sábado, 31 de dezembro de 2011

¡Buenos Aires! y Feliz Año Nuevo

Estou de volta. Cansadíssima, mas feliz.

Esse negócio de viajar a Buenos Aires para bater cartão nos pontos turísticos, fazer compras e ainda querer pegar aulas de tango e milongas é bem cansativo. Vou querer voltar só para fazer o circuito tango e esquecer o resto!

A única decepção que trago é que não tive muita oportunidade de praticar meu parco espanhol. Parece-me que o real forte em relação ao peso argentino causou uma invasão brasileira e o idioma oficial lá é o portunhol. Quando eu perguntava as coisas em espanhol, me respondiam em portunhol. ¬¬

Algumas dicas para marinheiros de primeira viagem:

- Leve reais e não troque tudo de uma vez. Muitas lojas e restaurantes aceitam reais e o câmbio varia muito. Às vezes compensa pagar em reais. E antes de trocar, consulte sites como o www.dolarhoy.com para saber onde conseguir a melhor cotação.

- Para se locomover, diferentemente de São Paulo, o metrô nem sempre compensa, pois o tempo de espera dos trens pode não valer a pena. Fora a muvuca. Táxis são baratos e, mesmo que a distância seja grande, a cidade não tem tanto trânsito. E para distâncias curtas, caminhar é tranquilo, já que a cidade é plana e fácil para se orientar.

Buenos Aires Bus
- Muito melhor do que city tour de hotel, a cidade oferece um em ônibus de dois andares, partindo da Florida x Diagonal Norte. Os ônibus saem de 20 em 20 minutos e você pode descer e depois pegar outro com o mesmo bilhete. Dá para comprar bilhetes de 24h (70 pesos = mais ou menos 30 reais) ou de 48h (90 pesos = mais ou menos 40 reais). Tem gravações em vários idiomas e você bate cartão em todos os pontos turísticos da cidade. Mais informações em www.buenosairesbus.com

Must-see:

Café Tortoni
- Café Tortoni: bem turístico. A comida é boa e o lugar é lindo. Ilustres como Carlos Gardel e Jorge Luis Borges passaram por ali.

- Plaza Cortázar (ou Plaza Serrano): para curtir a noite em um dos vários bares ao redor da praça.

- Feira de San Telmo: feira de antiguidades que acontece aos domingos. É bem parecida com a paulistana feirinha da Benedito Calixto, mas vale a pena dar um pulo lá para olhar as quinquilharias. E dá direito a orquestras de tango tocando na rua e a sacadas de marketing excelentes como esta:
Feria de San Telmo

- Freddo: tem um em cada esquina. Maravilhoso. Uma bola de sorvete custa 6 pesos (mais ou menos R$2,50, contra os oito reais do nosso Sottozero). O de dulce de leche é um clássico, mas eu achei doce demais, até mesmo para padrões brasileiros. Mas, when in Rome... =)

Caminito
- El Caminito: lugar bem turístico, onde você pode tirar fotos fingindo dançar tango, comprar lembrancinhas e apreciar os artistas. Achei muito legal na primeira vez que fui (quando passei por Buenos Aires, em 2003), mas acho que uma vez só basta. =) Dizem que é bem perigoso ficar andando pelo bairro fora da área do Caminito, mas eu não testei. A única outra atração da região é o estádio do Boca Juniors. Mas, como meu interesse por futebol é nulo, só passar na frente de ônibus me bastou.

Cementerio de la Recoleta
- Cementerio de la Recoleta: se o sol não estiver rachando, refugiar-se no cemitério é um passeio bem legal. Dá para passar no túmulo de Eva Perón e deixar umas flores, se quiser. Bizarro ter um cemitério como ponto turístico, mas é um must-see de Buenos Aires. Todas as grandes avenidas estão enterradas lá. Para passar a eternidade lá custa caro, mas para dar uma voltinha não custa nada.

- Av. Córdoba e arredores: na altura do número 4500 começam os outlets. Para quem vai para a Argentina para comprar roupas ou tênis, é o paraíso. 

- Parrilla argentina: sem comentários! A carne é boa, macia e bem temperada! Tem que tirar o chapéu mesmo! Estou quase vegetariana de tanta carne que comi por lá. E acho que vou ficar um bom tempo sem comer carne vermelha...


Tango:

- Para aprender a dançar, é melhor pegar aulas antes de ir para lá. As aulas que peguei lá, apesar de admitirem iniciantes, são melhor aproveitadas se já souber o básico. Até porque fica difícil entender as figuras se não souber o nome de alguns movimentos básicos.

- Os shows de tango são para turista ver. Coreografias ensaiadas, movimentos excessivamente dramáticos, giros e saltos e acrobacias e tudo o mais. Vi um, pois, afinal de contas, ver acrobacias é sempre bacana. Mas muito mais legal (e infinitamente mais barato) ir a uma milonga e ver os velhinhos de 120 anos dançando (muito melhor do que você).

