terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Ano Novo


É - com toda certeza - o meu feriado favorito.


Há todo um ritual de renovação. Gosto da ideia de deixar para trás o que passou e de planejar o que vem pela frente. Em geral não entro no clima dos feriados, mas nesse eu entro sim. Não me visto de branco, mas bebo champanhe, como lentilhas, uvas, boto folha de louro na carteira e pulo sete ondas, se for possível. A primeira pessoa que cumprimento deve ser do sexo oposto (para ter sorte no amor, dizem). E tento usar uma calcinha nova. Mas, mais importante que as simpatias, é a lista de resoluções.

Algumas pessoas acham bobagem fazer lista de resoluções de Ano Novo. Eu sempre faço. Às vezes posto, outras não, mas sempre faço. Pode parecer bobagem, mas o sentimento de realização ao riscar cada um dos itens da lista é muito maior quando há uma lista.

E termino o ano com a enorme satisfação de ter riscado todos (só faltou um) itens da minha lista de resoluções para 2010! O item que ficou faltando foi "morar sozinha". Mas, isso está caminhando. E, dentre outros, consegui me organizar melhor no trabalho e, consequentemente, trabalhar mais com menos desgaste e, consequentemente, chegar na renda mensal que tinha como meta. 

Acho que o segredo é colocar metas realistas. Não adianta escrever "perder 25 kg". Que tal "perder 7kg"? É melhor perder 7kg e comemorar o feito do que perder 7kg e ficar frustrado porque não chegou aos 25kg.

Eu me dei 2010 como "o ano da indulgência por ter me separado, coitada de mim, o que será de mim". Eu curti muito, não me preocupei em excesso com questões de dinheiro, não fui nem um pouco saudável. Mas tinha metas sim. Isso contribuiu grandemente para que eu conseguisse atingi-las. 

Agora, para 2011, essa é a lista:

- Tentar parar de fumar DE NOVO (prometer isso é sempre bobagem);
- Voltar a me exercitar regularmente;
- Morar sozinha;
- Aprender a cozinhar melhor;
- Ter pelo menos sete alunos particulares fixos;
- Ter duas folgas semanais (preferencialmente sábado e domingo);
- Continuar sendo domingueira;
- Ajeitar minha agenda para trabalhar em horários mais amigáveis (e não sair de casa às 6h15 e voltar às 23h);
- Ouvir a frase "quer namorar comigo?";
- Voltar a fazer aulas de canto (preferencialmente com profissional da fonoaudiologia);
- Começar meu projeto de mestrado para prestar em 2012;
- Ir mais ao cinema, ao teatro e a programas de cunho cultural;
- Continuar sabendo o que quero da vida.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Sinto a sua falta ou O diálogo que nunca existiu

Sinto a sua falta sempre que finjo não senti-la. E quando mais penso que fiquei imune aos seus encantos, você vem com seus olhos castanhos e sorri daquele jeito. Mas eu fico na minha. Faço pose de durona. Você sabe. E aí, me flagra no escuro, te olhando com aquela cara de tonta, achando que está escuro o suficiente para você não me ver. Mas você vê. E, para não dar o braço a torcer, eu falo uma bobagem qualquer. E volto a ser aquela mulher fria, calculista e sem sentimentos. Aí você sente falta do sorriso idiota e me manda um torpedo fofo no meio do dia. Fico pensando na resposta. Se é que vou mandar uma. Não. Não consigo não mandar. E fico lá pensando no quanto sinto a sua falta.

De repente, e não mais que de repente, virou um fofo? Veja bem, sou desconfiada. Canalhas não viram fofos, exceto quando estão perdidamente apaixonados, o que - é quase que evidente - não é o que sente por mim. Tudo bem. Terminou com a namorada. Me apresentou para algumas pessoas aqui e ali. Deve gostar de mim o suficiente. Mas não significa que se regenerou. Aliás, nem sei se acredito em regeneração. Você acredita, escorpiano? Lide com isso, sabe? Tudo o que fazemos, ou deixamos de fazer, tem consequências.

Dizer que sinto sua falta? Nem morta. Não é uma falta de adeus. Nem de até breve. É uma falta de não dizer o quanto sinto a sua falta. E até que algo (ou alguém) me tire desse jogo imbecil, não direi nada, meu não-namorado.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Não sinto a sua falta

Fonte: http://crazywithak.co.uk/blog/2009/04/22/greetings-cards/
Não sinto a sua falta. Nem um pouco. 

