quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Sonhos

"Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o universo conspira a seu favor." Johann Goethe (1749-1832)


Sou uma pessoa que morre todos os dias se não tiver um sonho e se não viver esse sonho. Eu tenho que seguir em frente até o sonho acabar. Se não é para frente, é para baixo. O meu lado escuro me envolve, me engole, me digere e eu morro.

Sonhos podem virar pesadelos. Mas aí eu arrumo outro sonho para perseguir. Sem sonho, eu morro.

Isso que sou não me basta. Essa carreira que tenho não é suficiente.  Essa vida que levo não me faz feliz. Tenho dúvidas se a cidade que me acolheu no nascimento e na minha vida até o momento ainda me cabe.

Lá vou eu para outra reviravolta na minha jornada.

Quando me separei e me vi só, pensei que seria o início de uma vida de independência. Sonhava em ter meu apartamento, em decorá-lo com cores vivas, ter um espaço para os meus livros e minhas gatas, pendurar minha rede cearense na varanda e ser capaz de dizer que não precisava de ninguém. E me vi com um salário ridículo, voltando a morar com os meus pais, a carreira estagnada e com um monte de sonhos destroçados.

Pensei que não tinha forças para me refazer. Morria de inveja das pessoas que conseguiam recomeçar. E não me dei conta de que toda a minha apatia derivava de um só componente: eu não sonhei com convicção. Meu sonho era fraco. Era supérfluo. Meu sonho nem era sonho de verdade.

Lutei sim. Persisti sim. Minha carreira encontrou um espaço onde eu conseguia pagar as minhas contas e isso me realizou por um tempo. Só que aí subi em um balão e olhei para mim mesma lá de cima. E vi que estava depositando o que achava que eram sonhos em um emprego. E essa não sou eu.

E as caixas da mudança ainda estão fechadas. Desde a minha separação, há 3 anos, que tenho caixas e caixas fechadas entulhando a casa dos meus pais. O que tem lá dentro? Nem eu sei.

Agora tenho um novo sonho. Ele vai me custar dinheiro, carreira, amigos, família e cidade natal. E é grande. Se é.

E vou ter que abrir aquelas caixas. Para fazer novas caixas, com novos sonhos. E, dentro de uma delas, vai a rede que comprei no Ceará.

Por enquanto, só tirei as telas e as tintas. E estou indo pintar um novo caminho. 


domingo, 25 de novembro de 2012

Medo


Já se perguntou o quanto já deixou de fazer por medo?


Receio é uma coisa. Olhar bem para os dois lados antes de atravessar a rua é receio. E isso precisamos ter. Deixar de cruzar a rua por medo é viver para sempre no mesmo quarteirão.

E o mundo é grande.

Chega de fazer historinhas trágicas na cabeça. Caiu, levanta. É assim. Tchau, medo. Estou indo fazer a minha história, porque sou eu quem manda nessa porra.

domingo, 4 de novembro de 2012

Esmola a um mendigo

Ninguém pode oferecer o que não tem. Às vezes esperamos coisas, gestos, atitudes de outros, mas acho que precisamos enfiar na cabeça que as pessoas possuem limitações. Tem gente que não tem dinheiro, tem gente que não tem coração e tem gente que não tem cérebro. E eu não quero pertencer à última categoria. Então chega de pedir esmola a mendigos.

sábado, 3 de novembro de 2012

Porque, assim,

foi tudo tão rápido que nem deu tempo de processar uma coisa e já veio outra. Mas minha vida é assim mesmo. Não luto contra isso. Se não dá para ser uma coisa de cada vez, que seja tudo ao mesmo tempo. Multitasking é o nome que deram para isso, não é?