quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Expectativas

Créditos da foto: Patrícia Arima
As pessoas são bem esquisitas. Às vezes dizem que você tem que acreditar para acontecer. Às vezes dizem que você precisa baixar suas expectativas para que sejam compatíveis com a realidade. Às vezes, ainda, dizem que você não deve ter nenhuma para não se frustrar.

Expectativas, perspectivas... Não consigo entender como é possível viver sem isso. (Estou correndo o risco de voltar ao papo dos zumbis. De novo.)

É claro que tenho expectativas. Não no sentido de ficar esperando cair do céu não. Mas, se eu invisto tempo, dinheiro, energia ou qualquer que seja o valor em questão, é óbvio que eu tenho expectativas.

Se dou o melhor de mim, espero o melhor do mundo. Se faço meia-boca, não espero grandes coisas. Se não faço esforço nenhum, o que vier é lucro. Simples assim. Minhas expectativas são ajustadas de acordo com o meu investimento. E não me contento com menos.


Não dá para ficar ouvindo lamúria de quem não investe nada, não arrisca nada e fica reclamando que não ganha nada. Então, não me venham com essa ladainha de não ter expectativa para não se frustrar. Isso é coisa de preguiçoso e de quem conta com a sorte. Sorte ajuda sim, mas você é responsável por buscá-la.



‎"Você nasceu no lar que precisava nascer, vestiu o corpo físico que merecia, mora onde melhor Deus te proporcionou, de acordo com o teu adiantamento.

Você possui os recursos financeiros coerentes com tuas necessidades... nem mais, nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas. 

Seu ambiente de trabalho é o que você elegeu espontaneamente para a sua realização. 
Teus parentes e amigos são as almas que você mesmo atraiu, com tua própria afinidade. 
Portanto, teu destino está constantemente sob teu controle. 
Você escolhe, recolhe, elege, atrai, busca, expulsa, modifica tudo aquilo que te rodeia a existência. 
Teus pensamentos e vontades são a chave de teus atos e atitudes. São as fontes de atração e repulsão na jornada da tua vivência. 
Não reclame, nem se faça de vítima. Antes de tudo, analisa e observa. 
A mudança está em tuas mãos. 
Reprograma tua meta, busca o bem e você viverá melhor. 
Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim." 

(Chico Xavier)


***

Para quem ainda não conhecia, essa na foto é a Bianca, a gata mais cão do mundo. Ela faz festa quando chego em casa, atende quando chamo, pede comida à mesa e até rosna de vez em quando. =)

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

SOPA

Como eu não sei tirar o blog do ar para protestar devidamente, deixo aqui o meu protesto escrito. Não quero apoiar ou me silenciar diante de um ato que, disfarçado de proteção à propriedade intelectual, visa afetar a todos nós que, diariamente nos comunicamos, expressamos nossas ideias, discutimos e debatemos livremente na internet. Isso é o prelúdio à censura. É apagar pensamentos supostamente perigosos que vão contra aquilo que eles querem que pensemos. Pense nisso.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

TPM: você está fazendo isso errado

Se você não sofre de TPM, mas sim com a TPM alheia, esse curso busca abordar de maneira prática técnicas que podem ajudá-lo a sobreviver neste período tão peculiar do mês da fêmea.

AVISO: Artigos sobre o assunto estão pela internet em abundância. Se quiser buscar algo com bases científicas, não é aqui. 


damnitshithappensallthetime.blogspot.com


Começaremos nosso curso expresso com a parte mais fácil.

Certas frases (e suas variações) podem levar ao óbito ou amputação de membros do enunciador, dependendo da força física e armas em potencial (por exemplo, facas, martelos, móveis em geral, motosserras, artigos de decoração, canetas, colheres, lenços etc.) à disposição de sua interlocutora.

Veja abaixo como uma mulher na TPM responde (ainda que apenas mentalmente) às seguintes frases:

"Amorzinho, sei que está agindo assim porque está na TPM"
Não venha culpar a TPM. A culpa é TODA SUA.

"Essa (roupa/maquiagem/corte de cabelo/sapato) não ficou bem em você"
Pronto. Agora, além de gorda, eu sou feia.

"Me empresta o controle remoto para eu dar uma olhadinha no futebol?"
Só se você me emprestar a calibre 12 para eu estourar o seu crânio enquanto faz isso.

