenciar sua empresa com o salário de doze mil reais pago do seu bolso? Eu não. Então por que caralhos estamos fazendo isso com o nosso país?! Fecho parênteses.

Muitos estão casados e trazem seus companheiros. E a primeira da turma do bairro está carregando na barriga o rebento (é... para ela, a festa vai ser da Lei Seca mesmo).

O que adoro desses reencontros é saber que a amizade que nos acompanhou na infância e na adolescência permanece. E que não é aquele reencontro hipócrita de pessoas absolutamente estranhas que vão passar quatro horas em uma mesa de bar, fingindo que estão se divertindo, enquanto discorrem incansavelmente sobre seus empregos dos últimos X anos, comparando seus sucessos, medindo os seus bolsos e desfilando seus bens para, dali a outros X anos, organizarem um outro reencontro de 2X anos e fazer tudo aquilo de novo.

Esses são reencontros presentes. E não passados.

Eu já comprei o goró para a Festa da Lei Molhada e daqui a pouco vou para lá. A pé. Sem medo de blitz. Vantagens de se comemorar a amizade ali na rua de cima. =)

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

E o pensamento lá em você

Dia de balada. Maquiagem pesada. Unhas coloridas (a cor eleita de hoje foi o roxo). Rock and roll, amigos, álcool, risadas e sem voz amanhã.