sexta-feira, 4 de março de 2005

A calça 38, o anti-tabagismo e a raiva

O sonho de toda mulher é uma calça 38. Ou porque somos grandes ou pequenas demais para estarmos dentro do padrão... Os criadores dos concursos de “miss” e os caçadores de “talento” devem ser donos de clínicas de estética, pois não vejo outra utilidade para que se criem padrões tão ridículos como a calça 38. No final, não dá para sermos totalmente contra um sistema estético pois estamos nele inseridos e nele fomos criados. Eu ficaria feliz em ter uma calça 38 e não ter que garimpar o país em busca de uma 34... Em compensação, seria muito frustrante acreditar que estou feliz em uma sociedade pasteurizada.

É impressionante como as coisas se pasteurizam. Tudo bem. Proibir a galera de fumar em elevador, em ônibus ou em prédios fechados está mais do que justo. Mas, com toda essa onda anti-tabagista, os fumantes - cada vez mais apartados da sociedade - não aguentam mais a encheção de saco dos não-fumantes. Não porque são não-fumantes. Queria eu ser nunca-fumante. Mas porque a grande maioria só sabe mesmo reproduzir um discurso pasteurizado, midiatizado e extremamente repetitivo. Eu estou querendo parar de fumar, mas a cada vez que me vem um CHATO com seu discursinho reproduzido, eu tenho mais vontade de não parar de fumar e continuar sendo a escória.

Caralho. Me deixem morrer em paz. Quem quer morrer velho e esclerosado anyway?

Acho que defender um ponto de vista é importante, mas eu odeio discursinhos repetitivos e forjados. Seja pelo Greenpeace, seja pelo socialismo, seja pelo anti-tabagismo.

É isso. Tou puta. Eu não uso calça 38, eu fumo mesmo, E ME DEIXEM MORRER EM PAZ.

Ah, não resisti e me matriculei na pós. A idéia de emburrar, ainda que por tempo limitado, não me agradou e resolvi cursar uma matéria de literatura. Ainda não sei o que vou fazer com ela, mas vou manter os neurônios ativos...

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