É por isso que não penso em você nem um minuto do meu dia. 

Não sinto a sua falta quando não estou falando de você, nem escrevendo sobre você. 

Não perco o meu tempo pensando em não pensar em você, porque simplesmente não sinto a sua falta.

Nem um pouco.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Carta para o Papai Noel


Querido Papai Noel,


Eu sei que já não tenho mais idade para escrever cartinhas no Natal e deixá-las na janela para que venha pegá-las um mês antes do Natal. Além disso, hoje o mundo é moderno e acho que o senhor não passa mais recolhendo, né? Os duendes devem ajudá-lo a separar os e-mails das mensagens de spam, imagino.

Também sei que não fui uma boa menina e não me comportei esse ano. E estou ciente de que passei os últimos 27 anos sem acreditar em você. Mas, se ainda achar que mereço um presente, como se fosse um prêmio de consolação, sabe?, eu gostaria de ganhar o seguinte presente:

Está fácil. Olha: ele tem que ser inteligente e culto (tipo gostar de Gabriel García Márquez ou Orson Welles). Se tiver títulos e falar várias línguas - francês, por exemplo -, ajuda. Ele também tem que ser atraente. Digamos, olhos e cabelos castanhos, alto e sexy. Não precisa ser musculoso nem nada do tipo. Charmoso está bom. Ele também não pode ter outra mulher. Veja bem, eu sei que está difícil arrumar gente assim no mercado, mas alguém no período "entre-namoros" ou "entre-casamentos", não rola? Gostaria também que ele tivesse idade próxima à minha. Não tenho nada contra mais novos ou mais velhos, só não gostaria que a faculdade ou que o geriatra fossem parte do nosso dia-a-dia, entende? Ele precisa também entender que eu não sou mulherzinha que posa de peça de decoração, que eu tenho a minha vida e meus pensamentos funestos como todo mundo. Também quero que ele tenha vida e não viva em função de mim. Homem-capacho não dá, né? Mas também não dá para viver com aquele tipo que não liga, não faz gentilezas e preserva tanto o meu espaço individual que acabo ficando sozinha. Você entende, né? O sexo? Ah, tem que ser muito bom. É parte importante do relacionamento, sabe? Quer dizer. Não sei se o senhor ainda transa, mas é importante. Não estou falando de tamanho não (embora importe sim), mas o cara tem que se preocupar com o prazer alheio mais do que com a própria performance, por exemplo. Articulado e sincero. O cara tem que saber se expressar, sabe? E mentira não dá, né? Uma hora a casa cai. O senhor sabia que metade dos problemas em relacionamentos deriva da falha na comunicação? A outra metade é grana. Mas o meu não precisa ser rico não. Eu não sou, não ligo para dinheiro. Ter algum para jantar fora comigo (veja bem, eu não disse "pagar para mim"), viajar de vez em quando, está bom. Aliás, nem quero que seja muito rico, pois não gosto de me sentir intimidada. Se eu não puder acompanhá-lo no safári na África não vai ser legal. Aliás, nem sei se gosto de safári. O que se faz num safári? Gosto muito de animais. Ele tem que gostar também. Principalmente de gatos, pois tenho duas e não abro mão delas. Ele tem que entender que preciso voltar para casa para dar comida, água e companhia para elas. E será bem-vindo para vir também, mas que não me peça para passar o fim de semana todo fora. Aliás, ele não precisa ser um cara ligadíssimo à família e à casa. Nem eu sou. Mas alguém que respeita e trata bem seus familiares e amigos é essencial. Um dia quero ter filhos, sabe? E se o cara não puder ser um bom pai, ele não é o cara. Não precisa vir pronto não. Eu também não estou pronta para ser mãe. Mas tem que querer. O cara também tem que ser corajoso, como eu sou. Desses que não paralisam diante de situações tensas e que encaram desafios, mesmo sabendo que as consequências podem ser desagradáveis. Ele tem que ser daqueles que vivem a vida, e não ficam esperando uma aposentadoria mixuruca para começar a viver, sabe? Mas também não pode ser destemido, que se atira do penhasco por nada. Tem que saber quando arriscar e quando virar as costas. Há valores também, né? Ele tem que valorizar a honestidade e o diálogo, assim como eu valorizo. E os objetivos em comum. Se não tiver objetivos compartilhados comigo, esquece. Ah! Só mais uma coisa: esse homem tem que ser tão apaixonado por mim quanto eu por ele.