"Vou sair com (inserir nome do amigo, ou pior, da amiga, aqui) hoje à noite"
E vai me largar aqui, sozinha?! Que espécie de insensível é você!? Aliás, pensando melhor, vá. E não volte nunca mais.

"O que tem para comer?"
Depende do que VOCÊ vai fazer.

"Esse (filme/peça/passeio/restaurante) que você escolheu não é muito legal"
Então escolha você um melhor da próxima vez ao invés de dizer "tanto faz". Seu frouxo.


A TPM é uma espécie de filtro. Tudo o que você disser e fizer será interpretado pelo lado mais negativo possível. Deixo para os cientistas explicarem por que isso acontece. Só posso dizer que acontece.

Agora vamos à parte difícil. Como fazer isso certo:

- Deixe chocolates à disposição, mas jamais diga algo do tipo "Aqui um chocolatinho para a sua TPM".

- Não, absolutamente não ao sarcasmo e à ironia.

- Que se dane a inteligência. Mulé é bicho burro. Passa a vida inteira estudando e investindo em atividades para se tornar alguém mais interessante, mas, no fundo, só quer ouvir que está bonita.

- Não fale muito. 

- Não fique em silêncio.

freestockphoto.biz
- Não fique muito perto.

- Não fique muito longe.

- Não faça barulhos irritantes (isso inclui chupar os dentes, fungar, mastigar ou respirar).

- Não se mexa muito.

- Não fique muito parado.


Viu como é fácil? =)


Agora, falando sério, uma coisa que ajuda na TPM é exercício físico. Diminui as dores, aumenta a disposição, melhora o humor e ainda serve de válvula de escape para possíveis indignações descabidas. Ainda não achei nada melhor do que o combo atividade aeróbica (regular, tá? Uma vez por mês só não dá nada ¬¬) + ibuprofeno + chocolate.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Torcida de futebol, Michel Teló e zumbis

Parece-me que as redes sociais se tornaram um campo de batalha entre aqueles que amam e odeiam coisas que não merecem o drama.

Ora, o mundo está cheio de lixo desde sempre. Hoje é o BBB e o Michel Teló. Já tivemos Rala o Pinto, Xibom Bombom e Surra de Bunda. Acho que já deveríamos estar acostumados a passagens ilustres de porcarias de um verão só, ainda mais no país das bundas.

É importante que as redes sociais promovam discussões e debates. Só não vejo como discussões que se parecem com briga de torcida possam levar qualquer pessoa a qualquer tipo de crescimento.

O consumo de modismos não é senão reflexo daquilo que somos. Por que será que os filmes de zumbi e vampiros estão tão em alta? Coincidência? Acho que não.

Estamos no país manipulado por mídias que criticam o ensino de sociologia e filosofia no ensino obrigatório, dizendo que isso "impede o crescimento da nação", no país em que, acuados pelo medo, adotamos posturas autoritárias sem conhecimento de causa (e achando que estamos defendendo os nossos próprios interesses! ha!) e saímos por aí defendendo que deveria sim haver um Big Brother de verdade para controlar os meliantes. No entanto, gritamos contra a censura sem nem saber que estamos gritando a favor dela! 

E quando a Época diz que Michel Teló "traduziu os valores da cultura popular", não entendo o choque e a indignação. Primeiro, traduz MESMO: somos um povo  que não se mobiliza para pensar o coletivo e só se preocupa em pegar alguém na balada ou em xingar a outra torcida no Facebook. Segundo, quem é mesmo que edita a Época? Ah, tá.

Daí vamos às alternativas:

1) Desligue a TV. Ninguém obriga ninguém a assistir nada.
2) Desligue o computador. Idem.
3) Não quer desligar o computador? 

a. Há aplicativos que bloqueiam conteúdos indesejáveis.
b. Você sempre pode bloquear seus amigos que falam coisas indesejáveis.
c. Arrume amigos melhores, que compartilhem coisas mais interessantes e passíveis de debate verdadeiro (ainda bem que tenho vários desses na minha lista)
d. Leve com bom humor e ria das sátiras que postam por aí!