- Sapatos de tango: o atendimento das lojas é impressionante. Os vendedores são muito atenciosos e... sinceros! Eles te dizem se ficou bom ou não, se está grande aqui ou ali ou se vai te machucar o pé. Não ficam tentando te empurrar nada. Mulheres, mesmo não tendo a menor intenção de dançar tango na vida, os sapatos são lindos e bem mais confortáveis que sapatos tradicionais. Diz-se por aí que são os melhores sapatos do mundo =) Na foto um dos pares que comprei. Preços variam em torno dos 100 - 130 dólares o par. (Se for comprar no Brasil sai infinitamente mais caro) Duas lojas legais são a NeoTango, onde dá para escolher entre trocentos modelos com três tamanhos diferentes de salto (6.5, 7.5 ou 9.5cm) e que faz sapatos bem confortáveis e a Comme Il Faut, que tem modelos menos tradicionais, com cores e texturas diferentes, todos lindos. E o mais incrível destas duas lojas é que não só elas trabalham com o meu número (33 aqui no Brasil), mas também oferecem enorme variedade de modelos. Não sabia se ficava feliz ou desesperada. =)

Se volto para Buenos Aires? Com certeza.


***


Como demorei muito para escrever a postagem, já é dia 31. E como não sei se vou escrever mais, aproveito para desejar um 2012 maravilhoso e cheio de conquistas a todos que me leem.


Que não esperemos que 2012 seja um ano melhor, mas que sejamos melhores nós mesmos. =)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Tempo!

Sei que acabei de voltar, mas já vou! Volto antes do Ano Novo, a tempo de postar minhas resoluções =)

Isso, é claro, se os aeroportos não entrarem em greve...

Hasta la vista!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

De folga, finalmente.



Nem acredito que este semestre acabou.

Quando aceitei a proposta da segunda escola, já sabia que seria puxado. Mas fui em frente. Passei de agosto a dezembro trabalhando 14h por dia.

Sou a prova viva de que quando resolvemos algumas coisas, e resolvemos de coração, o mundo conspira para nos ajudar.

Muitos se perguntaram se eu estava tentando ficar rica. Rica? Desculpe, mas qual a parte do "sou professora" você não entendeu?

Não trabalhei 14h por dia para ficar rica. Até porque o trabalho toma muito do nosso tempo para podermos ficar ricos. (Mas isso é assunto para outra postagem).

Trabalhei 14h por dia porque isso fazia parte de uma meta maior, de médio prazo. E que finalmente está se concretizando. Não sei se minha satisfação maior vem do fato de que as coisas estão acontecendo como planejei ou se vem do fato de que eu consegui sobreviver cada um dos passos que estabeleci. É a primeira vez na vida que consigo atingir alguma coisa de médio prazo que fui eu mesma quem decidiu!

Este semestre que passou foi exaustivo, mas arrisco dizer que foi o mais fascinante em toda a minha vida profissional.

Lembro-me de quando entrei na faculdade de Letras. Meu objetivo, ao prestar vestibular, era bem idiota: conseguir um diploma e melhorar meu salário de professora. E só para eu quebrar a cara, me apaixonei pelo curso. E a cada dia meu objetivo de conseguir o diploma se tornava mais e mais insignificante perto de todas as outras coisas que o curso me proporcionava.

E esse semestre foi semelhante. Quando aceitei a proposta de ser professora de educação infantil (pasme!), meu objetivo era conseguir uma remuneração um pouco melhor do que em escolas de idiomas, ganhar experiência com crianças e mostrar no meu currículo que eu era mais versátil do que parecia. 


Grata surpresa.

A professora de adolescentes e Business English se jogou de cabeça. Tirei o esmalte roxo e as unhas compridas, tirei o rosa do cabelo, tirei os brincos grandes, o relógio, os colares, abandonei o salto alto, vesti moletom, avental e tênis. Quando olhei para a foto dos meus alunos de dois anos, quase tive um ataque. E quando eles foram entrando na sala de aula, o pânico tomou conta de mim. Eu? Que nunca tive contato com crianças? Nem sobrinhos, nem primos, nada. E foi a experiência mais transformadora da minha vida.


Sou muito grata a todas as pessoas que trabalharam comigo nesta empreitada, que suportaram minhas crises de cansaço e stress extremo e, principalmente, sou grata às crianças, que me deram diariamente aquela dose de energia positiva para continuar trabalhando as 14h por dia. Quem diz que criança suga energia é porque nunca trabalhou com elas. Aprendi com esta experiência muito mais do que ensinei.


No final consegui tudo o que tinha como objetivo inicial - assim como eu consegui o diploma da USP lá no passado. Mas não há palavras para descrever o que ganhei a mais.


2011 começou bem mal, mas deu tempo de virar o jogo. Ufa. Agora é descansar para ter uma boa colheita em 2012 do que comecei a plantar em 2011. =)


Agora vocês já sabem por que andei sumida do blog.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Mundo, mundo, vasto mundo

E aí, Raimundo? O que vai ser?
Pastel de queijo ou viagem de balão?
Colher de sopa ou moda de violão?

