terça-feira, 28 de junho de 2011

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Dia dos Namorados

Quando estamos com alguém, escolhemos estar com essa pessoa. Não só no dia do casamento, ao dizer "sim". Não só no dia do "quer namorar comigo?".

O "sim" é uma escolha diária.

O "sim" é uma atitude diária.

O amor? Ah, o amor.

Ele vem de todas as formas e de todos os tamanhos. Como é possível padronizar, pasteurizar, massificar o amor?

A tentativa de comercializar o amor é ridícula (e todo mundo cai nessa). E aí não vale nada. 

Eu desisto de racionalizar. Não há razão no amor. Para alguns, o amor é insano, enorme, romântico, poético e volátil. Para outros, é pé no chão, cheio de regras e leis. Porque a roupa é diferente a essência não existe?

O amor dos outros não é como o seu.

E nenhum é como os comerciais da televisão.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Economia(s)


Há alguns tipos de mesquinharia que são difíceis de entender.


Entendo uma pessoa que diz que não vai ao teatro com você porque não pode gastar dez reais. Vai saber da vida da pessoa. Vai saber que dívidas e que prioridades ela tem. Até entendo que você não queira oferecer a entrada ao amigo (é difícil, mas entendo. Às vezes não dá mesmo. E às vezes a companhia nem é tão boa assim, sei lá. Vai saber).

Também entendo uma pessoa que não compra um livro, ou um filme, ou um álbum. Que vai baixar de graça da internet, mesmo sabendo que está deixando de pagar royalties para um escritor, ou diretor, ou músicos (e todo o restante da equipe) que trabalharam, assim como eu e você trabalhamos, para que aquilo existisse. Até isso eu entendo. Que atire a primeira pedra quem nunca pirateou nada.

O que eu não entendo, honestamente, é economia de afeto.

Afeto que fica dentro de si não cresce, não rende e não se multiplica. Afeto só se multiplica quando você entrega.

Em que se ganha ao economizar um elogio ou uma palavra carinhosa? Em que se ganha ao economizar "eu te amo"? Alguém me explica, por favor? Não tem lógica. (Exceto, é claro, quando não se ama ou quando o elogio não é sincero. Acho que uma crítica bem colocada é um ato de carinho maior do que um falso elogio. Aí, tudo bem. Entendo a economia. É uma questão de sinceridade.)

Uma vez recebi, na função de coordenadora, a visita de um pai de aluno. Ele estava ali para resolver uma pendência financeira e aproveitou a visita para conversar comigo. Ele agradeceu por termos feito seu filho aprender e, principalmente, feito com que ele gostasse e se interessasse pelo curso. Ele disse que o filho gostava muito do professor e do modo como ensinava, das atividades e curiosidades que trazia. 

Eu poderia ter seguido com os compromissos da minha agenda apertada, simplesmente. Mas fiz questão de chamar o professor em minha sala, para comunicá-lo do ocorrido. Com ou sem essa informação, o professor teria continuado com o seu trabalho. Mas eu achei importante que ele soubesse que seu trabalho estava dando resultado e estava sendo reconhecido. Tenho certeza de que, ao colocar a cabeça no travesseiro à noite, este professor  pensou: "estou no caminho certo".

O professor continua fazendo o seu trabalho. A empregada continua limpando. O médico continua operando. O filósofo, filosofando. O mundo não vai parar porque não ouviu que é importante.

Ninguém morre por falta de afeto. Fato. 

Exceto o afeto em si.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Trilhos

Há períodos em que é difícil se manter nos trilhos. Ou o trem vai muito rápido ou o condutor está bêbado demais. Não importa. Por vezes é necessário desacelerar para evitar o descarrilhamento. E tudo bem sair dos trilhos um pouco. Mas tem que voltar, ainda que sua estrada férrea não seja linear, plana e cor-de-rosa como se espera.