domingo, 14 de novembro de 2010

Versão resumida da novela da minha vida pessoal recente

Essa com certeza vai para o meu livro (estou escrevendo o tal romance, gente!).

Não sou de compartilhar muita coisa pessoal (tão pessoal assim) por aqui, mas acho que cresci tanto com esse capítulo da minha vida que achei que vale a pena.

Há alguns meses comecei a sair com D... Sabe aquela coisa arrebatadora? Incontrolável? Doente até? Então... Quando achei que não tinha mais idade para viver assim, me aparece o D. na vida.

Prelúdio
Sabe aquele cara, que você achava gatinho láááá dos tempos da faculdade? Nos reencontramos e começamos a sair. O cara é perfeito. Atende a todos os meus critérios. Praticamente um gay. Bonito, inteligente, culto, atencioso, o sexo é maravilhoso, enfim. Meu número. Tudo lindo.

Capítulo I - "Eu não estou apaixonado"
Ouvir isso depois de ser tratada como uma rainha semanas a fio é bem bizarro, mas eu ouvi. Fiquei puta. Em circunstâncias normais, eu iria para casa, me fecharia no quarto e dormiria com o meu orgulho. Mas era o D. Então enchi a cara e chutei a porta dele às 4 da manhã, completamente bêbada, e fui tirar satisfação. Mandei olhar na minha cara e dizer que não gosta de mim. Ele não disse. O capítulo acabou.

Capítulo II - "Quem é a outra mulher com quem você sai quando não está comigo?"
Eu nunca, NUNCA, N - U - N - C - A fui do tipo que fica encanada se o meu cara está saindo com outras pessoas. Minha relação com a traição é outra. Acho que a traição é consequência de um problema muito maior que está corroendo o relacionamento. Não deixo a coisa chegar no ponto da traição antes de longuíssimas DRs (embora eu odeie DRs), mas enfim. Cada casal com os seus problemas. De qualquer maneira, depois de um programa super namoradinhos em que ele conheceu alguns dos meus amigos, me deu um negócio de perguntar "Quem é a outra mulher com quem você sai quando não está comigo?". E ouvi que eu era a outra.

Capítulo III - Até mais
Ser colocada num vértice de um triângulo sem conhecimento de causa é muito trash. Até mais.

Capítulo IV - Eu não consigo
E eu consegui não atender os telefonemas? Era o D.! Lembra da parte do incontrolável e doentio? Cheguei a procurar todo tipo de desculpa para achar vantagem em ser a outra. Se é para sofrer, a gente sofre. Se é para sangrar, a gente sangra. E, mesmo sabendo que aquilo não era certo, continuei não conseguindo não atender os telefonemas.

Capítulo V - Ressaca moral, autoajuda e adeus (ou até logo)
Eis que nem terminei de ler o livro. Mas as coisas ficaram claras. Gosto do D. e gosto até demais para o meu gosto. E, mesmo vivendo essa coisa maluca e intensa que tem sido, fiz o que tinha que fazer. Tão logo tive clareza do que queria, a atitude certa me veio imediatamente à mente. E, por mais difícil que tenha sido, hoje foi o dia em que coloquei em prática o que não consegui antes porque as coisas não estavam claras. O livro diz para trabalharmos com a hipótese de ele não estar tão afim de você. E, olha, pode ser que não esteja mesmo. Até então, deixei D. confortável na situação. E agora que botei na parede, vou saber se o medo de sair do relacionamento estagnado é maior do que a vontade de ficar comigo. E aí vou saber se ele estava na minha ou não. Afinal, um homem prefere perder os dois braços a dizer que não te quer mais, certo? Como você não vai arrancar os braços dele (e mesmo que fosse, isso não ia adiantar), o melhor (e talvez único) jeito é testando. É melhor uma verdade dolorida do que uma mentira feliz. Você é daquelas que leva 40 minutos para arrancar um band-aid? Não é melhor arrancar de uma vez?

Dénouement
Em letra de forma: não quero ser a outra. Não quero viver a metade. Não quero não poder ter uma porcaria de uma escova de dentes na casa do cara. Quero passar o Ano Novo com ele. Quero viver um monte de coisas com ele. Mas não com os restos. I deserve better.

Quando e se ele estiver disponível, verdadeiramente disponível, e quiser me procurar, a história é outra. É uma nova história. Mas essa, por mais difícil que seja estar em casa quando podia estar nos braços dele, acabou.

Sendo bem pragmática, if it's meant to be, it's meant to be. If it's not, then it wasn't meant to be. Meu racional está em paz, embora o meu emocional esteja em frangalhos. Mas até aí, quem disse que cérebro tem utilidade para tudo?

Agora com licença que vou me encontrar com o meu travesseiro.

3 comentários:

  1. Oi Paty, eu estive ausente e nem imaginava que as coisas andavam assim. Mas concordo que muitas vezes deixamos a pessoa numa zona de conforto muito grande...
    Quem sabe se você seguir à risca meeeesmo o que se propõe, com o tempo as coisas se ajustem pra você.
    Lembre-se que você não chegou até aqui para ser escolhida! Tem inteligência até demais para fazer escolhas. E escolhas que as pessoas esperam que sejam minimamente sensatas. Sejá lá o que for isso!
    Beijos e boa sorte

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  2. Uau! Tu conheces mesmo os homens!
    De qualquer forma desejo-lhe um final feliz, afinal, todo romance romântico tem obrigatoriamente um happy end.
    Bjs!

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  3. Aconteceu algo muito parecido com uma amiga minha esse ano, a diferença é que, no caso dela, o final estava mais para programa do Ratinho, sabe?

    Eu fiquei pensando nesse negócio de ser "a outra" e vi que algumas mulheres, por mais que gostem do cara, não conseguem, não são capazes de se sujeitar a tudo que uma relação assim exige. Nunca passei por uma situação parecida, mas acredito que também não consiga.

    Boa sorte com tudo e muita força!
    ;*

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