quinta-feira, 24 de junho de 2010

O preço da alma

Todo mundo fala em dinheiro. Ok. É importante. Mas, no final das contas, será que é só isso que conta?

Conversando com colegas tanto da área como de outras, cheguei à conclusão de que o preço da nossa alma é de cerca de R$ 2.000,00 por mês, com pequenas variações.

No geral, independentemente do valor do berço onde se nasceu, quem está feliz e realizado, fazendo o que gosta, ganha menos ou cerca de R$ 2.000,00 (líquido) por mês.

Conheço pouquíssimos que ganham muito mais do que isso e estão realmente realizados profissionalmente. (A alma deles é um pouco mais cara que a média.)

As pessoas falam que nós, profissionais da educação e das Letras, somos idealistas. Sim, somos. Ou isso, ou somos loucos. Ninguém em sã consciência escolhe uma carreira que se sabe desvalorizada no país buscando ascensão social.

Ainda não quero vender a alma. Há sempre essa possibilidade - que vai diminuindo ao longo das décadas. Eu mesma penso de tempos em tempos em mudar de área, prestar Direito, concurso público para qualquer merda... Mas ainda acho que o caminho não é por aí.

Profissionais das humanidades, docentes, escritores e toda a plebe culta que nos acompanha: o que precisamos é fazer com que o nosso trabalho seja valorizado. E não sair buscando um emprego para apodrecermos atrás de uma mesa num cargo imbecil.

Agora vou voltar para a minha busca por um emprego fixo que me pague perto do preço da minha alma. Passei um semestre freelando vira-latamente e me virei legal, mas ainda não sei se foi por competência, network, sorte, destino ou a combinação de todos os fatores. Pretendo continuar freelando, mas não sei se posso arcar com a decisão de viver só disso. E quem souber de algum apertamento de dois cômodos em bairro mais próximo do centro do que o Itaim Paulista, estou buscando.

Um comentário:

  1. Nossa alma vale merrecas ahahahah... realmente, concordo com vc sumida :P

    Kisu!

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