sábado, 31 de dezembro de 2011

¡Buenos Aires! y Feliz Año Nuevo

Estou de volta. Cansadíssima, mas feliz.

Esse negócio de viajar a Buenos Aires para bater cartão nos pontos turísticos, fazer compras e ainda querer pegar aulas de tango e milongas é bem cansativo. Vou querer voltar só para fazer o circuito tango e esquecer o resto!

A única decepção que trago é que não tive muita oportunidade de praticar meu parco espanhol. Parece-me que o real forte em relação ao peso argentino causou uma invasão brasileira e o idioma oficial lá é o portunhol. Quando eu perguntava as coisas em espanhol, me respondiam em portunhol. ¬¬

Algumas dicas para marinheiros de primeira viagem:

- Leve reais e não troque tudo de uma vez. Muitas lojas e restaurantes aceitam reais e o câmbio varia muito. Às vezes compensa pagar em reais. E antes de trocar, consulte sites como o www.dolarhoy.com para saber onde conseguir a melhor cotação.

- Para se locomover, diferentemente de São Paulo, o metrô nem sempre compensa, pois o tempo de espera dos trens pode não valer a pena. Fora a muvuca. Táxis são baratos e, mesmo que a distância seja grande, a cidade não tem tanto trânsito. E para distâncias curtas, caminhar é tranquilo, já que a cidade é plana e fácil para se orientar.

Buenos Aires Bus
- Muito melhor do que city tour de hotel, a cidade oferece um em ônibus de dois andares, partindo da Florida x Diagonal Norte. Os ônibus saem de 20 em 20 minutos e você pode descer e depois pegar outro com o mesmo bilhete. Dá para comprar bilhetes de 24h (70 pesos = mais ou menos 30 reais) ou de 48h (90 pesos = mais ou menos 40 reais). Tem gravações em vários idiomas e você bate cartão em todos os pontos turísticos da cidade. Mais informações em www.buenosairesbus.com

Must-see:

Café Tortoni
- Café Tortoni: bem turístico. A comida é boa e o lugar é lindo. Ilustres como Carlos Gardel e Jorge Luis Borges passaram por ali.

- Plaza Cortázar (ou Plaza Serrano): para curtir a noite em um dos vários bares ao redor da praça.

- Feira de San Telmo: feira de antiguidades que acontece aos domingos. É bem parecida com a paulistana feirinha da Benedito Calixto, mas vale a pena dar um pulo lá para olhar as quinquilharias. E dá direito a orquestras de tango tocando na rua e a sacadas de marketing excelentes como esta:
Feria de San Telmo

- Freddo: tem um em cada esquina. Maravilhoso. Uma bola de sorvete custa 6 pesos (mais ou menos R$2,50, contra os oito reais do nosso Sottozero). O de dulce de leche é um clássico, mas eu achei doce demais, até mesmo para padrões brasileiros. Mas, when in Rome... =)

Caminito
- El Caminito: lugar bem turístico, onde você pode tirar fotos fingindo dançar tango, comprar lembrancinhas e apreciar os artistas. Achei muito legal na primeira vez que fui (quando passei por Buenos Aires, em 2003), mas acho que uma vez só basta. =) Dizem que é bem perigoso ficar andando pelo bairro fora da área do Caminito, mas eu não testei. A única outra atração da região é o estádio do Boca Juniors. Mas, como meu interesse por futebol é nulo, só passar na frente de ônibus me bastou.

Cementerio de la Recoleta
- Cementerio de la Recoleta: se o sol não estiver rachando, refugiar-se no cemitério é um passeio bem legal. Dá para passar no túmulo de Eva Perón e deixar umas flores, se quiser. Bizarro ter um cemitério como ponto turístico, mas é um must-see de Buenos Aires. Todas as grandes avenidas estão enterradas lá. Para passar a eternidade lá custa caro, mas para dar uma voltinha não custa nada.

- Av. Córdoba e arredores: na altura do número 4500 começam os outlets. Para quem vai para a Argentina para comprar roupas ou tênis, é o paraíso. 

- Parrilla argentina: sem comentários! A carne é boa, macia e bem temperada! Tem que tirar o chapéu mesmo! Estou quase vegetariana de tanta carne que comi por lá. E acho que vou ficar um bom tempo sem comer carne vermelha...


Tango:

- Para aprender a dançar, é melhor pegar aulas antes de ir para lá. As aulas que peguei lá, apesar de admitirem iniciantes, são melhor aproveitadas se já souber o básico. Até porque fica difícil entender as figuras se não souber o nome de alguns movimentos básicos.

- Os shows de tango são para turista ver. Coreografias ensaiadas, movimentos excessivamente dramáticos, giros e saltos e acrobacias e tudo o mais. Vi um, pois, afinal de contas, ver acrobacias é sempre bacana. Mas muito mais legal (e infinitamente mais barato) ir a uma milonga e ver os velhinhos de 120 anos dançando (muito melhor do que você).

