segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Fifty Shades of Grey: Resenha - SPOILER ALERT

Não me olhem com essa cara, não. Sei que todo mundo está morrendo de curiosidade! Curiosidade, aliás, foi o que me levou a ler este livro. Não li resenhas, não sei do que a mídia falou. Confesso que estou bem fora do mundo midiático. Quando decidi ler o livro eu tinha as seguintes informações: best seller, leitores em sua maioria do sexo feminino, comentários de amigos (homens e mulheres) que variavam de "pesado", passavando por "pornô para cinquentonas" e chegando a "leve demais".

Com tantas dissonâncias, me vi tentada a folhear o tal livro que gerou tanta suposta polêmica.

"Crepúsculo para maiores" 
(ou "Fórmula para um romance de sucesso")

Assim como foi a curiosidade que me levou a ler Crepúsculo, as coincidências não param aí. Será coincidência que os dois se tornaram best sellers?

1) Da personagem feminina:

Tanto em Crepúsculo como em Fifty Shades of Grey, a genialidade do romance está na personagem principal. Isabella Swan e Anastasia Steele são a mesma pessoa: você.

Perceba que nenhuma delas é descrita em detalhes e que todas as suas características são comuns a 99% das mulheres: ser mais desajeitada do que graciosa, ter cabelos que não se comportam como queremos, ter problemas de autoestima e não se sentirem merecedoras de um Edward ou de um Christian... e por aí vai. Conheço poucas mulheres que não se identificariam com estas personagens. Ainda que não neste ponto da vida, em ALGUM ponto você foi Isabella Swan ou Anastasia Steele. Muito provavelmente na adolescência. 

Ficou fácil se identificar, né? Ficou fácil de entender por que o público leitor de ambos é essencialmente feminino, né?

E esses nomes óbvios, hein? Swan quer dizer cisne (lembra do Patinho Feio?). Steele vem de "steel", que quer dizer aço (algo durável e resistente).

2) Da personagem masculina:

Edward Cullen e Christian Grey também são a mesma pessoa. Desejáveis, perfeitos, inacessíveis (exceto que se apaixonaram por você, a desajeitada que não merece o cara), descritos à exaustão e com um defeito intolerável. Um é vampiro, imortal, bebe sangue e, para você ficar com ele e ser feliz para sempre, tem que sucumbir. O outro curte BDSM e é cheio das questões. E, para você ficar com ele e ser feliz para sempre, tem que sucumbir.

Outro nome óbvio aí: Grey, que é cinza. Não é preto nem é branco. É o meio termo que nem ele sabe se consegue ser, mas que Ana Steele quer que seja.

3) Do romance:

Basicamente a história de Crepúsculo e de Fifty Shades of Grey é assim: "conheci o cara perfeito", "o cara perfeito gosta de mim", "eu não mereço que o cara perfeito goste de mim", "o cara perfeito tem um defeito", "eu descobri esse defeito", "de repente até pode ser que eu mereça esse cara que não é mais tão perfeito assim", "eu aceito esse defeito".

Como não li as sequências de Crepúsculo e não pretendo ler as de Fifty Shades of Grey, não sei como isso se desenrola. Parece-me, no final das contas, que existem duas possibilidades: sucumbir ou largar o cara perfeito. Se alguém leu ou viu as continuações, me conta porque eu não vou ler nem assistir.

Agora, sobre os comentários, quem achou "leve" estava esperando mais do BDSM do que da história. É o mesmo que dizer que Edward brilha como fada e achar que esse é o cerne de Crepúsculo. Desculpa. Não é. Tanto Crepúsculo como Fifty Shades of Grey possuem o mesmo objetivo: vender livros para meninas que vão suspirar por Cullen ou Grey: o cara perfeito que tem um defeito inaceitável. Tão Romeu e Julieta quanto o próprio: o velho tema do amor proibido.

Como a maior parte dos best sellers, é um passatempo. Mas não esperemos muita profundidade daí. Tenho, no entanto, que dar mérito a uma qualidade de Fifty Shades: a menção de Tess of the D'Urbervilles, de Thomas Hardy, um dos meus romances favoritos de todos os tempos. Ainda que a menção seja a respeito dos aspectos mais irrelevantes do romance de Hardy, ela existe. Não sei como é a percepção de quem não leu Tess, mas eu gostei das sacadas e das comparações.

Bom, agora que já sei a fórmula do sucesso, vou escrever o meu best seller. Me ajudem a escolher o defeito inaceitável do meu galã:

(   ) canibal
(   ) gay
(   ) PSDBista
(   ) outro. Especificar: _______________


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Marcas

Às vezes me acontece isso de escrever um monte e deletar antes de postar. Fico levemente frustrada, mas depois penso que foi melhor assim. Nada que eu vá postar quando estou brava, chateada ou irritada pode ser bom.

A vantagem do blog ou do Facebook é que temos este tempo de escrever, despejar tudo ali, ler, reler e pensar antes de clicar no botão.

Seria ótimo se pudéssemos fazer isso na vida fora do computador também. 

