terça-feira, 24 de maio de 2005

O Mundo Cão

Arrogância à parte, é foda ser foda.
O mundo vem e te engole. E nem quando você QUER tirar uns meses para fazer nada, não te deixam.

Hoje fui pedir as contas, de novo. E, de novo, me fizeram uma contra-proposta. Aumento salarial significativo que é bom, nada. E ainda me inventaram que eu tenho que dar aviso prévio, sendo que eu assinei um contrato de temporária não sei quanto tempo atrás e ninguém me avisou que o contrato foi renovado automaticamente mas que agora eu tenho que dar aviso prévio ou indenizar a empresa! Tem algum advogado trabalhista aí dando consultoria de graça? Ou um psiquiatra que ateste que eu sou emocionalmente instável?

Enfim, vou sair. Eu já até esvaziei minhas gavetas. Acho que vou ter que começar um processo de sabotagem descarada para ser mandada embora (aí não tem essa putaria de aviso prévio).
E a fila anda, né? Hoje também fui fazer prova num processo seletivo para professora no Colégio Etapa. Só de ter meu currículo selecionado sem ninguém me indicar eu já fiquei feliz! Se eu passar desta fase e for chamada para entrevista, eu já posso atestar que sou foda.

Da pós-graduação, tudo zoado. Não tenho tempo (nem cabeça) para estudar, para fazer trabalho, para pensar no projeto e não tenho orientadora também. Todas as vagas para 2006 já estão preenchidas e as pessoas vão só formalizar a situação. E eu entrei na fila. Ou seja, perspectivas quase nulas de bolsa. Lado bom: vou fazendo o mestrado por fora e quando eu entrar é só cumprir crédito e defender, sem os prazos me comendo. Lado ruim: vou ter que trabalhar mesmo...

Preciso ganhar na loteria urgente.

De resto, tudo vai bem. Tudo vai maravilhosamente bem.

A escada do Pai Mei nem era tão alta assim. Era. É. Mas, sem perceber, eu já subia os degraus há muito tempo.

Acabou o silêncio. Tudo grita.

Daniel, obrigada por existir. Você dá sentido e cor à minha vida e me faz perceber que minha caminhada até aqui não foi em vão. Se não te reconheci antes, me perdoe. Eu tive medo. Eu tive medo de ser feliz e tive medo de não poder mais colocar obstáculos no meu próprio caminho para ter dó de mim mesma. Agora não tenho. Daqui pra frente, os degraus ficam mais largos e menos altos porque você está do meu lado. Espero que não fique puto com a declaração pública, mas eu não tenho nada a esconder de ninguém. O post de hoje foi pessoal e o que diz respeito à minha vida pessoal não poderia fechar sem uma palavrinha para a pessoa maravilhosa que você é. Você é TUDO pra mim. Obrigada por fazer parte da minha vida.

segunda-feira, 16 de maio de 2005

Balaio de gato

Para quem me entendeu mal, estou muito longe de estar silenciosa por estar mal. (Veja o Sux-O-Meter ao lado). Estou silenciosa porque o que eu tenho a dizer é especial demais para ser gritado aos quatro cantos do mundo (se é que o mundo tem cantos)...

Eu passei algumas semanas de muita correria :) Tanto do coração como no trabalho. Do coração, eu vou continuar com o suspense. Mas no trabalho foi embaçado. Minha empresa participou do evento
FEIMAFE na semana passada (por isso também a ausência). Acho que fomos bem. Tirando trabalhar 12h-14h por dia de pé, no salto, ter perdido as costas e os joelhos, acho que foi uma experiência legal.

Taí. Eu nunca achei que fosse me empolgar trabalhando no Depto. Comercial. Descobri até que eu levo jeito para a coisa. E eu que achava que os testes vocacionais tiravam uma com a minha cara quando dava "administração"...

Mas, para não deixar o blog na saudade, vou aproveitar e responder à enquetezinha do
Wise Up! Give Up!

1- Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?
Tirando o fato de que não faço idéia do que seja o Fahrenheit 451, eu seria O Amor nos Tempos do Cólera (Gabriel García Marquez).

2 - Já alguma vez ficaste apanhadinha (o) por uma personagem de ficção?
Vários. Aragorn, do Senhor dos Anéis (J. R. R. Tolkien), quando eu tinha 14 anos. E, lógico, Mr. Darcy, de Pride and Prejudice (Jane Austen).

3 - Qual foi o último livro que compraste?
Dombey and Son (Charles Dickens).

4 - Qual o último livro que leste?
Mansfield Park (Jane Austen).

5 - Que livros estás a ler?
Dombey and Son (Charles Dickens), The Country and the City (Raymond Williams), Far From the Madding Crowd (Thomas Hardy) e tentando arrumar tempo para recomeçar A História Sem Fim (Michael Ende) porque ninguém merece só ler coisa para a faculdade.

6 - Cinco livros que levarias para uma ilha deserta:
Puxa vida. Ficou difícil! Só cinco? Hmm... Acho que eu levaria os grandes clássicos que ainda não li. Dom Quixote, A Divina Comédia, Crime e Castigo... E estabeleceria a prioridade por número de páginas: os maiores antes, já que eu morreria de tédio e solidão numa ilha deserta. Mas na hipótese de ter outra certa pessoa comigo nesta ilha deserta, talvez eu não levasse nenhum.

7 -Três pessoas a quem vais passar este testemunho e porquê?
Todo mundo. Porque eu ainda não vou contar o que está acontecendo na minha vida e o blog não pode morrer, ué. E o suposto "porquê" da pergunta deveria ser "por quê".


PS. VALEU, BLOGLIST!!!

quinta-feira, 5 de maio de 2005

Quando tudo o que eu digo é pouco

Acho que nunca antes tive esta sensação. A de que tudo o que eu disser é pouco... Sempre fui uma pessoa extremamente falante (ao ponto de "cala a boca, Patrícia" me soar normal), nem sempre com conteúdo, confesso. As palavras sempre urgiram para sair de um modo ou de outro.

Mas agora, palavras nunca vão bastar. Tudo o que eu disser será pouco.

Desculpem o meu silêncio. Aqui dentro tudo grita. Quero gritar para o mundo. Mas ainda não dá.

Falta mais um degrau.

Só mais um.

(Silêncio!)

segunda-feira, 2 de maio de 2005

Espelho

Um grão de areia no oceano
Uma gota d'água no silício.

Sol. Chuva. Vento.
Tsunami na Ásia.
Há uma guerra entre os humanos
e alguma paz para os que não vêem.

Até que a maré suba.

[Patrícia Arima - Maio/2005]