Acho que é só isso, Papai Noel.

Obrigada e Feliz Natal.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Efemeridade

E a beleza de tudo está no fato de que tudo é efêmero.

Tudo.

(Traduzindo para a sabedoria popular: "Tudo passa. Até a uva passa.")

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Pústula


O poder de regeneração do ser humano é algo incrível mesmo. Água, sabão, antisséptico e band-aid. Em poucos dias, está como novo. 

E, se a ferida é muito grande, o corpo simplesmente entra em coma e desvia seus recursos para onde eles são mais necessários.


Não canso de me impressionar com isso.

sábado, 20 de novembro de 2010

Tela em branco


Eu olhei para ela por dias.


Queria expressar aquele turbilhão que, aos poucos, amansava dentro de mim.

Queria que as cores viessem, e as formas se fizessem.

Queria que a música tocasse sozinha e eu só tivesse que adivinhar seus acordes.

A musa, no entanto, não me visitou. Mas deixou um bilhete. Também em branco.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Nanonovela


Imagem retirada de blog aleatório retratando casal aleatório, que parece personagem de novela mexicana
Paola Sofia Zapatero jogou Pedro Alessandro, o homem que ela amava, nos braços de Cassandra Aline. Foi a coisa mais estúpida e mais inteligente que fez porque, no final das contas, ele foi mesmo.


FIM

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Ensinando crianças

Sempre fui apavorada para dar aula para crianças. Continuo morrendo de medo. Todo ano é a mesma coisa. Na atribuição de aulas acendo vela, faço macumba, rezo e apelo para todos os santos para não me darem turmas de crianças.

Este semestre tive a minha turma mais jovem de toda a minha carreira. E aprendi algumas coisas:


* Não é nada pessoal;

* Se você não disser que tem que pular linha, eles não pulam linha;
* Virar as costas, nem pensar. Em menos de um segundo eles conseguem escalar a lousa e se pendurar no teto;
* Instruções devem ser breves e simples, o caos leva menos do que 2 segundos para se instalar se eles não entenderem o que é para fazer;
* Fazer todo mundo sentar e ficar quieto depois de uma atividade agitada é praticamente impossível;
* Criatividade? É pouco;
* Você gasta em uma hora a mesma energia que gastaria em quatro horas de aulas para adultos;
* O difícil não é passar conteúdo, mas criar condições para isso;
* Você prepara 100 atividades achando que vai dar para duas aulas. Não dá. Você usa todas as 100 e ainda tem que improvisar mais umas duas;
* Quando eles fazem bico no último dia de aula e perguntam "Mas já acabaram as aulas? Não, professora... Eu queria continuar... Se eu quiser continuar tendo aula nas férias, você vem?", você esquece todo o perrengue que passou.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Perdão

"perdão é um processo mental ou espiritual de cessar o sentimento de ressentimento ou raiva contra outra pessoa ou contra si mesmo, decorrente de uma ofensa percebida, diferenças, erros ou fracassos, ou cessar a exigência de castigo ou restituição." [Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Perd%C3%A3o]

Uma das coisas mais difíceis que aprendi na vida foi a perdoar. Não aos outros. Isso é moleza. A não ser que a pisada de bola tenha sido fenomenal e proposital, eu perdoo fácil. Mas perdoar a mim mesma é o grande desafio.

Embora tente, em quase todos os aspectos da minha vida, ser perfeita, eu sei que não sou, me frustro em não ser e muitas vezes não me perdoo por isso. Aí entro em processo de autodestruição e saio dando patada em todo mundo (para tentar compensar a raiva que sinto de mim mesma).

Acho que é isso.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Overrated

Hoje em dia está tudo overrated. Sexo, relacionamentos, dor de cotovelo, casamentos, política, homofobia, tudo.

Como diz meu amigo L., "Quanto drama!" E ele tem razão. (Apesar de eu adorar um palco.)

Realidade, voltei.

Meu despertador toca amanhã e a vida segue. Não posso fazer nada com aquilo que não está ao meu alcance. Então, paciência.

Como já diziam os chineses, "um problema sem solução não é um problema, mas sim um fato".

