segunda-feira, 19 de junho de 2006

Não é nada pessoal...

Não estou de mal de ninguém, nem dos supostos vírus do Orkut, nem da internet e nem da Copa (um pouco da Copa sim). É falta de tempo mesmo. Mesmo com o meu próprio método super-revolucionário de otimização de tempo, continuo sem tempo. De onde concluo que tempo é feito da mesma matéria que dinheiro: algo extremamente volátil. Tão volátil que só de pensar nele, já acabou.

Falando em tempo, enquanto eu lavava a cabeça, estava botando a cachola para funcionar, no único momento do dia que não estou sendo bombardeada por futebol. (Porque, honestamente, botar o rádio no volume máximo para conseguir ouvir debaixo do chuveiro é coisa de drogado. Nada contra as drogas. Cada um se mata como quiser. Câncer, drogas, cigarro, cirrose, batata frita... Tudo chega no mesmo lugar, mas drogas combinadas a italianos surdos pode gerar ódio na vizinhança). E tive uma idéia para escrever um conto. Faz muito tempo que não escrevo nada para mim. Esse negócio de trabalhar muitas horas por dia, usando a cabeça, é meio nocivo. O tempo e a disposição que temos vai integralmente para os outros. É só acompanhar o abandono do presente blogue para ver que faz sentido. Até tentei desenvolver um cérebro anexo, para trabalhar quando o cérebro principal esgota. Mas acho que este poder de multiplicação celular só se aplica ao estômago.

Mas voltando à Copa, o que tem a ver fazer barulho com essas malditas buzinas de plástico e ser patriota?

Hoje um vendedor ambulante me acusou de anti-patriotismo porque eu era a única no semáforo sem a bendita bandeirinha pendurada (e escangalhada, diga-se de passagem) do lado de fora da janela do carro. he he he. Desculpe-me, senhor moço, mas ser patriota é bem diferente de ser torcedor. Eu até gosto de assistir aos jogos. Mas recuso-me a associar a idéia de patriotismo a uma buzina verde ou a uma bandeira de plástico que vai ficar arrebentada do lado de fora do meu carro, enquanto o Orestes Quércia e o Paulo Maluf fazem campanha eleitoral na televisão e ninguém acha nada.

Pão e circo. Bolsa-família e futebol.

Aliás, a melhor hora para pegar a estrada no domingo foi às 13h. Cheguei a tempo de ver o segundo gol do nosso time capenga e presenciar o patriotismo das crianças da rua com suas buzinas verdes e amarelas.