Ontem, em plena segunda-feira, tive o privilégio de ser convidada a passar a hora feliz a comemorar o aniversário do grande aminco Lud. Conforme nos aproximamos da casa dos trinta, começam as brincadeiras com a idade... Vêm as rugas, os remédios obrigatórios, as alergias estranhas e os desandares do intestino em resposta aos alimentos ricos em colesterol ruim. Vem a barriga de cerveja. Vem a lei de Newton. E vem o sono.
Retomando um pouco das aulas de Estudos Clássicos, do primeiro ano de faculdade, o mito da juventude remonta aos gregos antigos lá em não sei quantos antes de Cristo. Morrer em glória era morrer guerreando, jovem e belo. Muitos consideram a Grécia Antiga o berço da nossa civilização (estou me referindo apenas ao mundo Ocidental, logicamente) e, por alguma razão bizarra, esta noção de que o belo e o bom estão na juventude se perpetuou ao longo dos anos e chegou até os dias de hoje.
Ainda que eu me renda aos cremes anti-idade (um dos meus vícios assumidos) e seja levada, por toda uma conspiração ideológica, a crer que atingimos o auge da beleza aos vinte, quero discordar dos gregos.
Alguns de meus amigos reclamam que eu não tenho mais pique para baladas de virar a noite, para shows lotados de pessoas grudentas e fedidas ou para estar na rua quando todos estão vomitando pelas sarjetas. É verdade. Eu não sei nem se é uma questão de pique ou de paciência. Eu perdi a paciência com lugares lotados. Passa longe da minha concepção de prazer ficar uma hora e meia em uma fila para que eu tenha o direito de pagar uma entrada exorbitante para entrar em um lugar abarrotado de gente suada, com banheiro nojento, bar lotado, comida ruim, barulhento e com gente bêbada me agarrando. Já se foram os tempos áureos em que eu era uma das pessoas fedidas e achava tudo isso o máximo.
Hoje sou muito mais adepta de um jantar a dois ou com amigos em um restaurante com comida gostosa, bom atendimento, estacionamento no local, sem filas, sem gente fedida. Sou capaz de virar a noite acordada sim, mas batendo papo com os amigos, jogada no sofá, tomando coca-cola gelada e com gás.
E tenho sono.
De vez em quando, como ontem, é legal fazer uma hora feliz com os amigos, num barzinho sossegado. Mas virar a noite de segunda para terça, não.
E estou tão feliz assim! Eu estou gostando muito de envelhecer, de ter mais sono mais cedo, de ter preguiça, de ter que malhar o dobro para ter metade do efeito, de ter que ser gente grande. É claro que o legal não é isso. Mas não há nada como ter a sensação de independência, de ser dono do próprio nariz, sem precisar provar isso para os outros. Pode até ser que tudo isso não passe de ilusão. Mas prefiro acreditar que, com o passar dos dias, não ficamos mais velhos, mas sim MELHORES.
Acumular experiência não pode ser menos glorioso do que morrer com chá de fita na adolescência.
pl.n. Miscellaneous items, remnants, or pieces. The American Heritage® Dictionary of the English Language, Fourth Edition copyright ©2000 by Houghton Mifflin Company. All rights reserved.
terça-feira, 22 de março de 2005
Ladeira abaixo (?)
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Pois é... Envelhecer é bom e chá de fita, sem dúvida, sux.
ResponderExcluirO foda é que eu gostaria de envelhecer com um mínimo de saúde, o que esta josta de sociedade tem feito o possível de tentar impedir.
De qualquer forma, concordo com você. Juventude é bom, mas falta a experiência para saber o que de fato é bom e, com isso, aproveitar melhor.
Às vezes creio que na juventude gostamos destas tosqueiras por uma simples e simplória razão: falta de parâmertros. (^=
Beijoca!
Os mais velhos dizem por aí que nossa geração está apresentando muito cedo esses inconvenientes causado pelo tempo. Se isso for verdade, só posso concluir que a qualidade de vida piorou horrores da época deles até hoje. Macacuas que afetam a saúde a parte, envelhecer de fato não é ruim. A cada ano aprendemos a valorizar mais aquilo que, indiferente ao inevitável passar do tempo, continua preenchendo nossa vida de satisfação. A reunião de ontem foi ótima, valeu! :-)
ResponderExcluirProxima fase:
ResponderExcluirComecar a dizer que eh como um vinho...kkk...
;)
envelhecer eh legal.. o problema sao as dores nas costas, nas juntas, o fato de ficar com mto sono se nao dormir pelo menos 423543 horas.. ahahaahha
ResponderExcluirbjs
Ih, nesses meus 15 anos já tenho dor nas costas e realmente não curto ir em balada. To muito velho pra idade? Sei lá, prefiro show de rock do que ficar naquele lugar ouvindo tecno(dance? bah, td mesma coisa).
ResponderExcluirNão sei vc, mas minha mãe ja passou dos 40 e se acha A jovem! =P
Acho que você disse tudo: falta paciência depois de certa idade. Percebo isso comigo também; já não tenho muita paciência com coisas que eram absolutamente cotidianas há muito tempo.
ResponderExcluirOntem a minha foi extendida...
ResponderExcluirOlá, muito legal esse seu blog. Vim, vi e gostei. Curti um a um dos seus posts. E voltarei um montão de vezes mais.
ResponderExcluirBeijabrações
Luiz Alberto Machado
Comecei a sentir que estouficando velha quando a gente demora 3 dias para se recuperar de uma noitada! haushuas
ResponderExcluirSinto dores nas costas, tenho bursite, ainda não uso cremes antirugas, mas virei escrava do AC....
Talvez o grande mal da idade seja a intolerancia! Essa coisa de não gostar de lugare lotados, com banheiro fedido, gente grudando realmente torrou a paciencia!
To aqui lembrando do show do maiden lotado de fans de FOTD.. e eu desejando que eles sumissem da face da terra para que eu e aqueles que curtem das mais antigas pudessem curtir o show com mais conforto e tranquilidade... Mais um pouco reclamar a falta de cadeiras para a gente sentar!
Éhhh to ficando véia....
E cada vez mais intolerante!
Se isso é ser melhor, eu realmente não sei dizer!
Bjus
Tem horas que eu me sinto pior...
Oi Patrícia,
ResponderExcluirNossa, quanto tempo.
:)
Parei mesmo de escrever no blog... estou tentando voltar, vamos ver se vou conseguir tal feito.. hehehe
Bjous :*