Sei não!

domingo, 6 de novembro de 2011

14 horas por dia

Olha, eu não sei se voltei ou não. Estou bem sem tempo. Quando estiver trabalhando menos de 14h por dia, volto em definitivo.

terça-feira, 28 de junho de 2011

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Dia dos Namorados

Quando estamos com alguém, escolhemos estar com essa pessoa. Não só no dia do casamento, ao dizer "sim". Não só no dia do "quer namorar comigo?".

O "sim" é uma escolha diária.

O "sim" é uma atitude diária.

O amor? Ah, o amor.

Ele vem de todas as formas e de todos os tamanhos. Como é possível padronizar, pasteurizar, massificar o amor?

A tentativa de comercializar o amor é ridícula (e todo mundo cai nessa). E aí não vale nada. 

Eu desisto de racionalizar. Não há razão no amor. Para alguns, o amor é insano, enorme, romântico, poético e volátil. Para outros, é pé no chão, cheio de regras e leis. Porque a roupa é diferente a essência não existe?

O amor dos outros não é como o seu.

E nenhum é como os comerciais da televisão.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Economia(s)


Há alguns tipos de mesquinharia que são difíceis de entender.


Entendo uma pessoa que diz que não vai ao teatro com você porque não pode gastar dez reais. Vai saber da vida da pessoa. Vai saber que dívidas e que prioridades ela tem. Até entendo que você não queira oferecer a entrada ao amigo (é difícil, mas entendo. Às vezes não dá mesmo. E às vezes a companhia nem é tão boa assim, sei lá. Vai saber).

Também entendo uma pessoa que não compra um livro, ou um filme, ou um álbum. Que vai baixar de graça da internet, mesmo sabendo que está deixando de pagar royalties para um escritor, ou diretor, ou músicos (e todo o restante da equipe) que trabalharam, assim como eu e você trabalhamos, para que aquilo existisse. Até isso eu entendo. Que atire a primeira pedra quem nunca pirateou nada.

O que eu não entendo, honestamente, é economia de afeto.

Afeto que fica dentro de si não cresce, não rende e não se multiplica. Afeto só se multiplica quando você entrega.

Em que se ganha ao economizar um elogio ou uma palavra carinhosa? Em que se ganha ao economizar "eu te amo"? Alguém me explica, por favor? Não tem lógica. (Exceto, é claro, quando não se ama ou quando o elogio não é sincero. Acho que uma crítica bem colocada é um ato de carinho maior do que um falso elogio. Aí, tudo bem. Entendo a economia. É uma questão de sinceridade.)

Uma vez recebi, na função de coordenadora, a visita de um pai de aluno. Ele estava ali para resolver uma pendência financeira e aproveitou a visita para conversar comigo. Ele agradeceu por termos feito seu filho aprender e, principalmente, feito com que ele gostasse e se interessasse pelo curso. Ele disse que o filho gostava muito do professor e do modo como ensinava, das atividades e curiosidades que trazia. 

Eu poderia ter seguido com os compromissos da minha agenda apertada, simplesmente. Mas fiz questão de chamar o professor em minha sala, para comunicá-lo do ocorrido. Com ou sem essa informação, o professor teria continuado com o seu trabalho. Mas eu achei importante que ele soubesse que seu trabalho estava dando resultado e estava sendo reconhecido. Tenho certeza de que, ao colocar a cabeça no travesseiro à noite, este professor  pensou: "estou no caminho certo".

O professor continua fazendo o seu trabalho. A empregada continua limpando. O médico continua operando. O filósofo, filosofando. O mundo não vai parar porque não ouviu que é importante.

Ninguém morre por falta de afeto. Fato. 

Exceto o afeto em si.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Trilhos

Há períodos em que é difícil se manter nos trilhos. Ou o trem vai muito rápido ou o condutor está bêbado demais. Não importa. Por vezes é necessário desacelerar para evitar o descarrilhamento. E tudo bem sair dos trilhos um pouco. Mas tem que voltar, ainda que sua estrada férrea não seja linear, plana e cor-de-rosa como se espera.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Eu tenho medo do mesmo

Anos ímpares são anos de mudanças. Parece-me que todos os grandes acontecimentos da minha vida mais recente se deram em anos ímpares. (Os anos pares são anos de acomodação)

Foi em 1997 que entrei na USP. Em 1999 comecei a dar aulas em escolas de idiomas. Em 2001 decidi seguir carreira acadêmica. Em 2003, desisti. Em 2005 comecei a trabalhar, pela primeira vez, em empresa (e não em escola). Em 2007, desisti das empresas. Também foi o ano em que me casei. Em 2009 me separei.

Cadê a minha grande mudança de 2011? 

Tem gente que tem medo de mudanças. Eu tenho medo do mesmo (e não é o do elevador). Socorro.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Matemática

Mundo estranho esse
Menos com mais dá menos
Mas menos com menos dá mais.
Eu sou tempestade. Você é deserto.
Se somos somados, dividimos.
Se separados, subtraídos.


Eu, sozinha, multiplicada.


Fonte: http://petmtmbrasil.blogspot.com/

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Lírica (?)

Tenho em mim tudo o que não tenho.

