Hoje fiz duas coisas interessantes na seqüência: uma entrevista de emprego e uma visita à escola onde trabalhava no ano passado.
Fazia muito tempo (mesmo) que eu não era entrevistada de verdade. O mundo das indicações é uma realidade. Vivo nela. Mas, uma entrevista sem indicação pode nos ensinar muito, já que o seu entrevistador está realmente te avaliando pela primeira vez. E tive um insight durante essa entrevista de hoje.
Quando me candidato a um emprego, não penso só no dinheiro. Um trabalho é sempre uma troca. Presto o serviço e recebo o dinheiro, mas, mais do que isso, penso: o que tenho a oferecer aqui e o que tenho a aprender? Durante a entrevista, percebi que tinha muito mais para oferecer do que para aprender lá. Me arrisco a passar a imagem de arrogante, mas esta equação tem que ser resolvida antes de aceitarmos o emprego. Ou teremos que demitir chefes lá na frente. E, confesso que estou me cansando disso.
Depois da entrevista, como era pertinho, fui à escola onde trabalhei no ano passado. Tive o prazer de reencontrar duas pessoas que admiro muito. Apesar de não ter ocupado nenhum cargo com nome pomposo, esta escola me ensinou muito. Foi não a única, mas provavelmente a melhor experiência que tive em minha já não tão curta carreira de professora.
Se penso em pedir meu emprego de volta? Não. Não penso. Apesar da experiência positiva e de saber que poderia ainda aprender lá, é para frente que se anda.
Desde o início do ano não tenho emprego fixo. Voltei a traduzir e estou com volume razoável de trabalho. Trabalho em casa, não tenho chefe. Mas, por não ter estabilidade, andei desesperada distribuindo currículos, procurando algo fixo. E é claro que não encontrei. Tenho recusado proposta atrás de proposta. Não porque quero ser milionária, mas porque percebi que não vejo como aqueles empregos podem me acrescentar alguma coisa. Recusei 4 empregos nas últimas 3 semanas. Isso me diz algumas coisas:
1) Correndo o risco de ser arrogante de novo, sinto-me muito mais capaz de coordenar uma escola do que as pessoas que me entrevistaram. Não consigo trabalhar para alguém que eu não respeite/admire.
2) Não sei nem se quero ter chefe.
Quando coordenei equipe em 2007 e 2008, senti muita falta de ter tido um modelo. Fiz o melhor que pude, mas me senti um pouco órfã em alguns momentos. Sempre fui boa em improvisar, tenho razoável habilidade para fingir que sei o que estou fazendo, mas não era isso o que eu queria da vida. Deixei o cargo e fui buscar outras coisas.
Ainda bem. Agora já sei como quero ser quando eu crescer.
3) Estou pronta para ser chefe de novo.
Eu pelo menos cansei de procurar o que na verdade não vem tão fácil. Então me deixei levar na onda da utilidade. Claro que o sentimento de frustração é grande, vc podendo oferecer mais e receber muito pouco em troca, não somente dinheiro. Mas acredito que tudo seja um processo que infelizmente todos temos que passar. Até encontrar. Ou não. rs
ResponderExcluirKisu!
Pois é, esse assunto é um tanto quanto complexo. Me preocupo muito com isso - a questão do aprendizado. É super importante ter essa via de 2 mãos. Uma outra coisa é que à medida que temos mais experiência, mais ficamos exigentes. Isso é soda...rs
ResponderExcluirKisses