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Proclamação da Independência

Não errei de feriado, não.

Mas, declaro, a partir de agora, minha independência de um caso tórrido com o deus do sexo que me deixou chorando no ouvido das minhas amigas (parafraseando minha amiga Olivia). Amigos também, no caso.

Pronto. Isso é o que todos esperavam que eu dissesse.

Agora a verdade: A vida ficou uma merda. Mesmo com um monte de nicotina dentro de mim, o vazio continua lá. A foto saiu da carteira e foi para a caixa do esquecimento. Mas a caixa do esquecimento não é o lixo, onde todos os ex foram parar, por exemplo. Ainda não consigo controlar as disparadas do coração quando o telefone toca. Ainda fico na vaga esperança de que ele ligue, mande mensagem, apareça na minha porta, enquanto tento me convencer de que ele não é o cara. Não deletei as fotos do feriado que passamos juntos, nem o bloqueei no telefone, no MSN, no Facebook... Ainda não consegui preparar as aulas que tinha para preparar, traduzir o dicionário que tinha para traduzir, nem fazer as unhas. Não comi nem dormi direito. Mas comi uns chocolates. Uns vários.

E me dei conta de que, apesar de tudo, ele é tudo o que desejei quando me separei:


Queria sentir frio na barriga.



Queria longing and yearning.



Queria suor e lágrimas, céu e inferno.

Queria não ter que dar satisfação de nada, nem cobrar, nem nenhuma responsabilidade de namoros quadrados e tradicionais em que as pessoas namoram como se estivessem casadas. Cheguei a dizer que "devo ter nascido para ser a outra", porque a mulher é quem fica com a parte de lavar as cuecas e a amante fica com a parte boa e sem nenhum tipo de pressão. *bullshit*

Queria cueca só em cima do criado-mudo. Não dentro.



Já diziam os sábios: "cuidado com o que deseja."

Mas mudei de ideia, tá?

Minha breve vida de pós-separada me ensinou algumas coisas:

1) Há dezenas de pessoas que querem me comer;
2) Grande bosta.

Loneliness is a bitch, mas se é que isso é possível, meus padrões acabam de subir a níveis inimagináveis.

Me aguentem.

domingo, 14 de novembro de 2010

Versão resumida da novela da minha vida pessoal recente

Essa com certeza vai para o meu livro (estou escrevendo o tal romance, gente!).

Não sou de compartilhar muita coisa pessoal (tão pessoal assim) por aqui, mas acho que cresci tanto com esse capítulo da minha vida que achei que vale a pena.

Há alguns meses comecei a sair com D... Sabe aquela coisa arrebatadora? Incontrolável? Doente até? Então... Quando achei que não tinha mais idade para viver assim, me aparece o D. na vida.

Prelúdio
Sabe aquele cara, que você achava gatinho láááá dos tempos da faculdade? Nos reencontramos e começamos a sair. O cara é perfeito. Atende a todos os meus critérios. Praticamente um gay. Bonito, inteligente, culto, atencioso, o sexo é maravilhoso, enfim. Meu número. Tudo lindo.

Capítulo I - "Eu não estou apaixonado"
Ouvir isso depois de ser tratada como uma rainha semanas a fio é bem bizarro, mas eu ouvi. Fiquei puta. Em circunstâncias normais, eu iria para casa, me fecharia no quarto e dormiria com o meu orgulho. Mas era o D. Então enchi a cara e chutei a porta dele às 4 da manhã, completamente bêbada, e fui tirar satisfação. Mandei olhar na minha cara e dizer que não gosta de mim. Ele não disse. O capítulo acabou.

Capítulo II - "Quem é a outra mulher com quem você sai quando não está comigo?"
Eu nunca, NUNCA, N - U - N - C - A fui do tipo que fica encanada se o meu cara está saindo com outras pessoas. Minha relação com a traição é outra. Acho que a traição é consequência de um problema muito maior que está corroendo o relacionamento. Não deixo a coisa chegar no ponto da traição antes de longuíssimas DRs (embora eu odeie DRs), mas enfim. Cada casal com os seus problemas. De qualquer maneira, depois de um programa super namoradinhos em que ele conheceu alguns dos meus amigos, me deu um negócio de perguntar "Quem é a outra mulher com quem você sai quando não está comigo?". E ouvi que eu era a outra.