O calor de seu abraço.
O sabor de seus lábios.

A poesia que perdi.

domingo, 24 de abril de 2011

Overrated II

http://atomicwhoopeecushion.deviantart.com/art/Normal-Is-Overrated-126628019
Ovo de Páscoa... overrated
Sexo... overrated
TOC... overrated
Hiperatividade... overrated
Igualdade de direitos... overrated
Segurança no trânsito... overrated
Politicamente correto... overrated
Magreza... overrated
TPM... overrated
Casamento... overrated
Trabalho... overrated
Humanidade... overrated?

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Mulher de fases, e não é a dos Raimundos

Passada a fase de "morro-de-dó-de-mim-mesma" e a fase de "que-se-dane-o-mundo-vou-me-fechar-na-minha-concha" e "que-se-dane-o-cartão-de-crédito-vou-estourar-mesmo", entrei numa fase sem nome ainda.

Passou a revolta. Repensei todas as minhas decisões. Aceitei que as pessoas erram e que errar é humano e que, ainda que às vezes eu pense ser uma espécie de semideusa que tem total controle sobre minha vida, ainda sou humana e, portanto, tenho o direito de errar e de perder o controle vez ou outra. E penso também que tudo o que fiz faz parte de quem sou e que não dá para se condenar por escolhas que fizemos lá em mil novecentos e nada. Na época pareciam ser as melhores escolhas. E às vezes escolhemos por pura falta de escolha. Vai saber se eu conseguiria ter feito diferente.

É isso, sabe? Em conversa com uma colega de trabalho tão perfeccionista quanto esta que vos fala, proferi a seguinte frase: "Às vezes 'bom' é ótimo e 'excelente' é péssimo. Dar conta de tudo mais ou menos é melhor do que excelência nisso ou aquilo e deixar todo o resto a desejar".

E com a vida é assim também. Tudo o que fiz foi achando que seria o melhor possível. E talvez tenha sido. Não tenho títulos, não tenho reconhecimento, não tenho certificados, não tenho bens, mas tenho uma coisa que achava que todo mundo tinha e descobri que a maior parte das pessoas não tem: vida.

Vivo em qualidade, quantidade e intensidade.

Quantas pessoas de 32 anos podem dizer que já participaram de concurso de merengue no Chile completamente bêbados e com a roupa suja de lama? Quantas podem dizer que tocaram para mais de 300 pessoas uma música própria numa banda de garagem (com toda a galera cantando o refrão junto)? Quantas podem dizer que prestaram vestibular para sete carreiras diferentes, passaram em todas e sortearam para saber qual cursar, aí não gostaram do curso e, mesmo tendo passado na USP, desistiram depois de dois anos e foram prestar vestibular de novo? Quantas tiveram a manha de caronar mais de 3600km em uma só viagem? E viajar para ficar uma semana na Chapada dos Guimarães e acabar ficando o mês? Quantas tiveram bolsa de iniciação científica da Fapesp? E quantas sentaram numa mesa de bar para tomar uma cerveja com o Iron Maiden? Quantas se perderam no metrô em Paris sem saber falar francês? Quantas socaram um ladrão? Quantos corações partidos? Quantas partidas? Quantos casaram de branco, num espartilho que impedia a respiração? E quantos tomaram a decisão de separar? Quantos fizeram poesia? Quantos trabalharam em mil empregos com mil funções diferentes (de negociar vendas milionárias até lavar prato e passear cachorro, não necessariamente nesta ordem)?

E quantos fizeram tudo isso na mesma vida?

Não sou melhor do que ninguém, mas enquanto o povo estava tirando certificado, acumulando bens e se batendo por dinheiro reconhecimento, eu estava vivendo, fazendo coisas, me tornando uma pessoa mais interessante.

Agora vou correr atrás do prejuízo e tentar arrumar títulos e bens. Mas ó: eu fiz um montão de coisas. Não deixei para fazer na aposentadoria (porque acho que viver com o objetivo de se aposentar é muito podre). E vou continuar fazendo coisas, sabe? Aula de tango, enfim. Não tenho certificado de nenhuma das coisas que fiz, mas certamente tenho histórias para contar...

quarta-feira, 23 de março de 2011

Daqui pra frente

Muito bem. Declaro que, a partir da presente data, acabou a autopiedade e consequente autoindulgência. O que foi, foi. O que não foi, não foi. Mas o que será começa agora. Me aguentem.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Crítica

Quando estava ainda na faculdade, fiz Iniciação Científica. Trabalhei com um orientador que não elogia. Era crítica depois de crítica. E ele era grosso mesmo. Chegou a amassar e jogar meu projeto no lixo, na minha frente, mais de uma vez. Mas me mantive firme e, depois de três meses enfiada na biblioteca, consegui rascunhar alguma coisa minimamente aceitável, nas palavras dele.

No decorrer do trabalho, a dinâmica continuou a mesma. Isso aqui está um lixo. Isso está uma droga. Isso não faz sentido. Isso isso, isso aquilo.

