sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

De novo - Parte II

E passada a descrença, volto ao limbo de onde nunca saí.

As coisas estão começando a acontecer. Não do jeito que eu imaginava. Não do jeito que eu planejava. Mas, acontecendo.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

De novo

E, passada a euforia, volta a descrença.

Chego a considerar dar passos para trás. E então me lembro de que é para frente que se anda.

Respiro fundo.

E vou.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Olá, visitantes inéditos

Eu gostaria muito que meus visitantes inéditos, gregos ou não, deixassem um e-mail ou link para contato. Sou adepta a diálogos com mais de duas linhas. Como eu já disse muitas vezes, gosto de trocar ideias. Ficar com as mesmas é sempre perigoso. =)

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Condicionais

Acho que já devo ter postado algo a respeito há 5 anos ou mais, mas não importa. O mundo andou. Eu andei. O assunto é outro.

"Se" não existe. "Se" é o que não foi.

Uma coisa que não faço com a minha vida é ficar me torturando, pensando no que teria acontecido se eu não tivesse recusado aquela proposta de emprego no navio mercante ou se eu tivesse apostado outros números na mega sena da virada. Não importa. Já foi. Desapega.

Se ficarmos presos aos "ses", não teremos olhos para os "entãos".

Então, é isso.

[EDIT: Postei dois dias seguidos! Será que meu branco mental passou???]

[EDIT 2: Alterei o meu perfil. Finalmente consegui escrever no "about me".]

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Da ascensão social

Quando eu prestei vestibular para a minha segunda faculdade, após ter desistido do curso de Psicologia na USP, uma tia me perguntou: "Você quer ser rica ou ser feliz?". Pensei que queria ser feliz. E fiz Letras. Não nego que sempre fui muito feliz na carreira, seja dando aulas, seja trabalhando com textos publicitários ou literários, seja com tradução. Mas, desde o início desse ano, estou inquieta. Saí de um emprego de que eu gostava muito, onde me sentia valorizada, apesar das imperfeições que toda empresa tem. Mas é que cansei de ganhar miséria mesmo. E, diante de mudanças drásticas que se operaram na minha vida - por escolha própria, mind you - me vi dotada de uma coragem e vontade de vencer socialmente que nem imaginava que existisse em mim.

E cá estou. No mercado, de novo. Buscando novos desafios profissionais.

No Carnaval conheci uma pessoa que me disse uma coisa muito engraçada: "Estou cansado de McDonald's e C&A. Quero Dior".

Mais cedo ou mais tarde, acho que todos cedemos à pressão da ascensão social. Pelos motivos mais diversos. A ascensão social e o consumo gritam na mídia, gritam nos valores familiares e não dá para não escutar. É a mega sena, é o título de capitalização, é o crédito infinito. São soluções mágicas que lucram com o mito.

Por um lado tem isso. Por outro lado, uma pessoa que fez uma boa faculdade e tem uma boa formação entra no mercado ganhando 700,00 por mês. E, aos 30 anos, é obrigado a morar com os pais ou com amigos porque ainda está ganhando uma porcaria. E nos justificamos dizendo que estamos "em início de carreira". Dez, quinze anos de mercado e ainda estamos em início de carreira? Não aceito isso. É patético.

Seja mito ou pressão, vou buscar a minha ascensão. Não aceito mais trabalhar por salário de estagiário. Também quero Dior na minha vida.

Estou com algumas possibilidade boas em vista. Se nenhuma delas virar, pode ser que em breve eu esteja escrevendo de terras gringas.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Cáustica

Você também achou que eu demorei para me cansar do rosa? (E não estou falando só do layout.)

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Antes só

A dificuldade em arrumar companhia para sair aumenta exponencialmente com o passar dos anos. Você se dá conta de que todos os seus amigos estão casados, com ou sem filhos, namorando firme ou cansados demais para programas noturnos. (Tudo bem. Até pouco tempo atrás eu compunha esse time também. Não julguemos.) Você chama as pessoas para sair e elas te respondem "que tal um café à tarde?". Nada contra. Adoro café à tarde. Mas, gente, me desculpem. É feriado. Eu tenho 31 anos. Não 70.

Ontem, aos 45 do segundo tempo, duas pessoas resolveram me acompanhar. Eu ia mesmo sem elas. Meu raciocínio é o seguinte: se ninguém quer sair comigo, preciso de novos amigos. Se preciso de novos amigos, preciso conhecê-los. Então, vou para onde eles estão! =) Quem sabe em breve não posto algo sobre o dia em que fui para a balada sozinha?

Enquanto isso, para quem está solteiro e se viu com pouca ou nenhuma companhia para fazer as coisas, existem atividades que são melhor desfrutadas sozinho do que acompanhado:

Caminhadas e corridas
A corrida foi uma coisa que entrou recentemente na minha vida. Apesar de gostar de companhia para disputar provas, treinar sozinha é ótimo! Escolho minha trilha sonora e vou. Eu sou a única responsável pelo ritmo e pela intensidade do meu treino. E aí tenho a medida das conseqüências de minhas escolhas e posso testar meus limites. Não tenho que esperar e nem acelerar para acompanhar ninguém.