Capítulo III - Até mais
Ser colocada num vértice de um triângulo sem conhecimento de causa é muito trash. Até mais.

Capítulo IV - Eu não consigo
E eu consegui não atender os telefonemas? Era o D.! Lembra da parte do incontrolável e doentio? Cheguei a procurar todo tipo de desculpa para achar vantagem em ser a outra. Se é para sofrer, a gente sofre. Se é para sangrar, a gente sangra. E, mesmo sabendo que aquilo não era certo, continuei não conseguindo não atender os telefonemas.

Capítulo V - Ressaca moral, autoajuda e adeus (ou até logo)
Eis que nem terminei de ler o livro. Mas as coisas ficaram claras. Gosto do D. e gosto até demais para o meu gosto. E, mesmo vivendo essa coisa maluca e intensa que tem sido, fiz o que tinha que fazer. Tão logo tive clareza do que queria, a atitude certa me veio imediatamente à mente. E, por mais difícil que tenha sido, hoje foi o dia em que coloquei em prática o que não consegui antes porque as coisas não estavam claras. O livro diz para trabalharmos com a hipótese de ele não estar tão afim de você. E, olha, pode ser que não esteja mesmo. Até então, deixei D. confortável na situação. E agora que botei na parede, vou saber se o medo de sair do relacionamento estagnado é maior do que a vontade de ficar comigo. E aí vou saber se ele estava na minha ou não. Afinal, um homem prefere perder os dois braços a dizer que não te quer mais, certo? Como você não vai arrancar os braços dele (e mesmo que fosse, isso não ia adiantar), o melhor (e talvez único) jeito é testando. É melhor uma verdade dolorida do que uma mentira feliz. Você é daquelas que leva 40 minutos para arrancar um band-aid? Não é melhor arrancar de uma vez?

Dénouement
Em letra de forma: não quero ser a outra. Não quero viver a metade. Não quero não poder ter uma porcaria de uma escova de dentes na casa do cara. Quero passar o Ano Novo com ele. Quero viver um monte de coisas com ele. Mas não com os restos. I deserve better.

Quando e se ele estiver disponível, verdadeiramente disponível, e quiser me procurar, a história é outra. É uma nova história. Mas essa, por mais difícil que seja estar em casa quando podia estar nos braços dele, acabou.

Sendo bem pragmática, if it's meant to be, it's meant to be. If it's not, then it wasn't meant to be. Meu racional está em paz, embora o meu emocional esteja em frangalhos. Mas até aí, quem disse que cérebro tem utilidade para tudo?

Agora com licença que vou me encontrar com o meu travesseiro.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Conclusões

Por recomendação de uma colega de trabalho que ouviu a versão resumida da novela da minha vida pessoal recente, superei a vergonha de entrar na livraria, pedi ajuda para o vendedor (aleguei que era presente, é claro) porque a porcaria do livro não estava onde achei que estaria (não estava em "chick books", mas sim em "auto ajuda", o que é ainda mais degradante) e comprei o dito cujo por exorbitantes R$ 23,00.

Comecei a ler no ônibus, estou na página 12 e, pela primeira vez na vida, li o "note to the reader", o "foreword" e todas aquelas páginas que a gente sempre pula. Talvez na esperança de que eu caísse em mim e realmente embalasse o livro para presente, para dar para alguma desavisada no Natal ou em algum dos trezentos amigos secretos de que participo.

Enfim. À página 12, devo admitir que faz todo o sentido do mundo!

O livro seria até engraçado se eu não me identificasse tanto com as mulheres tontas que ele descreve. Acho que a minha estupidez cresce em progressão geométrica (e não aritmética) conforme os anos passam. Tanto que estou achando útil um livro que estava na seção de auto ajuda. Socorro. Daqui a pouco estarei lendo "Como fazer amigos e influenciar pessoas".

Fiquei com vontade de dizer ao vendedor que já li (e entendi) "Finnegan's Wake", do Joyce, mas, além de ser uma mentira descarada, pensei "quem é esse bosta aí para me julgar?" 

Hein?

E concluo que tenho um monte de coisas para concluir ainda e que não sou bem-resolvida porcaria nenhuma.

Me aguentem.

domingo, 7 de novembro de 2010

Presentes, presentes, presentes!

