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Edit: Blog agora com Sux-O-Meter (medidor de SUX), patrocinado por Dani.
pl.n. Miscellaneous items, remnants, or pieces. The American Heritage® Dictionary of the English Language, Fourth Edition copyright ©2000 by Houghton Mifflin Company. All rights reserved.
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Ontem, em plena segunda-feira, tive o privilégio de ser convidada a passar a hora feliz a comemorar o aniversário do grande aminco Lud. Conforme nos aproximamos da casa dos trinta, começam as brincadeiras com a idade... Vêm as rugas, os remédios obrigatórios, as alergias estranhas e os desandares do intestino em resposta aos alimentos ricos em colesterol ruim. Vem a barriga de cerveja. Vem a lei de Newton. E vem o sono.
Retomando um pouco das aulas de Estudos Clássicos, do primeiro ano de faculdade, o mito da juventude remonta aos gregos antigos lá em não sei quantos antes de Cristo. Morrer em glória era morrer guerreando, jovem e belo. Muitos consideram a Grécia Antiga o berço da nossa civilização (estou me referindo apenas ao mundo Ocidental, logicamente) e, por alguma razão bizarra, esta noção de que o belo e o bom estão na juventude se perpetuou ao longo dos anos e chegou até os dias de hoje.
Ainda que eu me renda aos cremes anti-idade (um dos meus vícios assumidos) e seja levada, por toda uma conspiração ideológica, a crer que atingimos o auge da beleza aos vinte, quero discordar dos gregos.
Alguns de meus amigos reclamam que eu não tenho mais pique para baladas de virar a noite, para shows lotados de pessoas grudentas e fedidas ou para estar na rua quando todos estão vomitando pelas sarjetas. É verdade. Eu não sei nem se é uma questão de pique ou de paciência. Eu perdi a paciência com lugares lotados. Passa longe da minha concepção de prazer ficar uma hora e meia em uma fila para que eu tenha o direito de pagar uma entrada exorbitante para entrar em um lugar abarrotado de gente suada, com banheiro nojento, bar lotado, comida ruim, barulhento e com gente bêbada me agarrando. Já se foram os tempos áureos em que eu era uma das pessoas fedidas e achava tudo isso o máximo.
Hoje sou muito mais adepta de um jantar a dois ou com amigos em um restaurante com comida gostosa, bom atendimento, estacionamento no local, sem filas, sem gente fedida. Sou capaz de virar a noite acordada sim, mas batendo papo com os amigos, jogada no sofá, tomando coca-cola gelada e com gás.
E tenho sono.
De vez em quando, como ontem, é legal fazer uma hora feliz com os amigos, num barzinho sossegado. Mas virar a noite de segunda para terça, não.
E estou tão feliz assim! Eu estou gostando muito de envelhecer, de ter mais sono mais cedo, de ter preguiça, de ter que malhar o dobro para ter metade do efeito, de ter que ser gente grande. É claro que o legal não é isso. Mas não há nada como ter a sensação de independência, de ser dono do próprio nariz, sem precisar provar isso para os outros. Pode até ser que tudo isso não passe de ilusão. Mas prefiro acreditar que, com o passar dos dias, não ficamos mais velhos, mas sim MELHORES.
Acumular experiência não pode ser menos glorioso do que morrer com chá de fita na adolescência.