Até que, num belo dia, conheci um de seus outros orientandos. Sua saudação foi "Finalmente estou conhecendo a famosa Patrícia!". Minha reação foi de total surpresa. "Famosa"? Ele continuou, dizendo que todo o grupo de orientandos recebeu uma mensagem de email com o meu projeto em anexo, em que o nosso orientador se rasgava em elogios e dizia que aquilo deveria ser tomado como um exemplo.

Não sei se deveria ter me sentido lisonjeada, mas o fato é que me senti traída. E, quando o confrontei, ele me justificou dizendo que um aluno elogiado é um aluno conformado. Que um aluno só anda para frente sob crítica. Entendi sua posição, mas ao longo dos meses minha motivação foi murchando. Eu me sentia um lixo, um fracasso total, não tinha mais vontade de prosseguir na pesquisa. Qualquer esforço meu seria em vão, porque meu trabalho nunca estaria à altura. Quando terminei o relatório final, tinha a nítida sensação de que poderia ter feito algo muito melhor.

Essa luta por perfeição é uma luta perdida, na minha opinião. Acho que sim, devemos sempre tentar ir para frente. E sim, a crítica pode ajudar a impulsionar alguém que está sentado e acomodado. Mas ninguém vive de crítica.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Fracasso

Tem dias em que os nossos fracassos pesam mais do que deveriam.

Pode ser ainda conseqüência da dengue (sim, passei o Carnaval com dengue. E eu achando que meu maior problema ia ser o samba). Pode ser o fato de meu ex-marido ter vindo me procurar para saber se pode solicitar a conversão da separação judicial em divórcio e eu não ter um puto de um real para poder pagar um advogado e resolver essa merda de uma vez por todas. E, falando nela, também pode ser a puta falta de grana que me persegue desde o início do ano e que deveria ser temporária, mas não está sendo. Pode ser o meu olhar para trás e ver que não fiz nada do que esperava ter feito da minha vida. Eu deixei minha carreira de lado porque resolvi me casar e ter filhos. Não fiz nem uma coisa nem outra e nem outra. E agora eu arrumo vontade para voltar a estudar? Arrumo tempo e disposição e dinheiro para isso? 

Sabe... Estava pensando nas pessoas que conseguem tirar forças do além para recomeçar aos quarenta, aos sessenta... Como pode alguém não ter forças para recomeçar aos trinta e dois? Não pode. Eu sei que passa. Tem que passar. É inadmissível não passar. Mulher tem que ser forte, independente e o caralho, não tem? Mas hoje, só hoje, vou terminar o dia morrendo de dó de mim mesma, com uma xícara de chá COM açúcar, e esperar que amanhã seja um dia melhor.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Ajuste de prioridades


Há cerca de seis meses tive um conversa interessante com uma pessoa que mal chega a ser um conhecido. Esta pessoa acompanhava o amigo com quem eu fui almoçar. Mal sabe ela o impacto que teve em minha vida.


Na época, confesso que achei engraçado. Adotei como experimento e o resultado está sendo fantástico.

A frase impactante foi algo do tipo: "Todos os dias eu jogo meia-hora de videogame."

A reação racional foi: "Ah, que folga! Se eu tivesse meia-hora para jogar videogame todos os dias, seria um privilegiado."

E aí aconteceu a mágica. Ele disse: "Bom, depende da sua prioridade. A minha é jogar videogame. Não é fazer freelance, nem hora extra. Se tiver serviço, eu vou fazer com o saco e o tempo que me restar depois de jogar minha meia-hora de videogame."

Normalmente fazemos o caminho inverso. Nos entupimos de trabalho e, se sobrar algum tempo livre (o que é raro), pensamos no que fazer. (Mas somos pouco criativos e acabamos assistindo televisão mesmo).

O mesmo se aplica a finanças. Aprendi a me organizar financeiramente invertendo a ordem das coisas. Assim que recebo, aplico uma parte. E eu que me vire para viver com o resto. Se eu viver o mês e deixar para aplicar o que sobrar, nunca sobra nada (e às vezes ainda termino devendo).

Foi genial ver alguém aplicar o mesmo princípio das minhas finanças, só que em outro campo e de um jeito inusitado. É importante notar que não se trata de um ato extremamente ambicioso. Meia-hora de videogame. Pronto. Pode ser meia-hora de qualquer coisa. Não é nada ambicioso ou ousado demais que não possamos gerenciar. O dia tem 24h, dizem por aí. Trabalhamos umas 10h ou 12h (privilegiados trabalham menos) e passamos 3h nos locomovendo entre trabalho-casa (privilegiados passam menos tempo). A matemática não é difícil. Sendo otimista, 24 - 10 - 3 = 11.

Nestas onze horas vamos colocar o tempo de sono, o banho, refeições, manter a casa arrumada e limpa, cuidar dos animais de estimação, manter uma vida social mínima (conversar com pessoas que moram com você, atualizar redes sociais, etc.) e... freelances e horas extras e preparação para trabalhar no dia seguinte.