Cansei dessa vida bilingue. Divagar dá muito trabalho e escrever duas vezes a mesma coisa, idem. Quem quiser que me entenda na língua que eu quiser escrever. TPM, mind you.


Estava falando de presentes outro dia. Eu gosto muito de presentear as pessoas (bem, também gosto de me autopresentear...). Conheço muita gente que entra em pânico na hora de escolher um presente e encara a maratona como uma tortura sem fim. Sei lá. Eu gosto. Acho um exercício ótimo você se colocar no lugar da pessoa e pensar no que ela gostaria de ganhar. Passei minha tarde de hoje fazendo isso, com tantos escorpianos na minha vida.


Eu também escorpiana, do primeiro decanato, recebi presentes recentemente. Um foi especial. Quando abri o pacote, não acreditei. Fiquei muito feliz. A pessoa prestou atenção em comentários que eu havia feito meses atrás, pensou no meu jeito, pensou se eu já não teria ido lá e comprado, enfim. Foi muito legal.

Espero poder causar isso.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Convenient - Conveniente

I don't want to make an issue out of nothing. This is so me. Too much me.

My thoughts are getting more and more organized as I talk to different people. Diversity. That's a key word. Different perspectives may lead to different conclusions. Or not. But different perspectives can surely show you a more convenient way to see things.

***

Não quero fazer tempestade em copo d'água. Isso é muito a minha cara. Demais até.

Meus pensamentos se organizam à medida em que converso com pessoas diferentes. Diversidade. Taí uma palavra-chave. Perspectivas diferentes podem levar a conclusões diferentes. Ou não. Mas perspectivas diferentes certamente podem nos dar alternativas mais convenientes para ver as coisas.

Thermometer - Termômetro

I once had a boyfriend. His name was L. and we stayed together for four years. He used to live close to my house and he worked very near USP, where I studied. So, every day, he would pick me up at home and take me to university. I would then go to work after class and he would pick me up at work. Every single day. We would then have dinner together and he would leave my house at around 11 PM. Weekends were not very different.

When we traveled, we would choose a place and go together. Always together.

I needed to buy cigarettes, he would go with me. He needed to go to the supermarket, I would go with him.

And four years had passed.

One day he told me, "We're traveling with C. and A. to _______ on the holiday. I'll pick you up on Friday at 7 PM." And, for the first time, my answer was, "Sorry. We're not. We're going to ________ with V. and R."

I remember having a huge argument, but in the end we decided on the most unlikely solution: he would go to one place and I would go to the other place.

I spent three wonderful days. Alone. My friends decided on a different kind of trip and I left them after one day.

When I came back, I put his belongings in a box and I was just about to go to his place when the door bell rang. He had a box with my belongings. We shook hands and said goodbye.

For six months, it was very difficult for me to go to the bakery and buy cigarettes. I was afraid. I was scared. I wasn't afraid of being robbed, mugged or anything. I was afraid of the world.

After four years and six months I realized I did not like the person I had become.

Nowadays, this is what I take into consideration when I'm seeing someone. Do I like the person I'm becoming?

Sometimes I see couples who have not been in love for a long time. They stay together. Just because they've never asked themselves if they like the people they are. Maybe.

***


Eu tive um namorado uma vez. Seu nome era L. e namoramos por quatro anos. Ele morava perto da minha casa e trabalhava perto da USP, onde eu estudava. Então, todos os dias, ele me pegava em casa e me levava para a faculdade. Depois eu ia direto para o trabalho e ele me buscava lá. Todo santo dia. Aí jantávamos juntos e ele saía da minha casa por volta das onze da noite. Finais de semana não eram muito diferentes.

Quando viajávamos, escolhíamos um lugar e íamos. Sempre juntos.

Se eu precisasse comprar cigarros, ele ia comigo. Se ele precisasse ir ao supermercado, eu ia com ele.

E quatro anos se passaram.

Um dia ele me disse: “A gente vai viajar com o C. e o A. para _______ no feriado. Te pego às 7 da noite de sexta.” E, pela primeira vez, minha resposta foi: “Desculpa, mas não vamos. Vamos para ________ com a V. e a R."

Lembro de ter quebrado um puta pau, mas no final das contas decidimos pelo mais improvável: ele iria para um lugar e eu para outro.

Eu passei três dias maravilhosos. Sozinha. Minhas amigas acabaram decidindo por um tipo de viagem que eu não estava muito querendo e me separei delas depois de um dia.

