sábado, 20 de março de 2010

Geração "Friends"

Toda geração tem as suas particularidades.

A minha geração é um grande limbo. Nossos pais não sabiam ainda se nos proibiam de sair à noite na adolescência por causa do sexo ou por causa das drogas. Mas proibiam. Nossos professores não sabiam se podia jogar apagador nos alunos ou se tinham que dialogar. Mas ainda eram figuras de autoridade. Fomos preparados para trabalhar CLT, bonitinho, e aposentar na mesma empresa após 40 anos de serviços prestados. E a realidade mudou no meio do caminho. Conhecemos as maravilhas dos jogos eletrônicos quando éramos crianças (Lembra do Atari? E dos comandos de DOS para acessar os jogos no XT?), aprendemos a magia e os perigos da internet quando éramos adolescentes. Quem se lembra de ficar esperando dar meia-noite para poder pagar um pulso só para ficar a madrugada toda "teclando" no mIRC? E quem programou o próprio script para personalizar o seu mIRC? E quando apareceu "www" e tudo ficou moleza?

Vimos transformações no mundo e muitos de nós não estávamos preparados para isso. Quem se adaptou, está bem. Quem ficou preso entre modelos ultrapassados e modelos que ainda não se haviam estabelecido, continua perdido.

Dos perdidos, chamo de geração "Friends". Sim, do seriado de televisão. Somos eternos adolescentes, fingindo que somos adultos, mas sem conseguir, porque nosso modelo está deslocado. Somos pessoas que estão se adaptando a um novo modelo, seja ele qual for, mas ainda não temos segurança para assumi-lo de vez. E também somos pessoas que não possuem independência financeira para se bancar sozinho. Nem economicamente, nem emocionalmente. Somos a geração depois do self-made man. Muitos de nós moram com os pais e lá pretendem ficar até que sejam obrigados a mudar de status. Alguns se casam porque parece ser a única alternativa para sair da casa dos pais. E aqueles que não querem nem um nem outro, vão morar com amigos. Daí minha analogia com o seriado.

Me parece, na minha atual situação, ser esta uma saída. Estamos em quatro pessoas: uma designer e três professores. Mais dois gatos e um cachorro. Procurando uma casa com garagem, quintal e, se possível, sem baratas.

4 comentários:

  1. Sim... baratas são um ENORME problema! São nojentas vivas e mortas!

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  2. Apesar de ser tentador, morar com amigos não dá certo. Aliás, conhecidos. Há 50% de chances de dar certo e errado e na maioria das vezes, dá errado. Vc morar debaixo do mesmo teto que alguém que não seja seu companheiro custa a amizade. Mas concordo com tudo o que disse, nossa geração pegou a transição de tudo, apesar que, transição às vezes é relativo porque o tempo passou e nós que fomos ficando...

    Kisu!

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  3. Não entendo a Bah.
    Se são 50% de dar certo ou errado a tentativa de morar com amigos, não é possível que a maioria das vezes dê errado! haha
    Eu nunac me aventurei, mas a as histórias que conheço custaram a amizade muito mais por um não respeitar o espaço do outro do que por quetões de gênio.
    Eu pretendo morar sozinha. Só eu e eu mesma. Mas assim como vc, sou da geração que não tem cancha e nem culhões pra sair do comodismo que a casa dos pais oferece.
    Uma merda neh!

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