- Sapatos de tango: o atendimento das lojas é impressionante. Os vendedores são muito atenciosos e... sinceros! Eles te dizem se ficou bom ou não, se está grande aqui ou ali ou se vai te machucar o pé. Não ficam tentando te empurrar nada. Mulheres, mesmo não tendo a menor intenção de dançar tango na vida, os sapatos são lindos e bem mais confortáveis que sapatos tradicionais. Diz-se por aí que são os melhores sapatos do mundo =) Na foto um dos pares que comprei. Preços variam em torno dos 100 - 130 dólares o par. (Se for comprar no Brasil sai infinitamente mais caro) Duas lojas legais são a NeoTango, onde dá para escolher entre trocentos modelos com três tamanhos diferentes de salto (6.5, 7.5 ou 9.5cm) e que faz sapatos bem confortáveis e a Comme Il Faut, que tem modelos menos tradicionais, com cores e texturas diferentes, todos lindos. E o mais incrível destas duas lojas é que não só elas trabalham com o meu número (33 aqui no Brasil), mas também oferecem enorme variedade de modelos. Não sabia se ficava feliz ou desesperada. =)

Se volto para Buenos Aires? Com certeza.


***


Como demorei muito para escrever a postagem, já é dia 31. E como não sei se vou escrever mais, aproveito para desejar um 2012 maravilhoso e cheio de conquistas a todos que me leem.


Que não esperemos que 2012 seja um ano melhor, mas que sejamos melhores nós mesmos. =)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Tempo!

Sei que acabei de voltar, mas já vou! Volto antes do Ano Novo, a tempo de postar minhas resoluções =)

Isso, é claro, se os aeroportos não entrarem em greve...

Hasta la vista!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

De folga, finalmente.



Nem acredito que este semestre acabou.

Quando aceitei a proposta da segunda escola, já sabia que seria puxado. Mas fui em frente. Passei de agosto a dezembro trabalhando 14h por dia.

Sou a prova viva de que quando resolvemos algumas coisas, e resolvemos de coração, o mundo conspira para nos ajudar.

Muitos se perguntaram se eu estava tentando ficar rica. Rica? Desculpe, mas qual a parte do "sou professora" você não entendeu?

Não trabalhei 14h por dia para ficar rica. Até porque o trabalho toma muito do nosso tempo para podermos ficar ricos. (Mas isso é assunto para outra postagem).

Trabalhei 14h por dia porque isso fazia parte de uma meta maior, de médio prazo. E que finalmente está se concretizando. Não sei se minha satisfação maior vem do fato de que as coisas estão acontecendo como planejei ou se vem do fato de que eu consegui sobreviver cada um dos passos que estabeleci. É a primeira vez na vida que consigo atingir alguma coisa de médio prazo que fui eu mesma quem decidiu!

Este semestre que passou foi exaustivo, mas arrisco dizer que foi o mais fascinante em toda a minha vida profissional.

Lembro-me de quando entrei na faculdade de Letras. Meu objetivo, ao prestar vestibular, era bem idiota: conseguir um diploma e melhorar meu salário de professora. E só para eu quebrar a cara, me apaixonei pelo curso. E a cada dia meu objetivo de conseguir o diploma se tornava mais e mais insignificante perto de todas as outras coisas que o curso me proporcionava.

E esse semestre foi semelhante. Quando aceitei a proposta de ser professora de educação infantil (pasme!), meu objetivo era conseguir uma remuneração um pouco melhor do que em escolas de idiomas, ganhar experiência com crianças e mostrar no meu currículo que eu era mais versátil do que parecia. 


Grata surpresa.

A professora de adolescentes e Business English se jogou de cabeça. Tirei o esmalte roxo e as unhas compridas, tirei o rosa do cabelo, tirei os brincos grandes, o relógio, os colares, abandonei o salto alto, vesti moletom, avental e tênis. Quando olhei para a foto dos meus alunos de dois anos, quase tive um ataque. E quando eles foram entrando na sala de aula, o pânico tomou conta de mim. Eu? Que nunca tive contato com crianças? Nem sobrinhos, nem primos, nada. E foi a experiência mais transformadora da minha vida.


Sou muito grata a todas as pessoas que trabalharam comigo nesta empreitada, que suportaram minhas crises de cansaço e stress extremo e, principalmente, sou grata às crianças, que me deram diariamente aquela dose de energia positiva para continuar trabalhando as 14h por dia. Quem diz que criança suga energia é porque nunca trabalhou com elas. Aprendi com esta experiência muito mais do que ensinei.


No final consegui tudo o que tinha como objetivo inicial - assim como eu consegui o diploma da USP lá no passado. Mas não há palavras para descrever o que ganhei a mais.


2011 começou bem mal, mas deu tempo de virar o jogo. Ufa. Agora é descansar para ter uma boa colheita em 2012 do que comecei a plantar em 2011. =)


Agora vocês já sabem por que andei sumida do blog.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Mundo, mundo, vasto mundo

E aí, Raimundo? O que vai ser?
Pastel de queijo ou viagem de balão?
Colher de sopa ou moda de violão?

Sei não!