Quando voltei, coloquei as coisas dele numa caixa. Estava prestes a sair de casa para levar a caixa para a casa dele quando a campainha tocou. Ele estava carregando uma caixa com as minhas coisas. Apertamos as mãos e nos despedimos.

Por seis meses me pareceu muito difícil ir até a padaria que fosse para comprar cigarros. Eu tinha medo. Não era medo de ser assaltada ou algo do tipo. Eu estava com medo do mundo.

Após quatro anos e seis meses, percebi que não gostava da pessoa que havia me tornado.

Hoje, é isso que levo em consideração quando estou com alguém. Eu gosto da pessoa que estou me tornando?

Às vezes vejo casais que não se amam mais há muito tempo. Mas eles ficam juntos. Simplesmente porque nunca se perguntaram se eles gostam da pessoa que se tornaram. Talvez.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Testing - Testando


I might as well start writing in both English and Portuguese here. Which makes sense, since the TITLE of my blog is in English...

***


Acho que vou começar a escrever em inglês e português por aqui. O que faz sentido, já que o TÍTULO do meu blog está em inglês...

domingo, 31 de outubro de 2010

Desequilíbrio

E todo mundo me diz que sou uma pessoa que tem muita clareza e muita consciência dos meus atos. Isso, é claro, quando meus objetivos são iguais aos de todo mundo. Fora isso, é loucura.

Me internem, então.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Halloween


Em anos anteriores eu já disse que não curto muito Halloween, apesar de sempre ter trabalhado em escolas de idiomas e o pessoal adorar uma bagunça por conta da data.


No entanto, excepcionalmente esse ano, estou fantasiada durante a semana de Halloween: corretivo nenhum está dando jeito nas olheiras e estou uma perfeita zumbi. 

Não reparem se eu não responder, reagir ou entender. Vida de morto-vivo é assim mesmo. Ainda não comecei a comer cérebros por aí, mas tudo indica que é nessa direção que vou. Cuidado. (Se tiver cérebro, no caso).

domingo, 24 de outubro de 2010

Versão 3.2

Eu, versão 3.2: aplicativos novos, software atualizado e mais resistente à quebra e à perda de dados!


Não me sinto diferente no dia do meu aniversário. (Exceto pelo fato de ter ganhado um livro que eu queria havia muito tempo e que custa muito caro aqui no Brasil!)

Muitas pessoas acreditam que ficamos mais velhas no aniversário. Não. Não ficamos. Ficamos mais velhas todos os dias. O aniversário é somente a celebração de outros 365 dias a partir do momento em que fomos tirados da barriga da mãe.

Todo dia é dia de envelhecer, de ganhar experiência, de crescer, de aprender, de evoluir.



É certo que às vezes involuímos também. Sentimos coisas que não gostaríamos de sentir. Agimos de maneiras que não gostaríamos de agir. Temos desejos que fomos ensinados a não ter. E chamam isso de civilidade.

Mas deixemos os pensamentos sombrios para mais tarde. Hoje é dia de celebrar com aqueles que amo. Que amo de verdade.

Agradeço a todos os meus companheiros de viagem que apoiam meus atos mais incivilizados.


Perfil atualizado.

sábado, 23 de outubro de 2010

Amor eterno

O amor não doi. E todo amor é eterno. Se rasga por dentro e dilacera, não é amor. E se acaba, também não é.

Dor de cotovelo? Ah, todo mundo tem direito a isso. Deveria estar na Declaração Universal dos Direitos do Homem (e da Mulher também). Mas isso não é amor.

Amor, para mim, é sereno e perene. O resto é outra coisa.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Combinações que não podem dar certo

Orgulho + Vaidade
Arrogância + Falta de noção
Sono + DR
Preguiça + Preguiça
Gente sensível + Gente prática
Som alto com música ruim + Armas de fogo
Pessoa autodestrutiva + Pessoa autodestrutiva

Vontade + Pressa
Confiança + Mentira
Falta de caráter + qualquer coisa


Eu + você

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Das frases mais escrotas que já ouvi na vida em ordem não necessariamente cronológica

"Acho que vocês não se conhecem. Patrícia, essa é a Sílvia, minha namorada. Sílvia, essa é a Patrícia, minha amiga." 

"Ah, eu não te contei? Eu decidi não ter filhos agora."