Em geral, o que acontece é que, para jogar a meia-hora de videogame tiramos essa meia-hora do sono. E aí ficamos achando que é privilégio o cara jogar todos os dias. Não é. Ele só trocou. Ao invés de tirar do sono, ele tirou do trabalho.

Já faz muito tempo que não tenho qualquer tipo de hobby. (Me desculpe quem acha que assistir televisão, ler um livro ou jogar videogame é hobby. Para mim, isso é passatempo. Hobby, na minha opinião, é algo que envolve criatividade, de alguma forma. É algo que a gente faz ativamente. Daí o nome atividade.) E, ao organizar minha agenda esse ano, pensei que vou ter pelo menos uma atividade que não seja o trabalho. No caso, está sendo o tango (que, aliás, estou adorando). Na quarta-feira, naquele horário, não dou aula, não dou consultoria, não faço tradução, não vendo minha alma.

A grana apertou sim, é claro. Faz diferença. Além de não estar recebendo naquele horário, ainda estou pagando! Mas, hoje, só consigo pensar: "Como foi que consegui viver tanto tempo para o trabalho e somente para o trabalho?"

Estou empolgada. Queria fazer tantos outros cursos! Ourivesaria, cerâmica, canto, academia... Mas aí penso na meia-hora de videogame. Ele consegue a meia-hora justamente porque é meia-hora, e não três ou doze. Uma coisa de cada vez. Vai demorar mais para eu comprar o apartamento, mas vou ter menos cabelos brancos quando a hora chegar.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Controle-se, mulher

Sei que é difícil resistir.

Mulheres possuem vocação natural para agradar a quem quer que seja. Nossa aparência é mais agradável, nossos cabelos são mais sedosos, nossa voz é mais doce, nossas mãos são mais macias. Parece que fomos feitas para isso, não?

Controle-se, mulher.

Coloque-se no lugar do outro. Toda mulher já teve aquele (ex-)namorado chatíssimo que ligava duzentas vezes por dia "só para ouvir a sua voz", que não a deixava abrir a porta do carro (e ficava ofendido quando você abria a porra da porta), que fazia questão de andar do lado "certo" da calçada (cavalheiro sempre no lado da rua, gente. Na falta de rua, cavalheiro à direita e dama à esquerda), que nunca a deixava pagar a conta, que lhe trazia flores a cada dois dias e bichos de pelúcia a cada semana, que deixava bilhetinhos para você encontrar ao longo do dia (na sua bolsa, na sua carteira, no seu carro, na sua gaveta de calcinhas, debaixo da pia...), que a buscava e levava para tudo quanto é lugar (inclusive, a surpreendia na porta da faculdade, com um buquê maravilhoso e e-nor-me de rosas colombianas vermelhas... justo no dia daquela cervejada épica com a galera... mas ele tinha planejado uma noite romântica no restaurante chique!) e que dizia tanto "eu te amo" que você chegava a se perguntar se faltava vocabulário para que o moço pudesse discorrer sobre assuntos um pouco mais interessantes.

Parece o cara perfeito, não? Ele certamente achava que estava fazendo tudo certo, que estava sendo romântico e tal. Às vezes a gente perde a noção. Às vezes também não sabe o que quer. Mas uma coisa é certa: o que vem fácil e vem em excesso é um saco.


E a máxima vale para os dois lados.

Da próxima vez que for tomada por uma vontade incontrolável de agradar o seu macho, controle-se, mulher. E agrade com moderação.

Não queira ser a ex-namorada-psicopata-maníaca-que-não-largava-do-meu-pé (sim, querida. Esse será seu apelido num futuro não tão distante se você continuar achando que ele quer ser agradado, cuidado, massageado e afofado em regime 24/7).

Lembra do seu ex-namorado que era um saco? Então...

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Two to tango

Não é exatamente nobre admitir que decidi tomar as aulas para vigiar o namorado, eu sei. Mas, veja bem... Não é que ele tenha entrado para o time de futebol ou começado a disputar racha em carros tunados... É tango, cacete. A dança sensual por excelência, na minha modesta opinião. Eu sempre quis fazer, mas acho que nunca tive a motivação certa. Ok. Aí está.

Motivações ridículas à parte, estou feliz de ter tomado a decisão de vigiá-lo, pois gostei muitíssimo da aula. E estava pensando que, fosse dez ou quinze anos atrás, eu simplesmente não conseguiria. Isso porque, como em toda dança, o homem conduz e a mulher é conduzida. E sempre achei difícil demais ser conduzida. E o medo de perder o controle? Como lidar com a minha própria ansiedade de não saber o que vai acontecer? Para onde isso vai?

Bem, estou tendo que aprender a perder o controle. A confiar no parceiro e a confiar em mim mesma. E acreditar que terei o equilíbrio para me mover com leveza e graça, não importando para onde sou levada.

Parece-me um ótimo aprendizado.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Um mês e meio depois

O grande problema de todos os vícios é a lavagem cerebral a que somos submetidos todos os dias de nossas vidas. 

