"No momento em que nos comprometemos, a providência divina também se põe em movimento. Todo um fluir de acontecimentos surge ao nosso favor. Como resultado da atitude, seguem todas as formas imprevistas de coincidências, encontros e ajuda, que nenhum ser humano jamais poderia ter sonhado encontrar. Qualquer coisa que você possa fazer ou sonhar, você pode começar. A coragem contém em si mesma, o poder, o gênio e a magia." (Goethe)
Parece-me que a parte mais difícil de um compromisso é assumi-lo. Depois que já está decidido, vira técnica.
Tomei uma decisão simples, porém importantíssima na semana passada. Recusei um emprego estável, que paga o dobro do que estou ganhando hoje. Não quis sequer negociar. Não importa o quanto a pessoa está disposta a pagar: não será suficiente. Não porque acho que mereço ganhar muito mais. Não é esse o ponto. Mas porque sei que serei, como sempre fui, descartável. Que quando o cara resolver que fiquei cara ou que estou faltando demais por afastamento psiquiátrico, serei substituída, minhas gavetas esvaziadas e não haverá sequer tempo de minha cadeira esfriar até que seja ocupada por um novo funcionário de uns vinte anos que trabalhe com o dobro de empenho (eu não disse "competência", friso) pela metade do salário. E não há como lutar contra isso. É fenômeno mundial.
Independentemente do que vai acontecer com o meu bolso, decidi que 2011 é o ano do investimento em mim mesma. Estou voltando para a universidade. Já tem seis anos que saí de lá. Serão sete no ano que vem. Número cabalístico. Tentativa de mestrado de número três. Outro número cabalístico. Desta vez eu termino! Já pensei muito em fazer pós em faculdade particular. Mas lembrei de um antigo lema meu mesmo: se é para fazer, faz direito (e não Direito, como também já considerei). Além disso tem a questão da grana. Não estou disposta a vender meu carro para pagar um curso particular que não vai aumentar mais do que alguns centavos na minha hora de trabalho. E que, possivelmente, não vai me acrescentar muito mais do que já aprendi com a experiência.
Tanto o mundo já começou a conspirar que começaram a aparecer algumas ideias para o projeto. Aguardem-me. Vou desemburrecer.
Patricia e os compromissos, o trabalho, a coragem... Quantas virtudes foram sintetizadas por voce quando recusou o emprego? Tem momentos que esse blog é um soco!!!
ResponderExcluirFiquei feliz com a iniciativa da retomada da vida academica (Meu Deus que frase) que venham as idéias!!! Abracos
Visito sempre aqui e acho bacana. Eu não entendi uma coisa: você começou duas vezes o mestrado e largou? Foi isso?
ResponderExcluirBjs!
Verdade. Quando a gente se mova, o mundo a nossa volta se move tbm.
ResponderExcluirTer objetivos claros, um norte, é muito bom porque a partir disso você ja pode trilhar um caminho bem definido.
O mais importante de tudo é que a partir do que você deseja para a sua vida, fica estabelecido tbm aquilo que você não quer.
E Felicidade não tem preço né!
Boa sorte!
Go for it!
ResponderExcluirAdoro ter amigos desemburrecidos!! ahahaah
Bom, não acho que um strictu sensu numa instituição particular seja menos merecedor de investimento do que uma instituição pública. Acho que de qualquer forma, aprendemos alguma coisa. Vc pode fazer strictu sensu na USP e também não ter alteração nenhuma de salário depois. Acredito que em qualquer coisa que investimos em nós mesmos, aprendemos alguma coisa e podemos fazer dinheiro com ela. Talvez o ponto seja esse e não o ato em si das tentativas que não deram certo.
ResponderExcluirKisu!