domingo, 15 de agosto de 2010

Nem sempre


Por mais que planejemos, por mais que lutemos, por mais que nos esforcemos, nem sempre as coisas acontecem como queremos. É claro que não. E não vou entrar numa conversa de lei de Murphy ou lei de Newton, porque tanto uma como a outra se aplicam a todas as pessoas. Ninguém é mais vítima do que ninguém. Os desafortunados que me perdoem, mas somos nós também responsáveis pela nossa própria fortuna.

Os nossos planos muitas vezes desconsideram um fator básico: vivemos no mundo.

E, como detentores de tal privilégio, deveríamos saber que o mundo não é estático. O mundo vasto mundo muda. Com velocidade incrível e em direções imprevisíveis.

É bom ter planos. É bom ter metas. Mas também é preciso ter flexibilidade.

A pedra no meio do caminho aparece. E, ainda que fosse possível, planejar todos os obstáculos é uma atividade que paralisa. Nos deixa sem tempo e sem ação. É importante ver a pedra. Mas, mais importante é analisar o arredor e saber se vale mais a pena saltá-la, contorná-la, engoli-la ou chutá-la. Ver somente pedras nos torna medrosos. E pessoas com medo, além de desinteressantes, são perigosas.

Metas e planos devem (ou deveriam) ser "mais ou menos".

Aí dá tempo de se surpreender com o improvável e ver poesia no trivial. Dá para mudar o rumo sem comprometer todo o futuro. E dá coragem para enfrentar essa aventura que é a vida.

Trabalho e dinheiro fazem parte do mundo. São parte significativa do mundo. Mas, mais importante que isso, é a própria vida. E conheço muita gente que se esqueceu disso. Se esqueceu de viver. (Por isso gosto tanto de zumbis. Tenho muitos amigos dessa espécie.)

Muita gente me considera pessimista. Mas eu acho que sou a maior otimista que conheço. Tenho muita fé na humanidade. E esse é o maior ato de fé que alguém pode ter.

Um comentário:

  1. Sou da teoria que planos foram feitos para serem desfeitos... pelo menos os de longo prazo.. o resto é importante saber ser flexível para conviver com os improvisos...

    Kisu!

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