sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Malditos burgueses

O prazo entre-trampos chega ao fim e estou sendo acometida por uma profunda vontade de ganhar na Mega Sena.

Ontem eu conversei com a minha mãe, que está entrando em seu quarto ou quinto mês de aposentadoria, e comentei sobre aquelas pessoas que passam mal quando se aposentam e não sabem o que fazer para se sentirem úteis. Ela também não entende essas pessoas.

Eu me aposentaria agora, sem um pingo de culpa. Não acho que o meu trabalho dignifica, nem constrói, nem salva o mundo. Já passei dessa fase idealista. E malditos burgueses que inventaram esse mito de que o trabalho enobrece. Que enobrece o quê! É só olhar as unhas da perua dos Jardins e comparar com as da costureira do Brás. Quem tá mais nobre na fita? (é brincadeira, mas tem um fundo de verdade).

Fui acertar minha carga horária no meu novo trabalho e a matéria de pós que vou fazer na USP atrapalhou o meu samba. Fiquei com a impressão de que vou ter que trabalhar muito a mais só para compensar este horário. Ai ai. Meu espírito baiano ainda não foi embora. Em relação ao emprego velho, vou trabalhar poucas horas a mais, mas com essa matéria no meio do caminho e porque a escola nova fecha mais cedo (e consequentemente eu entro mais cedo), estou com a impressão de que vou trabalhar muito mais. E tá me dando uma preguiça...

E é claro que não deixei de perguntar para minha nova chefe se eu posso trabalhar de tênis, camiseta, sem maquiagem e sem fazer as unhas. Deixei uma ótima primeira impressão!


Falando sério. Eu não sentiria nem um pingo de culpa em me aposentar agorinha.

E eu PRECISO providenciar minha rede na varanda. Urgente.

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