segunda-feira, 16 de novembro de 2009

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Coisas que não acontecem quando você corre na esteira

1) Saber que só tem água dali a 3km.
2) Um pássaro cagar na sua cabeça. (Ainda bem que eu estava de boné)
3) Os carros buzinando e os peões da obra gritando enquanto você passa.
4) Ter que esperar, correndo no lugar, para atravessar a rua.
5) Não saber onde enfiar a chave do carro.
6) Ficar queimada de sol com a marca do top porque o seu filtro solar derreteu com o suor.
7) Ter a certeza absoluta de que a gordinha e o senhor que te ultrapassaram estão realmente correndo muito melhor do que você.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Fotografia digital

Na escola em que trabalho vamos fazer um amigo secreto diferente este ano: cada um deve levar uma foto sua de bebê e uma foto atual. A foto atual fica no mural, identificada. E a foto de bebê será usada no sorteio, ao invés de sortearmos papéizinhos com o nome da pessoa. Quando fui informada, pensei que seria difícil conseguir uma foto minha de bebê, mas até que foi fácil. A missão impossível foi achar a foto recente.

A minha foto em papel mais recente data de março de 2003, da viagem que fiz à Patagônia - o que coincide com a última vez em que usei câmera tradicional.

A foto digital banalizou o ato. Ninguém em sã consciência gastaria 12 de 36 fotos para registrar alguém comendo, falando ou olhando para o nada (a não ser que essa fosse uma pose ensaiada, é claro). E ninguém sai correndo para a ótica, morrendo de curiosidade, para mandar revelar o filme (ainda que naquele de 1 hora), pois já viu o resultado na telinha da câmera.

Na última viagem que fiz, contabilizamos cerca de 1300 fotos. Uma insanidade. E depois de um trabalhão para selecionar as melhores fotos, ficamos com 1000. E quem vai revelar 1000 fotos assim? Resultado: está no DVD até hoje.

São incontáveis as fotos que tenho no meu computador de gatos dormindo, eu bocejando, pessoas sentadas no sofá assistindo TV. Já tirei foto de foto para não ter que escanear. Já tirei foto com o celular da minha contagem de horas trabalhadas para conferir depois com mais calma. Já tirei foto do relógio do carro marcando a hora que eu estava chegando em casa.

Até a fotografia ficou descartável. O que servia para imortalizar o momento perdeu o glamour.

Não sou contra. Acho muito mais fácil fotografar a contagem de horas do que copiar em um papel, mas é engraçado ver que o ritual de fotografar, revelar e juntar os amigos para mostrar os álbuns virou aperta-o-botão-vê-se-ficou-bom-coloca-o-cartão-de-memória-no-computador-dá-upload-e-passa-o-link-pra-galera.

sábado, 7 de novembro de 2009

Memórias de uma vida pregressa

Muitas pessoas usaram ferramentas como o Orkut para encontrar velhos amigos. Eu até fui encontrada, mas não procurei ninguém. Aliás, não me importo muito com o que as pessoas que estudaram comigo na quinta série estão fazendo. Daquela época fiquei com uma ou duas amizades. Nem sei quem é a maioria das pessoas que me adicionam no Orkut e nem imagino como elas se lembram do meu nome para colocar nas fotos antigas. Ah, é. Lembrei. Fui eleita a menina mais feia e sem graça do colégio na oitava série.

Ontem, no entanto, eu estava pensando em uma fase interessante da minha vida. A fase de ir para a balada de ônibus, de tocar em três bandas (e carregar amplificador e guitarra no ônibus), a fase da Galeria do Rock, de muito álcool e muita farra... Aí pensei: "Putz, como será que está a galera? Será que se regeneraram e foram estudar? Será que morreram? Vou procurar no Orkut!". Só que me dei conta de que não sei o nome completo de ninguém. Era o Marco, o Thiago, o Rodrigo, a Laura, a Taís, a Tata... Ninguém tem sobrenome.

É por isso que o Orkut só serve para encontrar pessoas da escola. A gente se lembra do sobrenome porque os professores faziam chamada todos os dias, 6 vezes ao dia. Muitas vezes as pessoas que mais marcaram nossa vida não têm nem nome e nem sobrenome. Às vezes é só um apelido. Fui a um casamento recentemente e um dos meus amigos recebeu um convite caligrafado com letras prateadas "Ao querido amigo Sapo". Eu só aprendi o nome do Sapo muito recentemente, pois ele se tornou um advogado distinto e criou um e-mail com login de gente grande.