***

[EDIT] Terminei meu García Márquez. Não é nenhum "Amor nos tempos do cólera", mas gostei de "Memoria de mis putas tristes". E fiquei feliz de conseguir ler em espanhol. Já tinha lido alguns antes, do García Márquez, inclusive. Mas desta vez li rápido e sem perder muito do conteúdo. Sinal de que meu pobre espanhol está melhorando.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Fuga de São Paulo - Parte II

Como ainda não estava satisfeita com uma viagem só, o namorado lá no Nordeste (e só volta no final do mês) e poucos reais na conta, não dava para fazer um mochilão. Fiz então um "mochilinho" em um dos lugares de que mais gosto no meu lindo país.

Sei que já fui mil vezes a Paraty/RJ, mas nunca é demais. Essa foto ao lado foi tirada em um passeio de barco num dia horroroso de chuva. =)

Fazia tempo que não ia para lá e descobri que a popularidade da cidade, entre estrangeiros principalmente, cresceu em progressão aritmética de alguns anos para cá. Como meu objetivo não era conhecer a cidade, a muvuca não me incomodou.

O melhor de Paraty, no entanto, é conhecer seus arredores. Se quiser caminhar, tem várias trilhas que levam a lugares lindos. Se não quiser, dá para fazer quase tudo de barco. Como eu estava com uma preguiça absurda de fazer trilha (e o tempo chuvoso não ajudou muito), resolvi deixar as praias mais selvagens para outra ocasião e fiquei enchendo a barriga de frutos do mar à beira do mar. 

Agora acho que já estou quase pronta para a volta às aulas. Já tirei a cor de porcelana, exauri minhas finanças, comi até dizer chega. Falta terminar o meu Gabriel García Márquez e criar um pouco de coragem para começar o ano. Se bem que o Carnaval já está logo ali... =)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Rapidinhas


1) Meus lindos sapatos novos sobreviveram e proporcionaram uma experiência nova aos meus pés: sem bolhas depois!

2) Amo minha mochila.

3) Tchau, São Paulo. Estou indo tirar a cor de porcelana, com passagem só de ida. Volto quando decidir voltar, mas obrigatoriamente antes do dia 16.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Desapaixonar-se

Quando nos apaixonamos o mundo fica mais colorido, os pássaros cantam melhor e nem o BBB irrita tanto. A paixão vem como um tsunami e invade cada poro do nosso corpo. Até respirar é inebriante.

O processo inverso, no entanto, não é arrebatador e nem ocorre de súbito. Ele é silencioso como o diabetes. E, assim como a doença, deixamos de processar o açúcar.

Penso na lei da conservação de energia. Experimente segurar uma bola de basquete na altura dos ombros. Agora solte a bola. Ela vai quicar, mas não  vai voltar para as suas mãos, a não ser que se acrescente uma dose de energia. Sem essa energia, a cada vez que a bola quica, ela volta menos. Até que ela fica no chão e você não brinca mais.

Filosofia de boteco do dia I: ou você segura a bola o tempo todo ou dá um empurrãozinho para ela voltar.

Filosofia de boteco do dia II: alguns relacionamentos são como bolas de basquete, mas outros são como bolas de boliche.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

As ambiciosas resoluções de Ano Novo de Patrícia

Mais um ano que se foi.

A minha lista de resoluções teve que ser modificada ao longo do ano, já que as oportunidades que apareceram não seguiram meu plano inicial. É por isso que sempre digo que a gente tem que ter um plano mais ou menos, onde possamos mudar mais ou menos, de acordo com o que a vida nos oferece. =)

Parece-me que 2011 foi uma espécie de transição. Um ano de subir degraus, ainda sem chegar no topo. Um ano de plantio, ainda sem colheita. Um ano de muito investimento em todos os sentidos.

Acho que um pouco do que plantei (e eu plantei pra caramba) já está começando a aparecer. =)

Minhas metas para 2012 são ambiciosas, mas acho que vou conseguir.

1) Trabalhar de 20 a 25h por semana com ganhos similares ao que eu tinha trabalhando 14h por dia. Parece impossível, mas acho que até o meio do ano eu chego lá. 

2) Frequentar a academia que estou pagando (olha que já estou fazendo 50%).

3) Mestrado na USP.

4) Voltar às aulas de tango e ir a uma milonga por mês, no mínimo dos mínimos.

5) Tomar mais sorvete, ver mais os amigos, viajar mais.

Visto que desisti temporariamente de morar sozinha, tudo me parece bem mais factível.