Todas as nossas ações deixam marcas. Há um provérbio que diz que devemos escrever as coisas ruins na areia e as coisas boas em mármore. É. Devemos. Às vezes não conseguimos. Seja na areia, seja no mármore, deixamos marcas por aí. Algumas se apagam como pegadas na areia. Outras são sobrepostas como quando você se cansa daquela tatuagem que você fez aos dezesseis anos e já está toda feia e verde. Mas outras ficam e viram cicatrizes. Outras nunca cicatrizam.

Se perdoar é deixar que a cicatriz não te incomode mais, então que seja. Gostaria de ser mais nobre e tal, mas é bem difícil andar por aí com o abdômen aberto, segurando os intestinos dependurados, o sangue jorrando e dizendo que aquilo não te incomoda. Não sou vingativa, não faço planinhos malignos, mas tem coisa que demora para cicatrizar. E tem que respeitar, porra.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Transformação, ciclos e revoluções

Já devo ter falado sobre isso muitas vezes aqui, mas é tema recorrente. E falando em tema recorrente, vou dividir com vocês algo que elaborei em minha adolescência. =) 

Quando eu tinha uns quinze ou dezesseis anos, elaborei a Teoria da Espirologia. Exceto pelo nome ridículo, ainda hoje acredito que ela faz muito sentido. =) Como não é algo de profundidade relevante, acredito ser possível ser breve e concisa:

Introdução à Espirologia


Pensemos a linha do tempo como sendo de fato uma linha. Os eventos se sucedem, um após o outro, enquanto caminhamos (ou corremos, ou tropeçamos) por esta linha. Isso, a meu ver, é senso comum, na pior de suas conotações.

Como filósofa brilhante que eu era aos quinze anos, observei que na natureza os eventos não ocorrem em linhas em sua maioria, mas em ciclos. O dia e a noite são reflexos de um movimento de rotação de nosso planeta. Os anos são a formalização de uma revolução da Terra girando ao redor do Sol. Ainda que se pense a vida como uma linha, em nossa morte voltaremos ao solo como substâncias necessárias para a geração de novas vidas.

Comecei a observar o desenrolar de minha própria vida. Os acontecimentos iam e vinham em ciclos. Alguns mais curtos, outros mais longos. No entanto, quando o evento voltava, eu já não era a mesma pessoa. =) Assim, o círculo nunca se fecha. A vida caminha em espiral. Não em círculos e não em linhas. 

Às vezes pensamos que as oportunidades vão embora e não voltam nunca mais. Algumas são assim. O ciclo é maior do que a sua vida, só isso. Mas, em geral, elas voltam. E, se tudo der certo, elas vão te encontrar em um ponto diferente da espiral, porque você mudou, você evoluiu, você continuou andando para frente e não em círculos. E talvez você perceba que aquilo não era tão importante assim... Ou era, e vai ter outra oportunidade de agarrar aquilo.


Bom, toda essa divagação foi para falar de evolução.

Porque a vida caminha em espiral, evolução pessoal é uma grande questão para mim. E, vira e mexe, ela volta.

Como todo mundo, a gente sempre acha que as nossas questões são as questões humanas e universais. Mas não. A cada dia descubro que esta é uma questão minha e que muita gente não está nem aí. Fica patinando no lugar, andando em círculos. E é por isso que elas não tiveram o insight da espirologia na adolescência. Eu ficava pensando que as pessoas não tinham o insight porque não pensavam sobre isso, mas hoje vejo que podia ser por andar em círculos mesmo.

Para mim, é importante ter autoconhecimento. É importante ser uma pessoa melhor, mais equilibrada, mais evoluída, mais capaz de se adaptar às situações. Luto por isso todos os dias da minha vida e só dá para fazer isso de um jeito, a meu ver: sendo conservadora e aberta ao novo. Ao mesmo tempo.

Você elabora as suas experiências, pega o que ficou de bom, joga fora o que não lhe serve. Ao longo do tempo, suas convicções do que pode ser bom se consolidam e elas se tornam os seus valores. Mas isso não pode nos impedir de olhar o novo, de ouvir uma nova perspectiva, de ampliar horizontes, de considerar mudar o nosso conjunto de valores uma vez que tudo é dinâmico e qualquer radicalismo é burro.

Difícil?

É. Dá trabalho. E dói. Mas o caminho é interessante. E qual a graça de fazer trilhas e caminhos diferentes se só prestamos atenção no chão? Tem tanta coisa ao nosso redor, sabe?

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Mulher fratura o crânio e se recupera após queda de cavalo

http://www.desenholando.com/2010/09/isso-e-literalmente-cair-do-cavalo.html

Em entrevista exclusiva, o traumatologista que está assistindo a paciente, Dr. Raimundo Correa Aguiar, informa que existe a possibilidade de sequelas permanentes.









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Nicolas, comprei a caixa com os livros da série Game of Thrones na Livraria Cultura. Não foi caro não. Bem mais barato do que comprar em português ou avulso.