domingo, 10 de outubro de 2010

MegaSena, otários, princesas e dragões

Depois que o indivíduo ganhou 119 milhões de reais na MegaSena, não conheço um brasileiro que não tenha especulado sobre o assunto.


Sinceramente, eu não gostaria de ganhar tal quantia. É muito dinheiro. Chama muita atenção. Eu teria que desaparecer sem deixar vestígios e ir morar em algum lugar das Montanhas Rochosas. Meu amigo R. faria isso, mas ele não gosta muito de pessoas. Eu gosto. (Além de não ser grande fã do frio).


Mas, conversando com um pessoal, surgiu uma opinião da qual compartilho. A pessoa disse: "Se eu tivesse levado os 119 milhões, resolveria da seguinte forma: 5 milhões para cada parente que viesse pedir." (pausa dramática) Todo mundo ficou quieto, cada um com a sua opinião. Eis que a pessoa continua: "Aí perguntaria em quanto tempo ela iria me pagar de volta e faria um contrato com multa caso não se cumpra o combinado. Os 5 milhões são suficientes para qualquer pessoa abrir seu próprio negócio e tocar legal para que o sonho se realize não de imediato, mas para sempre (ou por um bom tempo). Mas se eu não peço o dinheiro de volta, o indivíduo vai lá e compra um monte de tranqueira e dali a pouco está tocando lá em casa pedindo mais."

E não é verdade? O bom e velho provérbio do "tudo que vem fácil, vai fácil" é bem verdadeiro. Aquilo por que batalhamos tem um valor muito maior do que o dinheiro. Ali tem história, tem sentimento, tem um monte de coisa que um prêmio de loteria não proporciona. Qualquer primata escolhe seis números. Só precisa de sorte para acertar. 

E é por isso que caras que fazem tudo pela mulher entediam. Se não há desafio algum, também não tem graça.

E também é por isso que não vou me filiar a nenhum movimento sem-teto para ganhar bolsa-moradia do governo (a não ser, realmente, que eu venha a perder absolutamente tudo na vida), e também é por isso que não vou procurar marido rico para me sustentar. Embora encontrar tal otário homem seja um desafio assaz difícil, depois de alcançado é certo que enfadar-me-ei. (Existe mesóclise na nova regra ortográfica?)

Eu gostaria sim de ganhar na loteria. Dois milhões. É mais do que suficiente para eu poder levar uma vida confortável, ajudar quem eu acho que devo e não perder a total noção de realidade, de humanidade, de normalidade, enfim. Continuaria trabalhando normalmente, mas diminuiria o ritmo. Talvez abrisse minha própria escola, mas não estou certa disso. Não trabalharia aos sábados pela tarde, por exemplo. Disso estou certa. (Possivelmente não colocaria anúncios no blog também). Talvez escolhesse um bairro menos perigoso, mas não moraria numa torre de marfim. Toda torre de marfim tem um dragão tomando conta. E é um saco ser a princesa vitimada esperando o príncipe, não? 

Prefiro eu mesma matar o dragão e sair da torre por conta. 

Mas que dois milhões ajudariam... Ah! Se ajudariam!

2 comentários:

  1. Bom, segundo rumores o cara já depositou toda a grana na conta, o que renderia só de juros 700mil reais por mês... vida garantida... espero que seja uma pessoa bem necessitada e que tenha um bom coração que possa realizar seus sonhos, mas tb que possa ajudar o próximo sem precisar fazer contrato de devolução rs

    Kisu!

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  2. Acho que a vida foi feita para sermos felizes e não para cumular riquezas.
    E quem disse que ser feliz é viver de renda?
    Nunca quis parar de trabalhar ou ter uma vida fácil.
    E concordo com a Bah. Desejo que essa pessoa tenha consciência da quantia que agora tem em mãos e saiba usufruí-la com sabedoria. Usá-la para fazer as pessoas felizes é válido!
    Beijos

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