Cinema, teatro, shows e afins
Sabe aquele filme iraniano que eu queria ver e ninguém queria ir comigo? Então.

Café e doces
Um bom livro não conta calorias e não te atrapalha se você quiser olhar o movimento da rua.

Fazer compras
Cenário perfeito. Você sozinha e seu cartão de crédito. Ninguém te censurando por gastar X reais em produto Y. E você pode ficar o tempo que quiser, experimentando o que quiser e sem ninguém te buzinando porque está com fome, com sono ou porque o estacionamento vai passar de quatro horas.

Trabalho
Uma pessoa solteira pode trabalhar o quanto quiser e quando quiser. Pode virar madrugadas fazendo um freelance para dar aquela animada na conta bancária, pode trabalhar no fim de semana, pode nem voltar para casa quando rolar aquele projeto maluco com direito a pizza de madrugada. Tá. Morrer de trabalhar nunca foi uma coisa boa. Mas ter essa possibilidade sim.

Livrarias
Você é daqueles que consegue ficar duas horas em uma livraria? Eu sou.

Viagens
Quem nunca viajou sozinho não sabe o que está perdendo. Superar o medo inicial é a chave. Depois que se está dentro do ônibus/avião, já era. O mundo é seu. A sensação de liberdade é indescritível. E, sozinhos, nos permitimos experimentar coisas que não experimentaríamos na presença de conhecidos. Tipo, virar a rainha do merengue no Chile ou desistir de um passeio porque você está com frio, fome e quer se enrolar no cobertor. Ou o contrário. Fazer um passeio mesmo com frio e fome, pois não há ninguém tentando te convencer a não fazer. Ou mudar completamente de rota porque ali pareceu mais legal do que aqui. Além do que, viajando sozinho, você sempre conhece pessoas. E é incrível. Tem muita gente viajando sozinha. Se estivesse acompanhada, talvez eu tivesse perdido a chance de conversar com aquele russo que morria de calor na Patagônia, com a alemã traída e recém-divorciada que abandonou o emprego e foi dar a volta ao mundo, com o quarentão italiano em depressão na crise da meia-idade, com o eslovênio maconheiro e com o alemão de Munique que estuda ursos polares no Alasca. E teria perdido a chance de perceber que o mundo é grande, mas é pequeno. Que as grandes questões do ser humano são as mesmas. E que, no fundo, está todo mundo perdido, independentemente de nacionalidade, credo, classe social ou etnia. E que existe espaço para todos nesse mundo vasto mundo.

Deve ter mais coisa, mas agora vou sair porque o dia está bonito e o feriado ainda não acabou. Vou tomar o meu café à tarde. Talvez em companhia de amigos, talvez não. Meu livro vai. Meu celular vai. Nunca se sabe.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Saudade...

...do vento no rosto, do cheiro de chuva, do sol no final da tarde, do sorriso espontâneo, das partidas de futebol na praia, da música no violão desafinado, das feirinhas de artesanato, até do vinho barato, de rir por nada, de sentir frio na barriga e de não ser obrigada a dizer "eu te amo".

(Não acreditem em nada. É tudo mentira.)

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O que ele faz da vida?

Já repararam que quando alguém comenta que conheceu uma pessoa a primeira pergunta é "O que ele (a) faz da vida?". Como se nossa carreira fosse o único ou mais importante aspecto de nossas vidas. Ninguém nunca pergunta se ele gosta do mar, se olha nos olhos enquanto conversa ou se o sorriso dele é cativante.

Quando perguntamos "O que ele faz da vida?", o que estamos realmente querendo saber? O quanto ele ganha? Qual o status dele na sociedade? Ele é bom partido?

E essa pergunta é tão natural que sequer percebemos o quanto ou o que está embutido nela. Aí me pergunto se É natural ou se SOA natural. Esse é o poder da ideologia: ela está tão arraigada em nós, que aceitamos todas as suas derivações como algo natural, sem questionar.

Se fôssemos um pouco mais diretos e perguntássemos o que realmente queremos saber, teríamos um conjunto mais interessante de perguntas:

- Quanto ele ganha?
- Ele foi de carro? Que carro ele tem?
- Ele mora sozinho?
- Em que bairro?
- Qual a metragem do imóvel?
- Esse imóvel é próprio ou alugado?
- Onde ele te levou?
- Ele pagou a conta do restaurante?
- Quanto era o vinho que beberam?
- Pagou com crédito?
- Que cartão ele tinha?
- Qual o limite do cartão dele?
- As roupas dele eram roupas de qualidade?
- Ele estava vestido de acordo com a ocasião?
- Ele seria um bom troféu para ser exibido para a sociedade?