Parar de fumar é fácil. Fala-se de vício químico e o escambau. Olha, todas as noites o fumante fica suas oito horas sem cigarro. (Tem aqueles que acordam no meio da noite para fumar, mas, mesmo esses, ficam, digamos, quatro horas sem cigarro, ok?) Se o vício fosse realmente somente químico, acho que conseguiríamos ficar as mesmas oito (ou quatro) horas sem fumar durante o dia também, não conseguiríamos? Tente. (Ou vão dizer que o sono fabrica nicotina?)

Como posso crer em um sistema que me diz para parar de fumar e reforça em cada cena do cotidiano o quanto o cigarro acalma nos momentos de estresse, alegra nas festas, traz vida ao momento do ócio, ajuda a concentrar, socializa o ser humano, ajuda na digestão e promove quase outro orgasmo se acontecer depois do sexo? Olha a foto aí do lado, gente. Não dá, né?

Quer um motivo para parar de fumar? Esqueça a saúde, esqueça a lei antifumo, esqueça o fedor, esqueça tudo isso. Nada disso me fez parar. Só me fez estressar mais e querer fumar mais. Se quiser parar, pare porque você não aceita mais a lavagem cerebral. Pare porque você se recusa a ser manipulado. Não pela nicotina, mas pela lavagem cerebral. Só por isso.

Pior do que o cigarro são as revistas femininas. Mas isso é assunto para outro post.


P.S.: Depois de tantos anos dando aula em escolas de idiomas eu sou obrigada a saber disso: happy Valentine's Day (para quem está fora ou para quem é de fora).


P.P.S.: Quem ainda não foi ver "Cisne Negro" (Black Swan), vá! Com certeza o melhor filme que vi nos últimos tempos. Até a atuação da Natalie Portman me agradou - algo absolutamente inesperado.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Curso expresso de locomoção urbana

Visando melhorar o lamentável trânsito que assola não só capitais, mas também cidades do interior, praias e, principalmente, centros comerciais, o Odds and Ends orgulhosamente apresenta o "Curso expresso de locomoção urbana". 

O curso é dividido em três módulos e cada um deles confere um certificado ao participante que obtiver aproveitamento mínimo de 70% (setenta por cento) nas provas prática e teórica.

Apresentação do programa:

Módulo 1: Como andar a pé: um passo depois do outro

Aula 1: Como ser visto
Aula 2: Como permanecer à direita se estiver andando com velocidade inferior à média das outras pessoas
Aula 3: Andando com sacolas e/ou malas
Aula 4: Andando com crianças de colo
Aula 5: Andando com animais
Aula 6: A faixa de pedestres: como reconhecê-la e para que serve?
Aula 7: Como utilizar um guarda-chuva sem cegar ou molhar os demais transeuntes



Módulo 2: Transporte público - Um desafio para todos


Aula 1: Introdução à Física: dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço
Aula 2: Como estar com o bilhete ou o dinheiro em mãos na hora de passar pela catraca
Aula 3: Como oferecer para segurar a mochila enorme e pesada da pessoa que está de pé
Aula 4: Como segurar a mochila enorme e pesada nas mãos para não atrapalhar a passagem se estiver de pé
Aula 5: Como não ficar na região das portas se não for descer
Aula 6: Física Avançada: por que deixar as pessoas desembarcarem antes de embarcar? 
Aula 7: Como utilizar escadas e escadas rolantes nas estações: pensando coletivamente


Módulo 3: Veículo particular

Aula 1: Introdução à Biologia: o veículo particular não o torna imortal
Aula 2: Introdução à Sociologia: o veículo particular não o torna melhor que os outros
Aula 3: Conhecendo o seu veículo: o que é opcional e o que é obrigatório
Aula 4: Mudando de faixa: como não matar ou aleijar motociclistas
Aula 5: Como estacionar sem ocupar duas vagas
Aula 6: Como dar a volta no quarteirão: parar a avenida não é o único jeito de acessar a rua que você precisava entrar

O curso é gratuito e as matrículas estão abertas.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Primeiro dia de aula

Não importa se fazemos isso há um, dois, dez ou quinze anos. 

Não importa se a aula está preparada, se há atividades o suficiente para seis horas de aula. 

Não importa se nós já trabalhamos com o livro seis, sete vezes antes. 

A sala dos professores em polvorosa, gente para lá e para cá com cartolina, papéis, tesouras, bolas, balões e caixas e mais caixas... A consulta ao relógio de parede a cada trinta segundos e aquela ansiedade no fundo do estômago... Aquela olhada no diário para conhecer os nomes dos alunos que vamos acompanhar pelo próximo ano e os segundos vagarosos e audíveis antes do horário da aula.

A última respirada antes de sair do quartel general. A sala dos professores é a última trincheira. Não há mais volta. 

Já estamos prontos para nos apaixonarmos pela próxima turma.

Que comece o ano letivo!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

And the winner is...

E Maomé escolheu a mesma montanha. 

