quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Câmbio e desligo


Computador indo para a mala. A próxima postagem será na casa nova! =)


Até mais, São Paulo! Até mais, amigos! Vou para outras praias tentar uma vida diferente!

E, se tudo der errado, volto com histórias para contar e um bronzeado fabuloso. =)

Bom fim de mundo a todos!

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Passado

E eis que encontro as velhas cartas de amor do namorado que foi o meu ex-marido. De todo o amor eterno da última carta, datada três dias antes do casamento, ficaram os honorários do advogado e a assinatura do divórcio na quinta-feira que vem.

Reciclagem.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Âncoras

Com data marcada para zarpar e São Paulo expirando no prazo de validade, estou pensando no peso das minhas âncoras. Quantas delas são minhas de verdade? Quantas são da minha sociedade? Quantas são da minha família?

Somos este composto de coisas, lugares, pessoas e ideias.

E estava pensando que a mais paulistana das minhas coisas é esse medo absurdo de viver uma vida diferente. 

Paulistano vive reclamando da correria, do trânsito, do aluguel, da espera no restaurante, do chefe que liga às 19h34 do domingo exigindo aquele relatório, do estacionamento do shopping e da internet que nunca tem a velocidade pela qual você pagou. Mas acorda todo dia em cima da hora, enfia uma torrada goela abaixo enquanto entra no carro para pegar a Marginal, chega ao trabalho uma hora e meia depois, já estressadíssimo, mas cedo o suficiente para ganhar pontos com o chefe, enrola trinta minutos no Facebook, trabalha até o segurança avisar que vai fechar o prédio (se o prédio tiver esse privilégio) para ganhar pontos com o chefe, entra no carro, fica revoltado porque pega trânsito às 22h00, come alguma porcaria, acessa o e-mail e responde os que conseguir até umas duas horas da manhã (e fica todo orgulhoso ao saber que o chefe vai ver o horário de envio), desmaia de gravata no sofá mesmo enquanto tenta assistir algum seriado da moda para ter assunto com as poucas pessoas com quem conversa no café da empresa e logo começa tudo de novo. No seu momento de lazer, assim como todos os outros paulistanos, ele se enfia no carro com a sua família e vai para o shopping comprar tudo o que julga necessário para preencher o seu vazio, e acha normal esperar três horas para comer no restaurante que os colegas recomendaram. Tudo bem. Enquanto espera dá tempo de responder aqueles e-mails do trabalho e ler aquelas piadas no Facebook para smartphone. E a ordem de tudo está mantida.

Ao longo da minha não tão longa vida, descobri que eu não sou workaholic. Muita gente se espanta quando digo que prefiro trabalhar pouco e ganhar pouco a trabalhar muito e ganhar muito.

Preciso ter tempo livre para o meu ócio criativo. Para quem não sabe, além de escrever as bobagens aqui, eu também pinto, desenho, leio muito, danço e canto. Cultivo minhas amizades, saio bastante para comer fora, caminhar pela cidade, discutir coisas novas, testar jeitos diferentes de olhar o mundo, seja na companhia de outros, seja sozinha. Um tempo de solidão também é muito importante para mim. Preciso disso. Revejo meus conceitos sobre tudo de tempos em tempos e mantenho alguns e mudo outros.

Acho que a maior parte das pessoas é engolida pela vida e usa isso como desculpa para não pensar nela. E o pior é que são bem-sucedidas nisso e passam a vida como zumbis, sem ter conquistado nada além de bobagens materiais.

Não me isento disso não. Também vivo como zumbi a maior parte do tempo. Afinal, as contas chegam e tenho que pagar a fatura do cartão com todos os supérfluos que comprei no shopping para me sentir menos vazia. Mas eu luto contra isso, sabe? Minha saída de São Paulo é uma tentativa de uma vida diferente, com menos correria. Quem sabe eu não consigo achar minha missão ali? Quem sabe eu não consigo responder àquelas perguntas todas que me incomodam desde sempre? Quem sabe?

Eu não sei. Nunca sabemos. Mas acho que devemos ouvir as palavras dos mais velhos. Uma pessoa que respeito muito me disse essa semana: "Quando se é jovem como você, a vida é muito séria. Vocês levam tudo muito a sério. A vida é simples. Você anda para frente e, se tropeçar, levanta. Não leve tudo tão a sério. Viva mais e tenha menos medo. Quando estamos relaxados e descontraídos, além de cair menos, dói menos quando acontece. Se estamos tensos e inflexíveis, caímos mais e nos machucamos mais."

E esta me parece ser uma boa verdade.