"Cara, tou sem grana. Fica com a minha mina essa noite e me dá um papel?"

"Desculpe a ausência. Não pude te ligar. Estive muito doente nos últimos dias. E estou atolado de trabalho. Sabe como é... O pior é que deve continuar assim nas próximas semanas. Aliás, eu queria conversar com você sobre o que vem acontecendo. Minha vida está uma loucura, sabe? Não é nada com você. Sou eu. Vamos marcar um dia para conversarmos?"

"Acho que eu queria me envolver, sentir frio na barriga, lembrar como é, entende?"

E depois querem me julgar pelos protocolos.

Não se aproxime de mim se for homem. Você corre o risco de ser castrado com uma colher de sobremesa.

Talvez eu mude o título do blog para "Eu dou para cretinos".

Cliquem nos anúncios para eu ganhar dinheiro com esta merda, pelo menos.

domingo, 17 de outubro de 2010

Resolução


Ela acordou resoluta.


Colocou seu par de sapatos de salto e vestiu sua armadura mais poderosa. Escondeu o coração dentro de um cofre, trancou, jogou a chave fora e saiu de casa. 

Não sabia, no entanto, que perigosa é essa coisa de colocar os pés na rua.

O pé sempre atrás atrapalha os movimentos, embora dê mais estabilidade quando parado.

Quando viu, já tinha sido. E o que foi deixou de ser. 

Mas nem sempre é assim. É?

sábado, 16 de outubro de 2010

Educando


Quando eu era coordenadora em escola e selecionava professores para trabalhar comigo, uma das minhas perguntas durante a entrevista era: "O que é, na sua opinião, um bom professor?" Uma vez um candidato me respondeu: "Um bom professor é aquele que prepara suas aulas, conhece o conteúdo, corrige as tarefas em dia e chega no horário." Minha resposta: "Você me disse o que é um professor. Esse é o mínimo. Eu perguntei o que é um bom professor."

Pensando um pouco sobre as nossas práticas, penso que um bom professor é, acima de tudo, um educador. É alguém que não está somente preocupado com 'passar o conteúdo', mas a preparar seus alunos para um mundo individualista, hedonista e de moral duvidosa.

Um bom professor, além de ser conhecedor do conteúdo que ensina, precisa saber que trabalha com pessoas. Aquela imagem do professor falando ininterruptamente enquanto os alunos dormem copiam a matéria no caderno já está há muito ultrapassada.

É verdade que hoje, sem palmatória, chapeu de burro e cantinho do pensamento, dá muito mais trabalho lidar com a atitude dos alunos. Acho que esse é o maior preconceito que há por parte das pessoas que nunca deram aula e dizem que jamais seriam professores. Para quem está de fora, o que vem imediatamente à mente é um grupo de quarenta adolescentes atirando objetos pela sala enquanto o professor tenta inutilmente controlar os ânimos da turma. No entanto, na prática é bem diferente. Uma turma envolvida e interessada não atira objetos pela sala (a não ser que você proponha uma atividade que inclua objetos sendo atirados pela sala) e cabe também ao professor despertar o interesse de seus alunos.

Essa geração Y não aceita mais "precisa aprender porque é importante". Essa geração pergunta "para que vou precisar disso?!" E se o professor não tiver a resposta, terá objetos voando pela sala.

Não adianta ter lousa interativa, internet ultra-power-plus, tecnologias mil. Isso ajuda, é claro. Mas nada substitui o papel do professor. É ele o grande responsável por atiçar o interesse dos alunos, trabalhar com esse interesse e extrair conhecimento dali. É claro que há interferência de fatores individuais em qualquer processo de aprendizagem, que é sim estressante e dá trabalho. Todo mundo tem medo de errar, de ser ridicularizado, de não conseguir aprender. Ninguém é bom em tudo. Mas é o professor o responsável por boa parte das ações que vão fazer com que o aprendizado aconteça (ou não). É o professor quem vai decidir como apresentar aquele novo tópico, como despertar interesse nos alunos, como trabalhar as atividades, se vai dar mais ou menos tempo para certos assuntos, o quanto de prática vai reservar para cada um dos pontos, que tipos de prática e assim por diante.

Feliz Dia do Professor atrasado a todos aqueles que fazem com que objetos voem pela sala somente quando proposto. E insistem na carreira, mesmo que desvalorizada!