Maomé escolhe a mesma montanha há cinco meses. A montanha era de outro profeta, mas Maomé não sabia. Aí a montanha mandou o outro profeta embora, mas não veio a Maomé. Maomé podia andar pela planície ou escolher outra montanha. Sim, podia. Mas aquela montanha era diferente. Maomé pirou. E sentou e esperou. Mas, como um profeta que se preze, Maomé cansou de esperar, pegou o carro e foi até a montanha. Estava Maomé já disposto a ir embora para caminhar numa planície. Ele então pegou seu cajado e seus parcos pertences. E a montanha vacilou. No vacilo, Maomé olhou para trás e não conseguiu ir embora. De novo.

http://fineartamerica.com/featured/pink-mended-broken-heart-carol-suzanne-niebuhr.html

Agora D. tem nome. E não é mais um não-namorado.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Apaixonada

Ele a viu assim que chegou ao restaurante. Chamou sua atenção imediatamente.

Uma mulher, sentada à mesa do canto, aguardava. Ela tinha um sorriso suave e bebericava uma taça do que parecia ser água com gás. Devia estar apaixonada, pensou.

Ele passou os olhos pelo menu e fez o seu pedido. Pensou que, se fosse o homem daquela mulher tão atraente, não a deixaria esperando. Jamais.

Para a sua surpresa, o garçom que atendia a mesa da mulher chegou com o pedido dela. Ela sorriu, agradeceu-lhe e começou a comer. Entre uma garfada e outra ela ocasionalmente sorria seu sorriso suave. Para dentro.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Filosofia de boteco III

Se a montanha não vem a Maomé, o que pode Maomé fazer?




Ou pegar o carro, ir até a porcaria da montanha e resolver o que tem que resolver. 


sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Filosofia de boteco I

Um(a) parceiro(a) traz cores para o seu mundo. Mas se o seu mundo é feio, incompleto e bagunçado, as cores não servem para nada. Ele vai continuar feio, incompleto e bagunçado, só que colorido. Não. Não. Nenhuma melhoria aí. Você pintaria o seu apartamento  com cores über legais, mas cujos móveis estão caindo aos pedaços, a luz está cortada, o esgoto não funciona e não tem internet?! Não faz o menor sentido. O seu mundo tem que ser um lugar legal. Aí sim novas cores vão deixá-lo um lugar melhor. #fimdepapo

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Como acabar com um casamento em 3 atos

Quem já teve um relacionamento longo e morou com a pessoa sabe bem do que estou falando. Como é possível ter um hiato sexual de meses sendo que se divide a mesma cama todas as noites? Tipo, é só esticar o braço! E o pessoal se produz, se perfuma, ensaia cantadas, tem que sair à noite e chegar na mulher e levar 19 foras antes de ouvir um "sim" e ainda tem que pagar o motel e levar a mulher para casa? "Sex is overrated", podem dizer os casados. Pode ser. Mas analisemos por outro viés...

Pergunta rápida: Você transaria com a sua mãe/pai?

Se a sua resposta foi: "EEEEEEEEWWWWWWWW!!!!!! É ÓBVIO QUE NÃO!!!!!!!", então você já está no caminho certo para iniciar o workshop "Como acabar com um casamento em 3 atos", inteiramente grátis, aqui no Odds & Ends!

Quer acabar com o seu casamento? Vire a mãe do seu marido. Olha como funciona:

Primeiro Ato

1) Ele _______________ (complete aqui com o que quiser. Algo que você não tolera. Por exemplo: não fecha a torneira para escovar os dentes, coloca a toalha molhada em cima da cama, não fecha a porta para usar o banheiro etc.)

2) Você dá bronca

3) Ele _______________ (complete com a mesma informação do item 1)

4) Você dá bronca de novo

5) Ele acha que você está enchendo, mas faz o que quer que seja que a está irritando de novo

6) E você dá bronca de novo!

7) Repita este ciclo por algumas semanas


Segundo Ato

Já diziam os professores de física do colegial (hoje é "ensino médio", mas na minha época era "colegial", tá?) que para toda ação há uma reação. 

Você se lembra de quando você tinha 14 anos e a sua mãe ficava te enchendo o saco para arrumar a cama ou sair do telefone? Qual é a reação normal? A rebeldia.

Pronto. Você acabou de transformar o seu marido num adolescente. 


E o que faz um marido adolescente? Vai pra rua tomar cerveja ou jogar bola com os amigos (na melhor das hipóteses).


E o que faz a mulher nessa situação? É incrível, mas ela dá mais bronca!!! E dá-lhe rebeldia adolescente!

Terceiro Ato

Agora, diga-me: quem é a única pessoa do universo que vive te dando bronca, mas te ama incondicionalmente e sempre te perdoa, ainda que te torre o saco 100% do seu dia? Quem??? Sim, você sabe a resposta. E não tem nada a ver com parceiro. Só mãe mesmo!

Você tem um adolescente em casa que você mesma criou. E você não é mais sua amante. E sim, sua mãe.

Repita a pergunta lá em cima. Se a sua resposta ainda for "Eca, que horror!" (e eu espero que seja, ou me avise para que eu corte relações com você), aí está a fórmula para arruinar seu casamento!

Parabéns! Você concluiu o workshop com êxito! Boa sorte no processo de separação e espero que seja amigável, pois advogados custam caro! Até o próximo workshop!