E minha busca no Orkut ficou por isso mesmo. Afinal, é mera curiosidade saber o que se passou com a vida das pessoas. Depois do breve diálogo (por scrap) de "quanto tempo! o que está fazendo da vida? casou? teve filhos?" e suas respectivas respostas, aquele contato normalmente morre de novo. Acho que eles só existem para compararmos nossa trajetória com a da pessoa, para estabelecermos se somos mais bem-sucedidos ou não. No fundo, continuamos adolescentes e continuamos medindo quem tem o maior. Com isso em mente, desisti de procurar meus ex-amigos sem sobrenome e fui dormir em paz com minha gripe. Afinal, a gostosa da oitava série está gorda e caindo aos pedaços e eu não.

[EDIT] A foto está podre de propósito.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

H1N1 FashionWeek


Se você é daqueles que adoram causar asco nas pessoas para se livrar de grandes aglomerações, aproveite a idéia:

Para alguma coisa serviu o pânico causado pela gripe suína. Fui ao pronto socorro e ganhei uma máscara. Todo mundo se sentou longe de mim e pude suportar a temperatura do ambiente. Depois da consulta, fui liberada da máscara e me dirigi à farmácia mais próxima para comprar os remédios receitados. Tarefa simples, mas quase tive que bater em uma família inteira (com direito a avó e crianças gritando e chorando) que estava interrompendo minha tentativa de chegar ao balcão. Aí me lembrei da máscara que ganhei no PS.

Dei uma tossida e uma fungada e o mar se abriu diante de mim.

Fui atendida rapidamente, ninguém ficou me oferecendo promoção de medicamento e não peguei fila.

Achei que o fantasma da gripe suína já havia ido embora, mas aparentemente ainda dá para se aproveitar da fama.

Em tempo: minha gripe é comum e fui muito desprezada no hospital por causa disso. H1N1 dá status de doença. A gripe comum, que mata mais que a suína, não. Os olhares que recebi foram de "Você devia ter se automedicado, sem precisar vir nos incomodar." A médica ainda perguntou quais medicamentos eu tinha em casa, para eu não precisar comprar nenhum novo. Veja bem, eu não tenho farmácia em casa, dona, mas se for para o melhor interesse das instituições de saúde, passarei a ter e a chutar diagnósticos, sem problemas. Aproveita e me dá umas folhinhas desse seu bloquinho de atestado que aí prometo que não venho nunca mais.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Projeto musa verão 2010

Nem um ano atrás eu estava estressadíssima no trabalho, tinha voltado a fumar, morria de comer coxinha e tomar coca-cola todos os dias. Ganhei 10kg. Virei um ser amorfo de banha e celulite.

Mudei de emprego, comecei a trabalhar perto de casa, mudei de função e, tirando a redução salarial (hoje faço 50% a menos em relação ao ano passado), ficou tudo melhor. Parei de fumar (de novo), consultei uma nutricionista, em junho voltei a frequentar academia e hoje me inscrevi para a minha primeira corrida de rua, que será no dia 14/11.

O segredo é vencer preconceitos. Até os mais mal-humorados podem.

Eu estava com uma amiga na academia, xingando a musculação, e ouvimos gritos histéricos vindo do estúdio. Fomos até lá e vimos um monte de gente gritando, socando e chutando o ar. O diálogo que se passou:

Eu: Nossa, que gente patética, chutando o ar e gritando.
Amiga: É.
Eu: Precisamos fazer essa aula.
Amiga: Com certeza. Deve ser muito boa.

Não perco uma desde então! hahaha Dou muita risada, quase chuto as outras pessoas e ainda me exercito. Combinação perfeita.

Sabrina Sato que se cuide.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Metalinguagem


Pode até ser que o pôr-do-sol não seja melancólico ou deprimente, mas o nascer do sol certamente é.

Ou está cedo demais para você já estar na rua ou está tarde demais para você ainda estar na rua.

No domingo passado cheguei na segunda (foto). Acho que fazia uns 5 anos (ou mais) que isso não acontecia.

domingo, 1 de novembro de 2009

Entendi

Acabo de compreender o motivo pelo qual não consigo ficar horas navegando pela internet: a quantidade de erros de português.

Se os erros fossem somente de ortografia, seriam engraçados: "Nunca ouve algo assim", "ensuportável", "inzibido". Adoro "emprestáveis". São pessoas que podem ser emprestadas?

E o que seria de nós sem as pérolas da internet? Recebi um e-mail com um print screen de um excelente "molho barba e cu".

Erro de digitação? Quem nunca cometeu? (E isso não é mais exclusividade de texto digitado não!)

Frases pela metade, idéias jogadas sem coerência, parágrafos inteiros sem um único verbo, pontuação inexistente... A lista é imensa. Acho que estou definitivamente ficando velha. Daqui a pouco vou começar campanha pela volta da cartilha. Aguardem-me.